daniel maldini ─ milan

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- Sim, mãe. Eu já falei que cheguei bem! Faz três horas que eu tô em Milão e já é a quinta vez que você me liga! - Minha mãe insistia em se preocupar demais, mas no fundo eu não a julgava. Ter uma filha de 18 anos indo fazer faculdade em outro país não deve ser fácil, por isso eu tentava ser o mais paciente possível em relação à sua preocupação exagerada.


- Eu queria estar aí com você pra garantir que você tá bem mesmo. - Minha mãe falava do outro lado da linha enquanto eu caminhava pelas ruas movimentadas da capital da moda.

- Eu sei mãe, mas eu tô bem, pode acreditar.

- Você já achou um hotel bom?

- Eu vou procurar assim que você desligar o telefone.

Um som alto de buzina me fez voltar ao mundo real, e quando me dei conta, eu estava parada no meio da rua e a buzina era para mim.

- Depois te ligo mãe, te amo.

Desliguei rapidamente o celular e no mesmo instante, um homem saiu do carro e veio em minha direção.

- Você tá bem? Tem que prestar atenção por onde anda! E se eu tivesse te matado? Meu Deus eu nem quero imaginar a vida na cadeia! - O homem aparentava ter mais ou menos a minha idade, e vestia uma camisa do Milan.

- Desculpa. - Falei timidamente. - Eu tava distraída, mas eu estou bem.

- Entra no carro que eu vou te levar pro hospital. - Antes que eu pudesse negar, o homem abriu a porta para mim.

Um pouco assustada, entrei no carro, pronta para ligar para a polícia.

Ele se sentou no lugar do motorista e começou a dirigir.

- A propósito, sou Daniel.

- Prazer, sou Giovanna. Não precisa me levar para o hospital, eu estou bem. - Falei um pouco sem jeito.

Daniel desviou o olhar para mim, e eu não pude deixar de pensar na boa aparência que ele tinha. O cabelo molhado indicando que estava recém lavado, uma boca maravilhosamente desenhada e os olhos mais lindos que eu já tinha visto.

- Tem certeza? - Ele parecia mais calmo.

- Sim.

- Ótimo. Mas eu gostaria de te levar pra tomar um café, como um pedido de desculpas por quase ter te matado. - Uma sensação estranha de "borboletas no estômago" percorreu meu corpo todo ao ouvir aquilo.

- Você passou longe de me matar. - Abri um sorriso.

- Mas mesmo assim, pra me desculpar pelo susto então. - Ele sorriu de volta.

- Sendo assim, eu aceito. Vou morar aqui agora e preciso de amigos novos.

...

- Você é a primeira brasileira que eu conheço. - Daniel falou, depois de eu ter contado minha história de vida para ele.

- Que honra. - Brinquei, e nós dois rimos, chamando a atenção das pessoas na cafeteria. - Já está tarde, melhor eu ir.

- Nossa. - Ele olhou surpreso para o relógio. - Nem vi a hora passar, me diverti bastante.

- Eu também. - Dei um sorriso de canto e ele retribuiu.

- Então.. para onde você vai?

- Na verdade eu não tenho lugar pra ficar, você pode me recomendar algum hotel?

- Você pode ficar na minha casa. - Arregalei levemente os olhos quando ouvi a sugestão. - Você já sabe quem eu sou, e eu garanto que não vou tentar te matar e nem nada do tipo.

Tudo que eu sabia era que ele é um jogador de futebol e acima da média da beleza mundial.

- Se não for te incomodar, tudo bem. - Estava meio insegura quanto à minha decisão, mas já era tarde e dificilmente eu iria achar um hotel agora, fora o frio horroroso que estava fazendo.

...

Tomei um banho quente e me agasalhei. Daniel estava no sofá da sala assistindo televisão e eu conseguia ouvir suas risadas do banheiro.

Assim que cheguei na sala, soube o motivo das risadas e não demorou muito para eu me sentar no sofá com ele e começar e rir também. Ele estava com uma garrafa de vinho pela metade e duas taças cheias.

- Você também gosta desse filme? - Me entregou uma das taças e terminou de beber a outra.

- Eu adoro! Na verdade acho que todo mundo gosta.

Ele me olhava fixamente desde que eu havia chegado na sala, e levou alguns minutos para eu perguntar.

- O que foi?

- Nada, é que você é muito linda.

Senti meu rosto corar.

- Você também. - Ele chegou mais perto de mim e eu pude sentir seu hálito de vinho e menta.

Daniel começou a acariciar meu rosto enquanto olhava minha boca, e eu senti meu coração disparar.

- Posso?

Não hesitei em assentir, e Daniel selou nossos lábios e nos beijamos.

Quando o ar se fez necessário, afastamos nosso lábios, mas nossos narizes continuaram em contato. Abri os olhos e vi um sorriso em seu rosto, o que me fez sorrir também.

- Onde você estava esse tempo todo? - Daniel sussurrou.

- Acho que estava esperando você quase me atropelar.

Nós dois rimos e retornamos ao beijo, o primeiro de uma vida inteira.


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