Capítulo 4

119 10 1
                                    

                             Alisson

Abro os olhos e sinto uma dor aguda no braço esquerdo. Todo o meu corpo dói, como se tivesse sido espremido e torcido. Ao meu redor, a cabana está em silêncio absoluto. Respiro fundo, tentando acalmar minha mente confusa. Não me lembro de nada, de como cheguei aqui ou do que aconteceu. Levanto-me lentamente, cada movimento uma luta contra a dor.

Me aproximo do espelho no quarto. Vejo uma mulher de cabelo liso e preto, pele um pouco branca e parda, olhos castanhos escuros que parecem exaustos. As roupas estão amarrotadas, e há uma expressão de dor e confusão no meu rosto.

Decido sair do quarto e entender o que está acontecendo. Abro a porta devagar, os rangidos ecoando pelo corredor silencioso. Conforme desço as escadas, ouço uma voz vindo lá de baixo. É uma voz masculina, cheia de frustração e desespero, falando sozinha.

Desço as escadas, a dor no meu braço tornando cada passo uma tortura. Chego ao final e vejo um homem sentado na sala, conversando sozinho. Ele parece perturbado, a mente presa em pensamentos sombrios.

— Estamos presos aqui — diz ele, a voz baixa e carregada de amargura. — Não há saída. Quem fez isso? Por que estamos aqui?

Seus olhos estão fixos em um ponto distante, e ele não parece notar minha presença. Então, de repente, ele se vira e seus olhos encontram os meus.

— Jason? — pergunto, a voz hesitante.

Ele olha para mim, a expressão mudando de surpresa para preocupação.

— Alisson? — Ele balança a cabeça, tentando se recompor. — Os outros estão esperando na cozinha.

Assinto, ainda sem entender completamente a situação. Vou até a cozinha, onde encontro todos reunidos.

— Alguém sabe o que aconteceu com o Jason? — cochicho, tentando não ser ouvida por ele.

Mason, ao meu lado, responde em um sussurro: — Quando eu acordei, ele já estava assim.

Olho ao redor e, lentamente, os nomes dos outros começam a voltar à minha mente. Marie, Mason, Clarice, Harry, Anne. Todos estão aqui, compartilhando a mesma confusão e medo.

— Hoje, temos que tentar sair daqui — diz Marie, a determinação clara em sua voz.

— Nós já não tentamos sair? — pergunto, a dúvida se infiltrando na minha mente.

Mason e os outros me olham, surpresos. — Não — responde Mason. — Acordamos aqui ontem.

Clarice, tentando aliviar a tensão, pergunta: — Você quer comer algo antes de irmos?

— Sim — digo, percebendo o quão faminta estou.

— Sete pratos, então, certo? — Clarice conta, olhando para todos nós.

Assinto, confirmando. — Sim, somos sete.

Clarice concorda e começa a mexer nas coisas para preparar a comida. A atmosfera está carregada de incerteza, mas sabemos que precisamos nos alimentar e nos preparar para tentar sair dessa floresta. A cada momento, a urgência de escapar e a necessidade de entender o que aconteceu cresce dentro de mim.

Estou sentada na sala, olhando pela janela, enquanto os outros se preparam para sair. O sol já está mais alto no céu, mas a clareza que ele traz não consegue dissipar a névoa de confusão na minha mente. A cabana está estranhamente silenciosa, apenas os sons suaves de movimentos no andar de cima quebram o silêncio.

Sinto a presença de alguém se aproximando e, quando olho para o lado, vejo Mason se sentando ao meu lado. Ele me observa por um momento antes de falar.

Desaparecidos Onde histórias criam vida. Descubra agora