four.

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𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐋𝐈𝐒𝐎𝐍'𝐒 𝐏𝐎𝐕.

Eu nunca fui uma pessoa fácil de se apaixonar. Sempre foquei mais na minha família, meus amigos e agora venho focando muito mais na minha carreira. Confesso que faz apenas alguns meses desde que terminei com a minha última namorada e as coisas não funcionaram muito bem. Ela me cobrava muito e não conseguia sentir aquilo que todos os apaixonados dizem, aquela conexão forte, então convenci a mim mesmo que talvez isso não fosse para mim ou que apenas não estava no momento certo, apesar de eu ter vinte e cinco anos e precisar tomar um rumo na minha vida.

No dia anterior, logo depois que deixei Maria Giulia no hospital, fui direto para casa. Durante todo o trajeto fiquei dando sorrisinhos ao me lembrar dela, mas me convenci de que eram apenas coisas do momento.

Mas talvez eu estivesse errado e não queria admitir isso para mim mesmo.


Queria ter visto você dando um tombo na grama. ー Antony gargalhava do outro lado da linha.

Tá rindo de que, palhaço? ー Franzi o cenho e olhei para o gesso. ー Doeu.

Desculpa, desculpa. ー Sua risada foi diminuindo. ー Mas já está melhor?

Sim, só tenho que ficar me segurando para não enfiar um lápis e ficar coçando.

Eu fazia isso quando eu quebrei o braço. ー Ele ficou quieto durante um tempo, mas logo voltou a falar. ー Um conselho de amigo, não faz isso.

Passei a manhã inteira do dia seguinte em ligação com o Antony e aproveitei para mexer melhor nas minhas redes sociais. A minha DM do Instagram estava imensa e isso me deixava feliz, era bom ver todo o carinho que sentiam por mim.

Digitei Maria Giulia na barra de pesquisa como se fosse encontrá-la com facilidade, mas passei uns quinze minutos passando o dedo na tela e nem cheguei perto de achar o seu perfil, o que era óbvio.

Por que eu fico pensando nela o tempo todo? Pensei, já um pouco estressado.


O Sol já estava se pondo em Londres, ou seja, a noite estava próxima e eu tive uma ideia de última hora. Nesse exato momento eu estou dentro do meu carro, dirigindo em direção ao hospital, com uma rosa branca no banco ao lado. O engraçado é sempre saber onde eu posso encontrar Giulia.

Estacionei e respirei fundo antes de colocar os pés para fora, mas logo lancei um olhar de reprovação para mim mesmo pelo retrovisor.

Ela é só uma amiga, Richarlison.

Entrei no local e passei os olhos pela recepção, para a minha surpresa só havia um casal sentado, mas nenhum sinal dela. Suspirei e me sentei em uma das cadeiras. Eu não ia embora, sabia que ela estava aqui, Giulia não sai desse lugar por nada.

ー De novo você por aqui? ー Ouvi uma voz familiar se aproximando.

ー Pensei em fazer uma surpresa. ー Me levantei e entreguei a flor para ela.

No momento em que ela a olhou, pude observar um pequeno sorriso esboçando em seus lábios, logo uma pontinha de felicidade tomou conta de mim.

ー Obrigada. ー A garota pegou a rosa da minha mão.

Um silêncio tomou conta de nós e tenho que admitir, dessa vez foi um pouco desconfortável. Olhei para os cantos e coloquei as mãos nos bolsos da minha jaqueta, pensando no que eu poderia dizer para quebrar esse clima.

ー Quer sair para beber alguma coisa? ー Isso não estava nos meus planos, mas não me arrependi de ter dito.

ー Eu não acho que... ー Ela olhou para trás, apontando discretamente para o quarto de onde havia saído. ー Nada, vamos.

Giulia saiu andando na minha frente. Sabia que ela iria dizer algo sobre a mãe, mas fiquei feliz que ela se deixou esvaziar um pouco a mente.

Estava ansioso pela noite que passaria ao seu lado.


êxtase. ❨ richarlison ❩Onde histórias criam vida. Descubra agora