70 - Anna

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》#Patrick《

Saindo do lugar que a gente tava eu ouvi o celular da Carol tocando

- Quem é? - eu perguntei pra ela que me olhou

- É a Hanna - ela disse, atendendo no viva voz - Oi amiga

- Aonde você tá? - ela perguntou logo de cara

- Tô com o Patrick - ela disse e a Hanna suspirou do outro lado da linha

- Menos mal, vou te mandar o endereço. Preciso de vocês aqui - ela disse, deixando a gente preocupado

- O que aconteceu? - eu perguntei, achando que poderia ser algo com as crianças ou com a gravida maluca que a Hanna é

- É a Anna - ela disse e a Carol me olhou

- Vamos com o meu carro, depois a gente volta pra pegar o seu - eu falei e ela concordou, abrindo a localização da Hanna

- Ela tá no hospital - a Carol disse e eu acelerei, correndo pra lá

Quando chegamos, deixaram a gente entrar rápido, porque a Hanna já tinha deixado avisado que iríamos pra lá

- Que bom que vieram - o Tomas disse - A Hanna tá com ela lá dentro

- O que aconteceu? - eu perguntei e ele me olhou

- Ela já vinha com umas tonturas, mas ela não quis procurar um médico - a Carol falou e eu senti mais uma pontada de culpa

- Mais uma coisa que eu deixei de lado - eu disse e ela segurou meu braço

- A gente pode entrar? - a Carol perguntou e o Tomas concordou

- Lógico - ele disse, dando passagem pra gente

- Aninha - eu disse, quando entrei e ela sorriu amarelo

- Oh minhas crianças - ela disse, pegando minha mão

- O que você tem? - eu perguntei pra ela

- Não é nada - ela insistiu em dizer aquilo e a Carol engoliu o choro

- A gente ficou te esperando ontem - a Carol disse e elas começaram a conversar. A Carol perguntava e a Anna respondia bem lentamente

- Vem aqui - a Hanna puxou minha mão

- O que ela tem? - eu perguntei

- Ela tá com um tumor cerebral - a Hanna disse, depois de um longo suspiro

- Como isso aconteceu? -eu perguntei, sentindo meu coração acelerado

- A gente não pode definir nada, mas pode ser de uma batida, uma bactéria mal curada, nervoso e juntando com a idade - ela disse e eu neguei

- Isso não pode estar acontecendo - eu falei - E agora?

- A gente vai entrar com um medicamento, mas não é garantido uma cura - ela disse - Mas vamos ver se ela reage a esse remédio

- E se não reagir? - eu perguntei, já esperando o pior e a Hanna me olhou com pena, misturado com um medo

- Sinto muito, mas a gente não pode pensar no pior agora - ela disse - Ela vai ficar internada durante o início do tratamento, eu só não acho legal a Carol vir com tanta frequência por causa da...

Ela parou de falar como se já tivesse falado demais

- Eu já sei da gravidez - eu falei e ela respirou aliviada

- Ai, menos mal. Achei que eu tivesse falado merda - ela disse - Enfim, a saúde do bebê depende muito da imunidade dela

- Tudo bem, eu trago ela de vez em quando - eu falei - Mas quem vai ficar aqui com ela?

- Ela não pode ter visita 24 horas, mas precisa de um acompanhante de vez em quando - a Hanna disse

- O filho dela não mora perto, não sei se ele conseguiria ficar aqui - eu falei - Bom, qualquer coisa eu fico

- Eu posso me revezar com você - o Tomas disse, ficando do lado da Hanna - O supervisor disse pra você ir pra outra área depois, você também não pode ficar aqui muito tempo

- Queria muito cuidar dela, mas realmente não é minha especialidade - a Hanna disse - Só que o doutor é muito competente, diria que é um dos melhores do hospital. Não deixa de ter esperança, tá?

- Tá bom - eu disse baixinho e ela me abraçou

- Passa todo o tempo que você conseguir com ela, cada segundo é essencial - a Hanna disse, saindo do quarto

- Meu filho - a Anna disse quando me viu chegar mais perto

- Oi Aninha - eu disse, dando a mão pra ela

- Não precisa perder seu tempo comigo, viu? - ela disse com a voz rouca - Não quero que meus últimos dias sejam com você preso aqui

- Para de falar besteira, você vai sair daqui melhor do que nunca - eu disse e ela sorriu

- Eu não teria tanta certeza assim - ela disse

- Mas você vai se esforçar, porque muita gente precisa de você - a Carol disse - Agora mais do que nunca

- Nossa família vai aumentar, Aninha - eu disse, passando a mão na barriga da Carol

- Não acredito - ela disse, sorrindo feliz - Parabéns, meus filhos

- Viu, a gente precisa de você. Quem vai contar as melhores histórias pra esse neném dormir? - a Carol perguntou

- Ah, mas ninguém vai tomar meu lugar de contadora de histórias - ela disse mais animada e eu sorri com um ponto de esperança no peito

Ficamos um pouco com ela e depois o Tomas disse que passaria a noite ali com ela

- Fica tranquilo, vou ficar de olho nela - ele disse e eu agradeci

- Valeu, irmão - eu falei

- Qualquer coisa você liga pra gente, por favor? - a Carol pediu e ele concordou

- Claro, gravidinha - ele disse e ela sorriu - Você e a Hanna combinam de engravidar jungas, não é possível

- Se a gente combinasse não daria tão certo - ela disse

- Vão descansar, amanhã eu vou pra empresa e você fica aqui - o Tomas disse

- Fechado - nos despedimos e fomos em direção ao carro

- Vamos pra casa? - ela me perguntou e eu sorri

- Lógico - abracei ela pela cintura

It's You - O RETORNOOnde histórias criam vida. Descubra agora