Capítulo oito, Relâmpagos Mágicos.

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— Ok. Sonhos estranhos e vozes na sua cabeça? Ela repetiu o que eu contei com uma óbvia expressão confusa sobre o rosto, eu havia dito tudo (quero dizer, quase tudo.) para ela. Deixei as coisas sobre o Jason de fora, também não falei sobre Sao. Eu a encarei fixamente, deixando que as engrenagens da cabeça dela trabalhassem. — Ok. — Ela repetiu.Você nunca foi o ideal de homem com uma cabeça saudável, mesmo.

Você não acredita em mim? Precisei questionar sentindo meu peito arder, sentir que Anastasia não confiava em mim era estranhamente doloroso.

— Não é isso. Eu acredito. Só não acho que seja isso que esteja deixando você avoado hoje. Se isso está acontecendo um tempo, então algo te fez ficar assim recentemente. — Odiava como as engrenagens da cabeça dela eram extremamente perspicazes, Anastasia nunca deixava uma ponta solta e eu era muito grato de poder confiar minha vida em uma pessoa assim. Pensando sobre confiar minha vida, percebi que não teve um único momento que eu duvidei dela, desde a primeira aula que tivemos juntos, desde a primeira vez que fomos postos juntos.

Estávamos sentado na sala da Diretora Jennifer, havia algumas pessoas de alto escalão usando roupas chiques de cada lado de nós, minha perna tremia e era a primeira vez que eu falava com Anastasia por enquanto que a diretora conversava com duas pessoas aparentemente importantes. Eu olhei para ela e murmurei.

— Meu nome é Nathan. Eu sou um Obscuro das Trevas. — Meu murmúrio pareceu tão baixo que eu não tinha certeza se ela havia escutado, ela me olhou de volta, olhos castanhos intensos que se assemelhavam a chamas, ou uma floresta inteira queimando, pausou minha respiração apenas pelo contato visual.

Eu sei. — É claro que ela sabia. Assim como ela sabia que havia algo de errado comigo agora.

Eu olhei para baixo, para o meu próprio colo, minhas mãos estavam juntas acima das minhas pernas, mexendo uma com as outras, mãos levemente avermelhadas pela pressão telecinética de Sao; uma das coisas mais pesadas que eu já aguentei em provavelmente toda minha vida. Isso contando com os socos brutais de Alana na minha face. Acabei por levantar meus olhos para Anastasia, escurecidos pela sombra dos fios da minha franja por conta do meu queixo baixo.

— Eu perdi hoje. Em uma luta. — Eu murmurei, desviando meu olhar para baixo novamente, parecendo mais dramático do que eu realmente parecia.

— Você perdia o tempo todo lá no Imperiatti, por que agora é diferente? — Ela parecia honestamente curiosa, não havia seu tom confiante de sempre, havia um tom agradável. — Não é porque você está em uma escola cheia de gente metida que você melhora sozinho. Eles estão aqui a anos, você está aqui a dias.

— Mas agora é diferente, depois do incidente no meu- nosso discurso- — Eu comecei, negando com a cabeça, ela foi rápida em soltar um suspiro, cortando minhas palavras.

— Agora voltamos para isso. — Ela parecia frustrada ao dizer, pude perceber pelo meu olhar periférico que ela alternou seus olhos para a esquerda, seus braços cruzados se frouxando.

Eu nunca nem deixei, Ana. É tudo que eu penso. — Eu admiti com pesar, meus ombros se encolhendo como costumavam fazer, o ritmo em que eu mexia nas minhas próprias se tornando mais frenético, nem eu, nem ela olhávamos um para o outro.

— Você precisa deixar isso ir, não foi nossa culpa. — Sua voz baixa me fez chegar na conclusão de que não sabia se ela dizia isso para mim ou para si mesma. Nem ao menos me perguntei em como isso tinha a afetado, não tínhamos esse tipo de interações, esse tipo de revelações, eu não sabia dizer o que se passava na cabeça dela na maioria das vezes, era incapaz de saber o que ela pensava, o que ela queria.

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