mats hummels - borussia dortmund

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esse foi o primeiro one shot que escrevi há ANOS atrás. ele é bem mediano mas eu decidi postar porque foi ele que me fez começar esse livro e ir melhorando a escrita com o tempo.

E acho que ele é o único triste desse livro kkkk se vcs gostarem e quiserem mais tristes, comentem pfvr 🙏🏻❤️ vou adorar fazer

•••

Estava na pista de dança quando senti o olhar dele em minha direção. Meu ex namorado, Mats Hummels, sempre dava um jeito de estar nos mesmos lugares que eu.

O problema é que eu adorava isso. Toda vez que a gente se encontrava, era como se fosse a primeira vez. Ele me levava pra casa, passava a noite lá, e de manhã eu acordava sozinha. O combinado era deixar os sentimentos no passado, e nós dois sabíamos que se eu acordasse e ele ainda estivesse lá, o passado se tornaria o presente novamente.

Nosso relacionamento não tinha acabado por um erro de alguma das partes, e sim porque só não estava dando mais certo. Os diálogos estavam se tornando cada vez mais difíceis e a paciência que tínhamos para manter uma relação já estava chegando ao fim.

Todas as noites depois do término prometíamos que seria a última, mas nunca era a última de fato. A realidade é que eu nunca sei quando vai ser realmente a última.

— Oi. — Me aproximei da mesa em que ele estava sentado.

— Oi. — Sua voz grossa e rouca por causa do whisky com gelo me deixava louca.

— Quer me levar pra casa?

— É por isso que eu estou aqui, Anna.

Ele me levou pra casa, e seguimos o script de sempre: promessas de que essa seria a última noite, beijos e sexo.

Mas quando acabamos e ele se deitou ao meu lado na cama, o mesmo sentimentos de todas as noites me invadiu: eu não queria que aquela noite fosse a última, como todas as outras.

Eu queria acordar e estar com ele, mas eu nunca tive coragem de falar.

— Eu não quero que você vá embora amanhã. — Tomei coragem.


O silêncio se instalou no ar, e eu já estava começando a me arrepender de ter aberto a boca.

— Eu também não quero ir. Nunca quis.

— Então porque você sempre foi?

— Por medo.

— Medo do que?

— De te perder completamente.

— Você não vai me perder, Mats.

— Tudo que a gente conseguiu manter foram essas noites, é tudo que eu ainda tenho com você.

— Ainda temos o sentimento. Faz algum tempo mas eu ainda sinto o mesmo.

— Eu também sinto.

— Por favor, fica hoje.

— Eu ficaria todos os dias.

— Então fica. Eu prometo que vai ser diferente. Não sei onde exatamente deu errado, mas não vai mais dar. Pode confiar em mim.

— Eu confio em você de olhos fechados.

— Eu te amo. — Sussurrei em seu ouvido.

— Eu também te amo. — Ele sussurrou de volta, e me aconcheguei em seu abraço.

Não demorou muito para pegarmos no sono, e pela primeira vez eu dormi tendo a certeza que essa não era a última vez. Não era o último abraço, nem o último beijo, não era o último "eu te amo". A gente ainda tinha tanta coisa pela frente, tantos momentos juntos.

Isso não era o fim.


...


Acordei com a luz do sol que entrava pela janela, e não senti o aconchego de seu abraço.

Abri os olhos e a única coisa que vi foram os lençóis brancos na cama bagunçada. Mais uma vez, eu tinha acordado apenas com as lembranças da noite passada.

Por um momento cheguei a me perguntar se aquela conversa realmente tinha acontecido, eu estava um pouco bêbada, talvez eu tivesse sonhado. Mas esse pensamento foi embora assim que eu vi um papel dobrado em cima da minha mesa de cabeceira.



"Querida Anna,

Por favor, não pense o pior de mim quando acordar e ver que eu não estou aí. Todas as coisas que eu disse ontem a noite eram verdade. Eu confio em você e eu te amo, e é por isso que estou indo embora hoje.

Não podemos continuar com um relacionamento que nunca deu certo, e nem vai dar. Nosso amor nunca foi o suficiente para fazer as coisas darem certo, Anna.

Quero que guarde apenas as memórias boas sobre nós, nosso primeiro beijo, o primeiro 'eu te amo', as risadas que demos juntos, os momentos bons que foram essenciais para eu me tornar a pessoa que sou hoje, porque pode ter certeza que eu vou guardar esses momentos para sempre.

Não quero que encare isso como uma despedida, afinal, se for pra ser, a vida nos juntará de novo. Eu e você sempre acreditamos no destino. Mas, no momento, não espere que eu volte. Nem espere que eu vá aparecer no mesmo bar que você pedindo mais uma noite.

Eu nunca imaginei isso, mas a última noite que tanto falávamos finalmente chegou. Prometemos tanto, e só agora conseguimos cumprir.

Por favor, não me ligue, não me procure, isso não faria bem à nenhum de nós dois. Saiba que você estará sempre no meu coração e nas minhas lembranças, porque são à esses lugares que você pertence.

Com amor, Mats."



Amassei o papel encharcado com as lágrimas que caíam sem parar dos meus olhos e o joguei para longe.

Essa tinha sido a última vez. Tinha sido o último abraço, o último beijo, tinha sido o último "eu te amo". A gente não tinha mais nada pela frente, nenhum momento juntos.

Isso era o fim.


4 meses depois


— Anna, não demora! Estamos te esperando. — Minha mãe falava do outro lado do telefone enquanto eu caminhava pelas ruas da cidade em direção à sua casa.

Morávamos perto e o trânsito era sempre grande, então a caminhada compensava muito mais. Desliguei o telefone após falar que eu não ia demorar, e continuei andando.

Meu coração parou quando vi Mats Hummels do mesmo lado da rua, vindo em minha direção. Será que a vida resolveu nos juntar de novo, igual ele disse na carta?

Isso não era o fim.

Um sorriso se abriu no meu rosto sem que eu pudesse controlar. Mas o mesmo desapareceu quando Mats passou reto por mim, nem sem sequer olhar em meus olhos.

Me virei para trás e ele estava parado, esperando alguém. Pouquíssimo tempo depois uma mulher de cabelos pretos e longos se aproximou dele. Primeiro veio o abraço, depois o beijo.

Eles deram as mãos e sumiram entre as pessoas que vagavam por aquela rua.

Segurando as lágrimas e ignorando o coração partido, me virei e continuei seguindo o meu caminho. A vida não ia mais nos juntar de novo.

Isso era realmente o fim.

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