33. Lily.

308 27 186
                                    

𝗟𝗢𝗥𝗘𝗟𝗔𝗜 𝗖𝗟𝗜𝗡𝗘 | segunda-feira,2O de dezembro

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

𝗟𝗢𝗥𝗘𝗟𝗔𝗜 𝗖𝗟𝗜𝗡𝗘 | segunda-feira,
2O de dezembro.

🍂™

    Minha mãe comentou várias vezes quando eu e Maddie éramos crianças, que o lado positivo merece sempre prosperar seja qual for a situação. O lado bom do joelho ralado, era o sorvete que eles compravam para consolar. O lado bom do fora amoroso, é que sempre haveria alguém melhor. O lado bom do choro, era o alívio após secar as lágrimas desoladas.

    Contudo, quando eu estava no chão gelado sem conseguir respirar, eu não vi lado positivo.

    Apenas vi a mão de Rudy segurar a minha, enquanto o mesmo ligava para a ambulância. Foi desesperador não ter minha irmã ou namorado comigo. Foi agoniante quando a injeção de anestésico perfurou meu braço sem piedade.

    Eu me encontrava apavorada durante o caminho inteiro, não conseguia sentir as minhas pernas por conta da anestesia, ou muito menos conseguia parar de chorar porque ainda sim com o efeito do remédio, conseguia sentir os ossos se remexendo dentro da minha pele à cada curva que a ambulância realizava. Nunca mais quero sentir aquilo.

    A sensação de impotência da minha própria vida. Eu não podia fazer absolutamente nada. E tudo que eu conseguia pensar era no Andrew. Se ele sabia onde eu estava, se ele estava bem também ou como ele ficaria caso fosse de fato a minha hora.

    Pensei na Maddie e como ela sempre disse que me mataria se eu morresse antes dela. Não faz sentido nenhum, mas mesmo assim me preocupou. Acho que eu não poderia estar mais preocupada como eu estava.

    Também pensei em meus pais. E como ficariam se eu morresse. A percepção de vida que a gente consegue ter quando se está beirando a morte, é mais que esclarecedora. Eu não quero chegar a dizer tudo isso à alguém para que sintam pena de mim, só quero mencionar que a vida é um sopro. E eu não descansaria na plenitude sabendo que meu último diálogo com o amor da minha vida foi uma briga.

    E em poucos minutos, eu vi todos os lados ruins da história.

    Mas quando eu acordei, eu vi do meu lado o Drew. E foi quando eu entendi o que ela queria dizer esse tempo inteiro. O meu lado positivo automaticamente voltou, por que ele estava comigo. Meu coração fraco bateu forte, por que eu havia recebido uma chance de me desculpar com o Andrew e eu não cheguei negá-la, por que eu estava viva. Não posso mais sair sem estar entendida com ele, não posso deixar que nossos últimos diálogos sejam discussões idiotas.

    E eu o assustei com uma piada tosca, porque o meu bom humor estava implacável. Eu estava viva. E estava bem. Não nas melhores condições, mas bem.

𝐖𝐑𝐎𝐍𝐆 𝐏𝐇𝐎𝐍𝐄, 𝒅𝒓𝒆𝒘 𝒔𝒕𝒂𝒓𝒌𝒆𝒚.Onde histórias criam vida. Descubra agora