23/12/22. o pinheiro perfeito.

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No começo do dia 23 de Dezembro, Dottie Underwood pegou um avião para Nova York. Era final de ano e ela sabia como o clima era ruim nessa época, então decidiu viajar mais cedo, já que a previsão dizia que a nevasca estaria mais fraca e o caminho mais seguro.

Foram cinco horas de viagem de sua cidade até a cidade onde sua filha e ex mulher moram. Durante a viagem, Dottie não conseguia parar de pensar em como seria reencontrar Peggy depois de tanto tempo. Ela não sabia se a mulher estaria com raiva dela, ou se a receberia bem. Era tudo muito confuso quando se tratava de Peggy Carter.
Ela também não sabia qual seria a reação da mulher ao vê-la tão mudada. Dottie havia pintado os cabelos de um tom de ruivo alaranjado – oque Peggy sabia pelas fotos que Violet havia tirado com a mãe há um tempo atrás – além de achar que estava com uma aparência bem mais velha do que da última vez que se viram.

Quando chegou ao aeroporto, pegou um táxi até a casa de Violet. Nova York continuava a mesma cinco anos depois. Parecia mais suja, mas nada de novo. Enquanto se aproximava da casa, ela pôde ver um outro carro estacionando bem na entrada da garagem. A outra mulher desceu do carro e tirou suas malas, fechando a porta e o porta-malas. O taxista estacionou do outro lado da rua. Dottie ficou um tempo no banco de trás olhando para a mulher do outro lado. Peggy não havia se desfeito do carro que elas usavam quando casadas. Era o mesmo Renault Logan prateado que elas compraram em 2007. O primeiro carro zero delas, depois do carro usado que elas compraram pela metade do preço em 2001.

— A senhora vai descer aqui? — o motorista chamou, fazendo Dottie sair de seu transe.

— S-sim. Sim. Me desculpe. — ela tirou o dinheiro da carteira e o entregou — Obrigado.

— Não tem de que. Boas festas. — o homem pegou o dinheiro e sorriu. Dottie sorriu de volta e desceu do carro.

O som da porta do carro se fechando do outro lado da rua chamou a atenção de Margaret, que se virou para trás. O encontro dos seus profundos olhos castanhos com os brilhantes olhos azuis de Dorothy foi instantâneo. O sentimento de estar vendo ela de novo, mas como se estivessem se conhecendo pela primeira vez, invadiu o peito das antes amantes.

Dentro da casa, pela janela, Violet e Daniel assistiam as mulheres chegando. "Eu ajudo uma e você ajuda a outra?" perguntou Daniel, recebendo um "joinha" da namorada, que saiu da janela e foi abrir a porta da casa.

Dottie atravessou a rua até a calçada da casa de Violet. Elas não sabiam se deveriam se cumprimentar, não sabiam oque dizer uma a outra. Peggy queria abraçar a mulher, mas ela ainda estava ressentida pela última discussão. Dottie sabia que a morena era boa em guardar rancor, mas ela achava que, talvez, ela pudesse ter a perdoado.

— Vocês chegaram!! — Violet abriu a porta, chamando a atenção das mães para si, e quebrando o clima estranho que ali estava se criando.

Ela correu para os braços de Peggy, que a abraçou e beijou sua bochecha. Depois pulou nos braços de Dottie, que a girou em seu colo e a deu um beijo na testa.

— Que saudades que eu estava de vocês. — ela falou, segurando as mãos das duas.

— Também sentimos sua falta, filha. — Peggy respondeu.

— Olá, senhoritas Carter e Underwood. É muito bom ter vocês aqui. — Daniel apareceu, se aproximando. — Deixe-me ajudar. — ele pegou as malas de Peggy, levando-as para dentro da casa.

— Muito obrigado, Daniel. — Carter disse assim que o moreno pegou suas coisas.

— Não acredito que você trouxe o Ginger!! — a loira pulou de alegria ao ver o gatinho ruivo dentro da gaiola que a mãe carregava.

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