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#Carol

Tudo parecia ser um pesadelo, eu consideraria o pior dos pesadelos na verdade. Mas eu bem queria que fosse só o pior dos pesadelos

A Maria não foi algemada, ela foi colocada numa camisa de força e levada pra uma clínica de tratamentos psiquiátricos

A Sophia estava em segurança com o Tomas e com a Hanna

E o Patrick? Estava em uma sala de cirurgia sendo operado e observado por médicos, enfermeiros e policiais que não saíram da nossa volta desde chegamos aqui

Ele entrou na minha frente na hora do tiro

Ele salvou a minha vida e a vida do ser que eu carrego dentro de mim

Eu não sei se ainda tenho água dentro do meu organismo, porque eu já tô chorando há tantas horas seguidas que devo estar desidratada

- O resultado do seu ultrassom já está saindo, assim que estiver pronto eu volto aqui pra falar com você - o Jacob disse e eu só concordei com a cabeça

- Acha que tudo isso pode ter afetado o bebê? - eu perguntei antes dele sair da sala e ele me olhou

- Preciso ser sincero com você, não só como médico, mas também como amigo. O sequestro da Sophia seguido do seu marido sendo baleado na sua frente abalou o seu psicológico e o nervoso é um grande vilão pra gravidez - ele disse e eu fiquei em silêncio - Mas tá pra nascer alguém tão forte quanto você, então não posso garantir um sim assim como eu também não posso garantir um não

- Ou seja, você não respondeu a minha pergunta - eu dei uma risada baixa e ele me olhou

- Pelo menos você sorriu - ele disse

- Se você souber notícias do Patrick, pode me falar. Não quero ser poupada de nada - eu falei e ele concordou, me deixando sozinha na sala

Passei a mão por cima da minha barriga e eu suspirei

Saí da sala pra procurar um médico, e acabei esbarrando com o Jacob de novo

- Oi Carol, se quiser esperar naquela sala não tem problema. Não vai entrar ninguém lá - ele disse

- A Aninha tá no mesmo quarto? - eu perguntei e ele concordou - Não fala nada sobre tudo isso com ela tá?

- O médico que estava no plantão cuidando dela acabou de sair, se quiser fazer uma visita rápida pra ela eu consigo liberar pra você - ele disse e eu sorri

- Quero sim, quero muito - eu disse e ele me levou até lá

- Seja rápida tá? - ele pediu e eu concordei

Entrei no quarto e ela estava dormindo, com alguns fios ligados ao seu corpo é um respirador ligado no nariz e na boca. Meu coração doeu de um jeito que eu nunca senti antes...na verdade eu senti, quando meus pais estavam no hospital

Eu lembro daquela época, eu estava no ensino médio e sempre saía da escola direto pro hospital. Eu cuidava deles, lia alguns livros, fazia meus deveres lá mesmo, mas nunca sai do lado deles

Mas a sensação de impotência é inevitável, não tinha como mudar aquilo. E eu tô sentindo isso de novo

- Aninha, a gente precisa tanto de você aqui. Eu preciso de você aqui - limpei uma lágrima que escorria antes de pegar na mão dela - Você é como uma mãe pra mim, e eu não sei lidar com tudo sem você do meu lado. Tá vindo uma nova pessoinha na nossa vida e eu não sei cuidar deles sem a sua ajuda. O Patrick tenta se mostrar forte, mas eu sei o quão dolorido ele está por dentro, por não ter você aqui. E agora com o mundo caindo sobre nós, tudo tende a piorar...eu te amo Aninha, te amo muito

Senti a apertar a minha mão e eu sorri

- Eu amo vocês - ela sussurrou sem abrir os olhos e eu respirei aliviada, ela me escutou, ouviu cada palavra

- Vamos Carol? - o Jacob entrou e eu concordei, deixando um beijo na mão da Anna antes de sair

- Alguma notícia? - eu perguntei

- Seus exames já saíram, tá tudo bem com você e com o bebê - eu concordei - E o Patrick já saiu da sala de cirurgia

- Como ele tá? Deu tudo certo? Eu posso ver ele? Falar com ele? - eu perguntei e ele negou

- Ainda não, o horário de visita já se encerrou e ele acabou de sair de um processo complicado é delicado. É melhor você ir pra casa, descansar e amanhã cedo vocês se falam - ele falou

- Não vou conseguir dormir de qualquer jeito - eu falei

- Mas pelo menos descansa, você precisa disso depois da barra que vocês passaram - ele falou e eu agradeci

- Até amanhã - eu falei e vi um segurança vindo atrás de mim

- Senhora Drey, vou te acompanhar até sua casa. Precisa de mais policiais? - ele perguntou e eu neguei

- Não, acho que você dá conta - eu brinquei e ele concordou sério - Vamos pra casa

It's You - O RETORNOOnde histórias criam vida. Descubra agora