Capitulo 14 - Erebor

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Em seguida, os outros anões foram trazidos para a cidade em meio a cenas de surpreendente entusiasmo. Foram todos tratados, alimentados, alojados e paparicados do modo mais delicioso e satisfatório. Uma grande casa foi cedida a Thorin e sua companhia; barcos e remadores foram colocados á sua disposição; multidões sentaram-se do lado de fora e cantaram canções o dia todo, e aplaudiam até quando algum anão mostrava a ponta do nariz. Algumas das canções eram antigas, mas outras eram novas e falavam com confiança da morte súbita do dragão e de carregamentos de ricos presentes descendo pelo rio até a Cidade do Lago. Estas eram inspiradas principalmente pelo Serilior e não agradavam muito aos anões, mas, enquanto isso, estavam todos satisfeitos e logo ficaram fortes e gordos de novo, vestidos com roupas de tecido fino em suas cores apropriadas, com as barbas penteadas e aparadas, andando empertigados. Thorin comportava-se como se o reino já estivesse reconquistado e Smaug, partido em pedacinho.

Na manhã do outro dia, eles estavam decididos em partir, e em tão, mesmo com algumas queixas dos homens do lago, eles persistiram em sua missão. A cidade inteira se encontrava nas docas para a despedida.

_ Estamos com uma pessoa a menos, onde está Bofur? _questionou Bilbo. A verdade é que o anão em questão agora se encontrava dormindo perto da mesa dos banquetes do senhor da cidade.

_ Se ele não está aqui, vamos deixá-lo _comentou Thorin.

_ Com certeza, se quisermos achar a porta antes do anoitecer, não devemos sofrer mais atrasos _concordou Balin, enquanto os anões entravam no barco, Thorin parou Kili e disse:

_ Você não Kili, temos que viajar rápido, você iria nos atrasar _disse o anão conduzindo Kili o olhar incrédulo.

_Do que está falando? Vou com vocês _informou o anão supondo que Thorin estava brincando.

_ Agora não _disse Thorin seriamente.

_ Estarei lá quando a porta for aberta, quando olharmos pela primeira vez nos salões de nossos pais _insistiu o anão.

_ Kili, fique, descanse, venha quando estiver curado _disse Thorin olhando para seu sobrinho calmamente.

_ Tio, crescemos ouvindo histórias da montanha, historias que você nos contou, não pode tirar isso dele assim, eu o carregarei se for preciso _disse Fili tentando fazer Thorin mudar de ideia.

_ Um dia você será rei e entenderá, não posso arriscar o destino dessa jornada por causa de um anão, mesmo um parente _explicou Thorin enquanto Fili ia em direção de seu irmão _Fili, não seja tolo, seu lugar é conosco _comentou o anão.

_ Meu lugar é com meu irmão _rebateu o anão loiro.

E então a música começou a tocar e finalmente Bofur saiu correndo até o cais, mas chegou infelizmente atrasado e logo viu Kili e Fili sentados em um caixote.

_ Vocês também perderam o barco? _questionou o anão, segundos antes de Kili cair, mas ser segurado por Fili.

_ Kili, Kili _disse o anão preocupado com seu irmão.

Eles então foram para o único lugar que sabiam naquela cidade, a casa do barqueiro. Quando chegaram lá, Bard logo fechou a porta na cara dos anões, mas Bofur insistiu.

_Não, já estou farto de anões, vão embora _disse o homem irritado.

_ Não, por favor, ninguém vai nos ajudar, Kili está doente, muito doente _disse o anão, então o homem os acolheu.

Enquanto isso, Thorin e os outros haviam chegado na montanha. Se o mapa fosse verdadeiro em algum lugar bem acima do penhasco, no topo do vale, devia estar a porta secreta, e assim eles foram, subindo a montanha o mais rápido que podiam, passaram pelo mirante, avistaram as ruínas da cidade do vale e mesmo assim continuaram. Foram o mais rápido que conseguiram, estava quase anoitecendo, quando Bilbo finalmente encontrou algo, uma estátua de algum rei anão antigo, e em sua espada um tipo de escada que levava ao topo.

Os anões logo subiram em tal local, não era uma caverna, pois, se abria para o céu, mas, na extremidade interna, erguia-se uma muralha plana que, na parte inferior, perto do chão, era lisa e aprumada como um trabalho de alvenaria, mas sem nenhuma uma fresta que se pudesse ver.

Não havia sinal de umbral, verga ou soleira, nem qualquer vestígio de barra, tranca ou fechadura; mesmo assim, não tinham dúvidas de que haviam finalmente achado a porta. Bateram, empurraram e puxaram, imploraram que a porta se movesse, pronunciaram pedaços de encantamentos para abrir, e nada se moveu.

Logo viu a bola alaranjada do sol descer até o nível de seus olhos, vendo aquilo os anões logo desistiram, menos Bilbo, o pequeno hobbit caminhou até a abertura e ali, pálida e tênue, uma lua nova esmaecida erguia-se por sobre a borda da Terra.

Naquele exato momento ouviu um estalido agudo atrás de si. Ali, na rocha cinzenta no meio da relva, estava um enorme tordo, negro como carvão, o peito amarelo-claro salpicado de pintas pretas. De repente, Bilbo entendeu. Esquecendo todo o perigo, postou-se sobre a saliência e chamou os anões, gritando e acenando.

Uma lasca da rocha separou-se da parede e caiu. Um buraco apareceu de repente a uns três pés do chão. Depressa, tremendo, com medo de que a oportunidade desaparecesse, os anões correram para a pedra e a empurraram em vão.

_ A chave! A chave! _gritou Bilbo. _ Onde está Thorin? _Thorin correu _ A chave! _gritou Bilbo.

Então Thorin aproximou-se e tirou do pescoço a corrente que prendia a chave. Colocou-a no buraco. Agora todos empurraram juntos e, lentamente, a parte da muralha rochosa cedeu. Fendas longas e retas surgiram e foram se alargando. Uma porta de cinco pés de altura e três de largura foi se desenhando e, devagar, sem nenhum ruído, abriu-se para dentro. Foi como se a escuridão fluísse como um vapor do buraco na encosta da montanha, e uma escuridão profunda, na qual nada se via, abriu-se diante de seus olhos, uma boca escancarada que conduzia para dentro e para baixo.

Foi então, que Bilbo foi mandado para os salões, na intenção de achar a pedra Arken, fazia algum tempo que o hobbit estava no local. Logo Thorin, um tanto preocupado, decidiu ia até os grandes salões, mas para sua infelicidade, ele se deparou com um enorme dragão dourado que estava furioso com o pequeno hobbit.

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