1996 - Never Look Back (Chaelisa Ver. G!P)

9- Hug and One Soccer Ball

Roseanne.

Ela estava tão diferente...

Tudo nela, a forma que falava, andava, mas os seus olhos quando me encaravam continuavam os mesmos, óbvio que ela mudaria, havia se passado cinco anos, mas... Ainda sim, era diferente. Quantas vezes eu tive vontade de segurar em sua mão naquele pequeno passeio, quantas vezes eu tive vontade de pegar a minha filha no colo e abraçá-la, dizer a ela, pedir perdão por todos os anos que perdi... Por tudo.

Mas eu não podia.

Eu não podia fazer nada a não ser olhá-las e dar toda a minha atenção a elas, sentia que com Haeun seria difícil alguma aproximação mas isso não seria motivo para que eu não tentasse. Observei Minjun também sendo muito educado com Byeol e parecia que já se conheciam a anos, olhei para Lisa também que sorria por conta deles... O seu sorriso permaneceu lindo... Eu amava aquele sorriso. Eu a amava.

— Eles se deram bem. — Falei a fazendo se assustar um pouco mas logo retomou aquele sorriso perfeito.

— Minjun é muito fofo, Byeol gosta de fazer novas amizades. Minjun não me parece ser uma criança que te de trabalho, ou ele dá?

— De fato ele é muito calmo, chamei a atenção dele duas ou três vezes desde que ele nasceu, e para um garoto de cinco anos, ele é bem compreensível.

— Céus, como eu queria que Haeun fosse assim. — Riu. — Ana fala que é a personalidade dela, então eu apenas concordo.

— É só uma fase, ela melhora já já. — Conclui tocando o seu ombro, que mesmo com camadas de roupas de frio me fez tremer, como eu sentia falta dela.

— Mamãe! Olha o que o Minjun achou!

— Uau, uma joaninha, que linda, meu filho.

— Ah... Ela vai morrer de frio... O que a gente faz? Não podemos deixar ela morrer, Minjun... — Byeol suspirou preocupada com a pequena joaninha.

— Ela não vai morrer de frio, Byeol. — Garanti com um sorrisinho olhando para a pequena. — Joaninhas conseguem se esconder do frio.

— Você promete, Rosé?

— Claro que sim, quer ajuda para soltar a joaninha?

— Quero! Mas tem que ter cuidado... Ela é muito pequenininha.

— Está certo, Byeol.

Eu me ajoelhei ao seu lado colocando as minhas mãos por debaixo das suas e juntas colocamos a joaninha em uma pequena flor, fiquei observando Byeol sorrir e se despedir da joaninha com a sua voz doce... Ela era uma criança tão doce.

— Obrigada, tia Rosé! — Fiquei sem reação durante alguns segundos assim que os seus braços pequenos contornaram o meu pescoço em um abraço meio aperto e cheio de inocência, devagar descansei minhas mãos em suas costas, fechando os olhos e me permitindo sentir o cheirinho de bebê enquanto meus olhos se enchiam de lágrimas.

Eu estava abraçando a minha minha.

— Não precisa agradecer. — Sorri secando as lágrimas assim que ela se afasto caminhando até Minjun e junto eles voltaram a caminhar conversando logo a nossa frente.

— Byeol gosta de abraçar as pessoas, desculpa se isso te deixou incomodada. — Lalisa disse coçando a nuca.

— Não se preocupe, Lalisa. — Sorri. — Aqui é um lugar lindo.

— Verá quando o verão chegar, é radiante!

— Igual aos teus olhos. — Consegui pegar o momento em que as suas bochechas ficaram brevemente vermelhas e um pequeno sorriso nasceu em seus lábios, ela me olhou envergonhada mas logo abaixou os olhos. — O que costumam fazer no verão?

— Ir ao lago, ou até mesmo passar alguns dias na cidade, lá no verão é muito lindo, o museu é muito interessante, posso te levar lá algum dia.

— Eu adoraria.

Caminhamos de volta até a vila indo direto para a cada de Ana, Minjun e Byeol ficaram brincando no quintal, tentando fazer bonecos de neve, ou até mesmo anjos de neve, assim que entramos vi Haeun emburrada no sofá, com a cara fechada e os braços cruzados, era tão fofa quando estava brava, lembrava Lalisa quando enchia suas bochechas de ar e fazia aquele biquinho.

— Voltamos! — A minha mulher disse tirando as suas botas.

— Eles foram até a cidade buscar Sana — Ana falou secando as mãos no avental. — Já já eles estão aqui.

— Ei, minha bebê. — Lisa se sentou ao lado de Haeun que na mesma hora se virou de costas para ela.

— Você me abandonou aqui! Preferiu a Byeol do que eu! Você não me ama! — Então a menina começou a chorar, mas eu podia observar que não saia nenhuma lágrima de seus olhos o que me fez soltar uma breve e baixa risada.

Me sentei na sua frente esperando que ela se acalmasse e assim que aconteceu, me encarou, seus olhos transmitiam raiva e parecia que ela não gostava da minha presença.

— Sua mãe me falou muito sobre você enquanto estávamos caminhando, sabia? — Haeun continuou quieta e me olhando. — Ela me disse que gosta de futebol, é verdade? — Ela fez um sinal positivo com a cabeça mesmo que evitando fazer tal movimento.

— Eu ganhei uma bola de futebol! — Murmurou minimamente animada. — Você quer ver?

— Claro!

Como um raio a menina saiu correndo até um corredor não demorando para voltar chutando uma brilhante bola branca e preta, consegui ver o seu pequeno sorriso enquanto segurava a bola em suas mãos antes de sentar ao meu lado.

— Olha! Mas é pra olhar na minha mão pra não sujar!

— Certo... — Concordei com um sorrisinho no rosto. — Como aprendeu a jogar futebol?

— Com os jogadores. — A pequena respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. — Sabe, aqueles que ficam na televisão, você nunca viu?

— Ah, claro que eu sei. — Assenti concentrada em sua fala.

— Mamãe Lisa fica preocupada quando eu saio pra jogar, porque eu sempre volto com machucado, olha! Esse aqui eu fiz ontem no meu aniversário... Você sabia que na sexta eu e a Byeol fizemos cinco aninhos? Você vai dar presente pra gente?

— Haeun. — Lalisa interviu com os braços cruzados. — Pelo amor de Deus, não foi assim que eu te eduquei.

— Você quer um presente?

— Eu quero! — Eu ri assim que ouvi Lisa murmurar. — Você pode me dar... Uma capa de super-heroína!

— Claro, e o que eu devo dar para a sua irmã?

— Uma coroa de princesa! A minha irmã é uma princesa disfarçada.

— Sabe, o meu filho Minjun também gosta muito de futebol, vocês dois poderiam brincar juntos.

— Não quero brincar com ele, ele é chato. — Resmungou saindo dali e caminhando para a porta principal.

Fiquei sorrindo para o nada assim que ela saiu, ela era tão... Diferente, e eu sabia, tinha certeza que quando tudo voltasse ao normal, eu queria dar todo o meu amor a elas, principalmente para Lalisa.