A experiência da vida de Emily é marcada por uma singularidade que parece não se encaixar no domínio da realidade. As noites e os dias são preenchidos por sonhos de um ser que parece sempre estar presente. Emily fica cada vez mais assustada, sentind...
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"Eu era um fantasma; parada em voo; sangrando."
— Only, RY X
E M I L Y F R A N C O
12 de maio Forks, Washington
Cada pesadelo me lembra que a escuridão também habita em mim.
Estando outra vez no mundo dos sonhos, escolho apenas sentar-me ao chão. Não quero ter que andar e encontrar algo que me faça temer e não dormir direito, ou até mesmo ter premonições de uma coisa cruel que possa acontecer com meus amigos.
Nada acontece.
Absolutamente nada.
Tudo está em silêncio e não há um mínimo ruído que alcance meus ouvidos. Apenas queria saber como sair daqui.
Acho que a única solução é andar e ver o que me espera.
Levanto-me já iniciando meus passos longos, quero que acabe o quanto antes. Caminho pelo lugar coberto pela neblina, não posso decifrar o que meus pés tocam ao andar.
Paro imediatamente ao ver uma sombra mover-se rapidamente em minha frente, atravessando de um lugar para o outro. Em seguida, uma voz penetra por meus ouvidos, ficando preso em minha mente.
— Obtive uma conclusão definitiva sobre tudo o que nos rodeia. — A tal voz pertence uma pessoa que conheço; minha mãe — O mundo é perverso e traiçoeiro. Muitas pessoas desperdiçam suas vidas sem fazer nada, você quer ser uma delas, Emily?
Recordo-me de momentos nos quais tive com minha mãe, onde apenas ela esteve comigo, mas mesmo assim, eu me afastava.
Ficava trancada em meu quarto pensando em tudo o que acontecia, mas havia outras vezes que não suportava ficar dentro daquela casa.
A sensação de aperto e pânico que sempre tive, me destruía. Me deixava pensar que não havia outra saída, além de me afastar para não ferir ninguém com meus problemas.
Tento compreender meus próprios sentimentos, mas às vezes eles são tão confusos que chega a ser frustrante. Há momentos em que uma vontade incontrolável de chorar surge em mim, mas não consigo identificar o motivo exato.
É algo para liberar minhas dores ou é apenas uma fase?
De vez em quando, meu coração começa a doer, como se algo tivesse se desprendido dele, e quanto mais eu choro, mais ele dói.
As pessoas dizem que, quando expressamos nossa dor por meio de gritos ou choro, a sensação de sofrimento se alivia. E, sinceramente, tudo o que eu mais queria agora é gritar. Gritar para impedir que as lágrimas continuassem a escorrer, para tentar aliviar a dor que sinto em meu interior.
