Capítulo 9

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                  Harry 

Eu caminho de volta para a sala com Alisson ao meu lado, tentando processar o que acabamos de descobrir. O cômodo secreto com fotos de todos nós penduradas nas paredes, as linhas vermelhas conectando cada uma delas... Isso não faz sentido. E o que mais me intriga é o frasco que vi Alisson pegar e esconder na blusa antes de sairmos.

Entramos na sala e sinto os olhares dos outros sobre nós. Alisson se senta no sofá, aparentemente tentando agir com naturalidade, e eu me sento ao lado dela, ainda sem entender nada do que está acontecendo. A terceira opção que Marie mencionou – que alguém deste grupo a matou – parece cada vez mais provável para mim.

Eu olho ao redor da sala, observando cada um deles. Tento organizar meus pensamentos e lembrar o que eu sei sobre cada um.

Marie está sentada no canto, os olhos inchados de tanto chorar. Ela sempre foi a mais emotiva do grupo, mas também a mais intuitiva. Se alguém estiver escondendo algo, ela seria capaz de perceber. Mas seu estado emocional a torna vulnerável a ser manipulada.

Clarice está de pé perto da janela, os braços cruzados sobre o peito. Sempre a pragmática, ela é boa em manter a calma sob pressão, mas sua hostilidade recente me deixa desconfiado. Ela acusou Alisson sem provas, o que levanta questões sobre suas verdadeiras intenções.

Mason, o mais forte fisicamente, está encostado na parede. Ele tem um senso de proteção muito forte, sempre preocupado com o bem-estar de todos. No entanto, sua lealdade pode ser cega, e eu me pergunto se ele está sendo manipulado por alguém mais astuto.

Jason está sentado na cadeira mais afastada, ainda com a expressão perturbada desde que começamos a suspeitar que algo estava errado. Ele é o mais vulnerável mentalmente, seu estado emocional deteriorado com o tempo. Acredito que ele sabe mais do que está dizendo, mas suas palavras são tão incoerentes que fica difícil entender o que realmente aconteceu.

Finalmente, Alisson ao meu lado. Ela está visivelmente abalada, mas tenta manter a calma. O frasco que ela pegou pode ser uma pista importante, mas por que ela o escondeu? Será que ela está escondendo mais do que apenas isso? Meu instinto diz que ela está tentando proteger todos, mas não posso ignorar a possibilidade de que ela também possa estar envolvida. Eu sempre confiei nela, mas nesta situação, até a pessoa mais próxima pode ser a mais perigosa.

Eu arrumo meu cabelo, trocando olhares com os outros, tentando entender o que cada um deles está pensando. A tensão na sala é palpável, e todos parecem estar à beira de um colapso.

— Precisamos conversar sobre o que realmente aconteceu. — digo, quebrando o silêncio. — Marie, você mencionou três possibilidades. Vamos explorar cada uma delas com calma.

Ela assente, e começamos a discutir, cada um oferecendo suas teorias e tentando juntar as peças desse quebra-cabeça sombrio. Mas no fundo da minha mente, a terceira opção continua a ecoar: alguém deste grupo é um assassino. E até que descubra quem é, ninguém aqui está seguro.

Eu observo enquanto todos se reúnem ao redor da mesa. Mason pega um caderno de onde não sei, arranca três folhas e as entrega a Marie. Ela começa a falar, sua voz firme e decidida.

— Vamos fazer isso de uma forma organizada. — diz ela, segurando a primeira folha. — Esta é a primeira possibilidade: Anne se suicidou. Quem acredita nisso?

Olho ao redor e ninguém se manifesta. Marie assente, visivelmente aliviada.

— Ótimo, — diz ela, amassando a folha e jogando-a no lixo. Ela pega a segunda folha. — Agora, a segunda possibilidade: alguém lá fora está nos vigiando. Quem acredita nisso?

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