31 † A verdade

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"Não me fale sobre regras e as quebre. E não me fale sobre erros e cometa os mesmos que eu cometi antes. Não diga que me ama mais.
Melhor não dizer isso.
Eu a conheci na igreja, mas ela poderia ser o Diabo."

— Ferrari, The Neighbourhood.

E M I L Y     F R A N C O

11 de maio
Forks, Washington

A dor que ninguém vê, é a mais difícil de curar, pois grita por dentro enquanto o mundo permanece surdo.

E esta dor está presa a mim.

Anteriormente, Jax cansou-me tanto que tive que dormir o dia inteiro.

Preparo minhas coisas para ir à faculdade depois de faltar algumas aulas. Saio do meu quarto e desço para beber um café, porém, fico nervosa ao ver meu irmão comendo torrada à mesa.

Seus olhos me encontram instantaneamente,  fazendo-o levantar da cadeira onde está sentado e agarrar minhas mãos.

— Emy, me desculpe por sempre me intrometer em sua vida. Sinto muito que eu não deixe você ter o seu espaço, e sinto muito por ser um péssimo irmão. — Luke fala tão rápido, que mal consigo acompanhá-lo — Eu sei que a falta da nossa mãe tem te deixado em um beco sem saída, e eu não queria te deixar mais triste ainda, apenas me perdoe, por favor!

— Luke! — Minhas mãos se vão aos seus braços, balançado-o e calando o garoto — Está tudo bem. Eu só gostaria que você pudesse me deixar fazer minhas próprias escolhas. Tudo bem para você?

Com muita hesitação, Luke deixa escapar um suspiro mostrando sua indignação, mas logo concordando com um sorriso em lábios.

— Certo, Emy, só tome cuidado com Jax, você sabe como ele é.

— Insuportável?

— Sim, também. — Meu irmão gargalha.

Sorrio balançando minha cabeça em negação. Tomo um rápido café da manhã e me coloco no caminho para a universidade me despedindo de Luke.

A manhã está tranquila, há pássaros cantando, gatos caminhando suavemente com suas patinhas peludas e sem medo algum, pessoas passeando com seus cães e alguns jovens silenciosos.

Em uma placa logo à frente, avisto alguém encostado com os braços cruzados. Quem mais seria esta figura alta e assustadora, além de um Abbadon arrogante?

— O que está fazendo aqui? — Pergunto-lhe sorridente, aproximando-me mais do garoto.

— Estou te esperando para ir à faculdade.

— O quê?! Você já conseguiu entrar? Como conseguiu tão rápido assim?

— Eu tenho dons. — Seu braço se põe aos meus ombros, assim continuamos caminhando.

Há uma enorme possibilidade de Jax ter ameaçado alguém para entrar, ou apenas conseguiu hipnotizar alguém com seus poderes demoníacos. Não é algo que eu realmente deseje saber.

— Vocês Abbadons sempre possuem este costume de quererem apressar as coisas? Primeiro foi a mudança, agora a faculdade, o que vem depois?

Abbadon'sOnde histórias criam vida. Descubra agora