Imagines Literários

Evangeline Samos

Viro o corredor exatamente como mare me disse pra fazer e um alivio me preenche quando não trombo com nenhum guarda.
Sigo me esgueirando pelas sombras na esperança de chegar a sala de registros o mais rápido possível, mas nada nunca sai como esperado não é mesmo?!
Com um baque, sou empurrada pra parede antes mesmo de compreender a situação, e sinto um braço forte apertar minha garganta em uma ameaça clara pra que eu fique quieta. O aviso é ignorado, é claro! Me debato do jeito que posso, chutando as pernas na esperança de acerta-lo, mas não consigo muita coisa além de me machucar com a bainha de sua espada. Olho feio pra quem quer que seja a pessoa em minha frente, tentando ser intimidadora o suficiente para não me entregarem a Mavhen. O guarda não parece nem um pouco abalado, e se inclina pro lado puxando o metal que cobria sua cabeça pra longe.
Os longos cabelos loiros são a primeira coisa que vejo, e logo seus olhos cinzas estão sobre mim. Minha expressão deve transparecer todo o terror que sinto, pois seu sorriso só aumentar a medida que meu estomago da voltas. Evangeline Samos não é uma opção muito melhor do que todos os guardas ou até o próprio Mavhen!
Não tenho tempo pra me perguntar o que está fazendo aqui, pois sou tirada de meus pensamentos por sua voz.
-O que faz aqui a esta hora princesa...Mavhen adoraria ter um motivo pra acabar com você, quer dar um a ele?!-ela pergunta com aquela expressão de deboche no rosto que me da nos nervos.
-Nós duas sabemos que ele não pode sumir comigo agora Evangeline, mas me pergunto quanto tempo levará para que isso aconteça com você...
Devo ter tocado na ferida, pois seu aperto se torna mais rígido em meu pescoço, e seus olhos parecem pegar fogo.
Não é como se eu ligasse de qualquer forma! Pelo contrário; irritar Evangeline costumava ser um de meus passa tempos preferidos, e sua expressão traz um sorrisinho escárnio aos meus lábios.
-Sou a noiva dele, e logo logo Rainha deste País! Mavhen sabe que não pode me eliminar sem criar uma guerra civil, e mesmo que o faça...-diz traçando os dedos por meu maxilar.-duvido que você esteja viva pra testemunhar!
No momento quem sorri é ela, mas sua proximidade me causa muito mais efeito do que suas palavras gostariam. Nossos olhares se encontram por um momento intenso, e lembranças de semanas atrás me forçam a dizer.
-Acho que uma rainha merece muito mais do que o que o garoto com a coroa pode te dar...-ela me olha tão intensamente que consigo sentir o desejo esquentar sua pele, assim como faz com a minha; mas algo em sua mente desperta e recusa a se submeter.
-e o que te faz pensar que não é a coroa o que mais quero?-ela se inclina, ficando cada vez mais próxima. Sua mão livre tomando a liberdade de acariciar minha pele por baixo da blusa.
Nossos lábios estão muito, muito próximos, eu deveria frisar! e uso a situação para responder sua pergunta estúpida.
-É a coroa?!..É mesmo a coroa linezinha?!-pergunto roçando nossos lábios.-Saia agora desse corredor sem me beijar, e vou entender que os últimos meses da nossa vida não significaram nada pra você!-digo calmamente palavra por palavra, com toda o cinismo que consigo, mesmo que meu peito se aperte em duvida.-que eu não sou nada pra você!-insisto, e vejo ela congelar sob meu olhar.
Vejo em seus olhos que um conflito interno é travado em sua mente, por mais tempo do que eu goste de admitir. E quando penso em afasta-la de vez, e seguir pro meu quarto, sua voz se pronuncia na escuridão.
-Foda-se Mavhen! você é minha, é isso que precisa saber.-ela diz com a voz firme, selando nossos lábios em um beijo completamente possesivo.
Sorrio satisfeita, e secretamente aliviada durante o beijo, enquanto ela me toma pra ela, deixando claro suas intenções sobre mim.