Babies - Nessian

7- Princesa Amêndoa

Porque ela estava fazendo isso mesmo?

Ah, sim, ela se lembrou. 

Nestha olhou para as horas no celular esperando que de alguma forma o tempo parasse. O frio na sua barriga se intensificou quando ela se levantou do vaso sanitário. 

Tudo bem, tudo bem. Respirar e inspirar. Respirar e inspirar. 

Pirar no pior dos casos. E esperar no melhor deles. O que se mostrou angustiante. 

De fato, o coração dela quase parou quando, depois de um tempo, duas linhas cor-de-rosa apareceram no teste.

Grávida. De novo.

Ela nem teve tempo de soltar o ar quando uma batida soou na porta.

- Mamãe!

Seguida de mais batidinhas fortes demais para uma menina de mãos minúsculas. Nestha só teve tempo de se livrar do teste e reorganizar os pensamentos antes de abrir a porta. As pernas dela quase cederam quando uma Anya radiante pulou nelas.

- Ei, o que aconteceu?

Ela acariciou os cachinhos escuros, apreciando a maciez deles. 

- Papai disse que podemos ter um cachorrinho. 

Ela respondeu gritando de felicidade. Nestha a ergueu nos braços até que os olhinhos azuis estivessem encarando os dela. Anya fez biquinho e Nestha a imitou dramaticamente semicerrando os olhos.

Um cachorro. Outro bebê a caminho...

Ela devia estar fazendo uma careta horrível, mas sorriu em seguida para disfarçar. 

Nestha podia se adaptar a nova realidade. 

Elas desceram até a cozinha de mãos dadas com Anya pulando cada degrau da escada como se fosse seu pula-pula particular. Encontraram Cassian com o quadril encostado na ilha de mármore polindo uma faca de churrasco. A visão dele com as mangas da camisa arregaçadas até o antebraço e com os fios do cabelo sedoso dele caindo em seu rosto a fez babar um pouco.

- Gostoso.

- O que é gostoso, mamãe?

Anya, muito concentrada em seus próprios pés, perguntou. 

- Nada. 

Cassian levantou o olhar para elas. Um amor muito puro brilhando neles. 

Ele largou a faca e abriu os braços quando Anya correu até eles. A filha o agarrou pelo pescoço como se fosse um de seus muitos ursinhos de pelúcia. 

- Papai, a mamãe deixou nós termos um cachorrinho.

Ele a soltou quando Anya começou a balançar as perninhas.

- É mesmo? 

Suas sobrancelhas se levantaram em surpresa. 

- Hum-hum. 

A menina concordou indo até seu navio de brinquedo do outro lado da sala. 

Assim que Nestha e Cassian ficaram sozinhos, ela sussurrou apenas para ele ouvir:

- Como assim teremos um cachorrinho?

Cassian se aproximou sussurrando de volta.

- Estou tão surpreso quanto você. 

Ele o quê? 

Nestha enrugou a testa. Ela estava confusa e não era por conta dos hormônios. 

- Como assim? Eu pensei que você havia dito para ela que teríamos um.