A Balada

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Pov Enid

Vesti minha minissaia xadrez nova, vermelha e preta, uma bota de couro preta, meia-calça escura, um top e uma jaqueta de couro por cima.

Pintei as unhas de vermelho para combinar com a cor da saia e sequei o cabelo para que caísse sobre meus ombros.

Passei delineador, máscara de cílios e um batom cor de vinho. Para finalizar, coloquei meus brincos prateados favoritos que combinavam com os anéis.

Criei um look "pirigótica" e amei.

Quando os meus amigos  foram me buscar, teceram muitos elogios.

Yoko chegou a dizer que eu estava tão sexy que dava vontade de morder, o que, entre os lobisomens, é o maior elogio que alguém pode receber.

Como Yoko tinha dito no Cata-Vento, o Lua Nova funcionava havia poucas semanas, mas o hype era tanto que havia fila para entrar todas as noites da semana.

No entanto, Divina tinha conseguido entradas VIP, um dos irmãos dela conhecia os seguranças de todas as baladas do centro, inclusive da Lua Nova então não tivemos que esperar para entrar.

Sempre me senti meio culpada de furar a fila dessa forma, especialmente com as pessoas nos olhando com inveja, mas, naquela noite, não me importei.

Estava lá para relaxar e me esquecer da lobisomem babaca que tinha deixado aquela marca em meu pescoço.

A entrada da balada tinha o teto tão baixo que me deu a impressão de estar entrando em uma caverna. esquerda ficava o bar, iluminado com luzes de LED que piscavam de acordo com as batidas suaves da música.

A direita ficava a chapelaria, onde deixamos nossas blusas, e uma escada que levava ao mezanino sobre a pista de dança.

A pista de dança era circular e se abria para um átrio, onde havia grandes gaiolas presas a vigas. Dentro das gaiolas, dançarinas lindas se moviam com sensualidade no ritmo da música.

Humanos e lobisomens se acotovelavam no imenso balcão do bar tentando pedir bebidas.

Olhei para a pista de dança, lotada de corpos que se esfregavam.

De um ponto elevado, o DJ tocava house enquanto observava a pista de dança e, de vez em quando, incentivava a multidão a fazer mais barulho.

Yoko foi até o bar e pediu uma rodada de doses de vodka.

"Acham que a gente devia continuar bebendo aqui?" -gritou ela por causa da música alta.

Já tínhamos começado a beber no táxi, mas Yoko nunca pegava leve.

"Duas doses, pelo menos" -  respondeu Ajax. - "Não estou mais disponível! Ouviram, Pessoal? Vocês não tem chance com esse gostosão aqui." -  disse ele chacoalhando o corpo.

Tomamos as doses no bar antes de encontrar uma mesa alta para apoiarmos um copo imenso com uma mistura de curaçau, gin, tequila, rum e vodka.

Enquanto os outros contavam, cada uma pegou um canudo e tomou pelo máximo de tempo que conseguiu.

Eu e a Yoko aguentamos mais que os outros, mas eu a superei. Ela se considera a "festeira" do grupo, então a minha vitória foi um golpe no ego.

"Amanhã vai ser uma merda." - Divina riu. - "Eu sou fraca para bebida."

"Então vamos para a pista de dança enquanto você ainda está parando em pé" - gritei, o que era estranho para mim porque eu estava longe de ser uma boa dançarina.

A única coisa que eu fazia bem na vida era pintar, mas tinha ritmo suficiente para mexer os pés e o quadril no ritmo da batida.

Abrimos espaço em meio à multidão e começamos a dançar.

Os Lobos do Milênio - Livro I - Wenclair Onde histórias criam vida. Descubra agora