Capitulo três: Filhinha

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Isabelle colocou um vestido que ganhara de uma irmã da igreja á uns três meses atrás, um belo vestido de um rosa fraco e um arco azul na cabeça, prendeu o cabelo para trás e com uma fitinha de cetim o marrou, a verdadeira filhinha de pastor pensava ela se olhando no espelho, uma garota baixinha cabelos enrolados num dourado fascinante com um rosto sem nenhuma marquinha nem se quer uma espinha intrusa e para ficar mais perfeito uma pequena boca tão atraente e ao mesmo tempo inocente, sim ela era linda, linda de mais.

Ela ficou se olhando por longos minutos os pensamentos iam e vinham eu fisguei um deles em meio aquela tempestade de emoções na mente dela.

"- Mesmo sendo fofinha assim quem iria querer algo comigo? Meu pai é o maior babaca do mundo" Pensou Isabelle.

Continue pensando assim Isa, se você soubesse o que o destino esta lhe reservando.

Ela desceu para a cozinha os pais já lhe aguardavam, ninguém disse nada, apenas entraram os três no Eco Sport preto da família e saíram em silencio rumo à igreja.

O local não ficava longe, em meia hora já estavam lá.

- Olá pastor Neto - disse o homem que os esperava na frente da igreja - entrem, venham conhecer minha humilde moradia.

"- De humilde isso não tem nada, olha este som, estes bancos, o que este pastor quer mais?" pensou ela.

Ah Isabelle se teus pais tivessem o mesmo dom que eu e vissem teus pensamentos você teria algumas boas semanas de castigo.

E assim se iniciou uma conversa de pastores e esposas de pastores chata e tediosa, para Isa só restava sentar em um dos bancos e esperar o culto começar, ela não reclamou da idéia, gostava de estar sozinha a ajudava pensar, mas sua programação foi interrompida por uma voz doce e meiga.

- Oi, eu sou a filha do pastor Claudio - disse a menina estendendo a mão e sorrindo para Isabelle - vem comigo os jovens estão numa sala ouvindo músicas.

Ela pensou em recusar, mas percebeu que seu pai a encarava, então se levantou e seguiu a garota, sem vontade, mas uma vez fazendo algo para agradar o pai.

"- Eu não creio nisso" pensou Isabelle.

Na sala havia um grupo de jovens tocando instrumentos e cantando musicas chatas, ela não tinha nada contra musicas gospel ela até compunha, o problema é que ela queria ouvir tudo menos aquelas musicas, pensou em seu celular com belas sinfonias, amava Mozart, Beethoven e outros músicos clássicos, é obvio que o velho Sr Neto não sabia disso.

Mas ela fez o que manda o figurino, cumprimentou a todos e foi conversar com algumas garotas, ela rio (ou melhor, dizendo fingiu rir) ela brincou, se divertiu, fez tudo que era preciso, o pai dela estava errado as aulas de artes tinham uma finalidade enfim, pois foi nelas que ela aprendera a atuar, e fazia isso bem. Em casa no seu quarto ela era a atriz, a dançarina que amava musica clássica, uma vez fora de lá se tornava Isabelle Camargo, a moça prendada, educada, fiel as escrituras a verdadeira filhinha de pastor.

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