5- Recreating our history

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Roseanne.

— Você sumiu assim que Lalisa completou quatro meses de gravidez, nunca entendemos o porque de vocês terem desaparecido completamente do nada.

— A gestação dela depois que você sumiu não foi a mesma, Roseanne, Lisa não ligava mais, ficava de quatro a cinco dias sem ao menos comer, mal bebia água, não se importava com as vidas das bebês, ela passava noites acordada em um canto do quarto chorando e gritando o seu nome, se culpando o tempo todo praticamente, achando que de fato a culpa era dela por você não aparecer mais, e... — Hoony engoliu seco fechando os olhos. — Lisa começou a se automutilar de diversas formas diferentes, se arranhando, mordendo, ela... Se jogava nas escadas afim de querer perder as gêmeas ou até mesmo para se matar, mas graças aos meus bons céus ela está bem hoje.

— As bebês nasceram perfeitamente saudáveis. — Nesse momento as lágrimas não tinha mais controle e eu só conseguia escutar tudo e deixar apenas os meus soluços tomarem conta da história juntamente. — Extremamente parecidas com você, Chae. — Ana sorriu. — Lisa quando as viu pediu perdão, por ter tentado acabar com a vida delas, ela te enxergava através das duas então a partir daquele momento seu amor e a sua atenção passou cem por cento para elas.

— Até que... De uma ora para outra Lisa piorou, ela entrou em uma depressão profunda que nem mesmo o choro das gêmeas a fazia sair do quarto ou da cama, ela não falava, não comia, não se mexia. por alguns momento achávamos que ela havia... Havia morrido, essa foi a pior coisa que já vimos...

— Lalisa tentou se matar pela terceira vez assim que as gêmeas completaram dois anos, ela se jogou de uma pedra que há no lago. — Hoony sussurrou tentando claramente conter as lágrimas, eu caminhava de um lado para o outro empurrando Yoongi ou Sorn quando tentavam me abraçar, meus gritos eram afobados pelas minhas mãos em meu rosto, eu me odiava tanto, eu não estava com ela, eu não estava cuidando dela, a culpa era minha. — Lisa foi encontrada na manhã seguinte com um grande corte na cabeça...

— A levamos para o médico assim que a encontramos, ela ficou alguns dias desacordada e quando acordou, ela não... Se lembrava, e não se lembra, Chaeyoung, ela não se lembra de quando os pais dela a colocaram naquele hospital, não se lembra do caso que vocês tiveram, ela não... Ela não se lembra de você...

Eu soquei a parede, uma, duas, três vezes seguidas, querendo sentir a mesma dor que Lisa sentiu um dia, cai de joelhos no chão chorando descontroladamente, por que com ela? Por que comigo? Por que justamente com a gente?

— Eu sei... Eu sei que isso dói... — Hoony falou se ajoelhando ao meu lado e me abraçando.

— Roseanne... — Ana me chamou. — Você precisa me escutar.

— NÃO! EU NÃO QUERO ESCUTAR PORRA NENHUMA! EU QUERO A LISA E AS MINHAS FILHAS AQUI, COMIGO E AGORA! — Gritei podendo sentir até mesmo minha garganta arder. — Eu só... Eu só quero a minha mulher... A minha pequena...

— Você está guardada no subconsciente dela, Roseanne. — Ana falou segurando meu rosto. — Ela sabe quem é você, ela ama você, ela precisa de você assim como suas filhas, mas apenas você tem o poder de trazer as lembranças de Lisa de volta! Não adianta, filha! Não adianta chegar de uma hora para outra tentando ganhá-la de volta de uma forma tão rápida, você tem que fazer como da primeira vez, agora ela é a mesma Lalisa assustada que você conheceu naquele hospital e que cuidou dela até o fim, você tem que recriar a história de vocês.

— Eu não vou conseguir... — Neguei cedendo um pouco o meu corpo sendo segurava por Hoony. — Eu não vou conseguir ficar perto dela, perto de nossas filhas e não sentir a dor de ter perdido tanta coisa...

— Eu sei, mas você tem que passar por essa dor, é a mesma dor que ela passou, não vou falar que será fácil porque não será, ainda terá que fazer muitas coisas.... Mas vai dar certo, Chaeyoung, só por favor, recrie a sua história com o amor da sua vida... Ela precisa de você. — Suspirou. — Acho melhor irmos dormir, amanhã iremos tomar café todos juntos em minha casa, Minnie e Miyeon, apenas finjam que não se conhecem, eu sei o quanto vocês estão morrendo de saudades uma da outra mas precisamos fazer isso pela Lisa, certo?

— Não precisa pedir duas vezes, Ana... Nós iremos trazer a nossa Lili de volta.

— Suba e tome um banho, Chaeyoung, amanhã você terá que ser forte, e ande logo que em pouco tempo seu filho irá acordar.

Assim que tranquei a porta do quarto me pus a chorar novamente, me sentando no chão e bloqueando a porta com o meu corpo, ela estava tão perto de mim, mas eu não podia fazer nada, eu não podia abraçá-la, nem beija-la, não poderia fazer nada do que imaginei naqueles cinco anos de pura tortura, aonde a minha única opção de felicidade a não ser MInjun, era a ela e as nossas filhas.

— Me perdoa, Lili... Por favor, me perdoa... — Sussurrei querendo gritar novamente, mas lembrando do pequeno garotinho que ali dormia. — Me desculpe, pequena... Me desculpe minha pequena...

— Omma? Por que a senhora está chorando? — Senti o seu perfume perto de mim, levantei um pouco a minha cabeça vendo que ele estava sentado ao meu lado me encarando. — Não gostou da nossa casa nova? — Eu dei uma pequena risada o trazendo para o meu colo e acariciando os seus fios assim que deitou a cabeça em meu peito. — Não gostou de dividir o quarto comigo só porque eu falo dormindo, mamãe? Se for isso me desculpe...

— Está tudo bem, filho... Não é nada disso...

— Então porque está chorando, omma?

— Eu só... Preciso chorar um pouquinho, tudo bem? — Ele levantou meu rosto me encarando de forma profunda, sua mão pequena acariciando minha bochecha e suspirando de forma preocupada.

— Não gosto de ver a senhora chorando... — Choramingou. — Isso significa que está triste e eu não quero que a senhora fique triste! Então me diz, quem fez a mamãe ficar triste que eu vou atrás e vou dar uma lição nessa pessoa para que ela nunca mais deixe a minha omma triste!

— Você nem tem tamanho, moleque! — Brinquei bagunçando seus fios enquanto o apertava em um abraço tão necessário para momento. — Irá me proteger?

— Claro que vou, você é a minha mamãe, e eu vou te proteger para sempre!

— Eu sei que vai, filho... Eu sei que vai...

1996 - Never Look Back (Chaelisa Ver. G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora