Capitulo dois Isabelle

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Capitulo dois

Isabelle

Agora é a vez de falar da minha pequena princesa, eu me apeguei de mais a esta garota a razão não me pergunte, eu não sei a resposta para tudo, afinal eu sou o Amor não Deus.

Isabelle descia as escadas para tomar café os pais que já haviam se levantando a horas e estavam quase acabando de comer.

- Bom dia filha - disse dona Verônica.

- Dia mãe, dia pai.

- Oi filha, hoje você não vai a escola não precisava ter acordado cedo, você é do contra todos os dias é um sacrifício para te acordar e quando não precisa você acorda sozinha.

- Como assim? Eu não posso faltar hoje tenho prova de artes.

- Primeiro - respondeu o Sr Neto sem nem tirar os olhos do jornal que folheava - esta matéria, artes é inútil para uma moça que vai seguir os desígnios da Igreja, e outra já falei com sua professora você faz a prova outro dia.

- Mas pai...

- Não tem mais - a interrompeu o pai de forma ríspida a encarando nos olhos desta vez - nós iremos à igreja de um pastor amigo meu, você por ser filha de um dos maiores pastores da cidade deve ir, e sem reclamações iremos os três e ponto final.

A vontade de Isabelle era de gritar com o pai "só tem um problema papai eu não sou tua bonequinha de bibelô, eu tenho vida, tenho escolhas, e eu não quero ser como você, sem graça, sem amigos de verdade, preso a uma doutrina que nem você segue de fato, eu quero ser feliz, quero fazer teatro, estas são minhas escolhas

Mas a mãe dela percebeu que ela iria falar o que não devia.

- Filha suba para o seu quarto - disse Verônica - vá se arrumar porque não queremos nos atrasar não é?

- É mãe, não queremos.

E com essas palavras Isabelle saiu da mesa, perdera a fome e pelo jeito o pouco de alegria que teria naquele dia, foi para seu quarto subindo dois degraus por vez e com os olhos já vermelhos tentando não derramar as lagrimas dela.

Dava tanta agonia ver ela presa naquele quarto, chorando sendo obrigada a ter uma ida que ela não queria ter, ela tinha tantos sonhos, tantas coisas para ver.

- Filha? - disse a mãe dela enquanto batia a porta.

- Pode entrar - respondeu ela enquanto esfregava o rosto no travesseiro secando as lágrimas, ninguém podia as ver.

- Filha você quase estragou tudo na cozinha.

- Estragar o que? Esta vidinha sacana de filhinha de pastor? Os sonhos do meu pai? Acorda mãe não tenho nada para estragar.

- Isa se teu pai te escuta falando assim - advertiu verônica em um tom de repreensão - a gente vai falar com ele, na hora certa, no lugar certo, tenha paciência meu anjo.

Um silêncio ficou até a voz de Verônica o quebrar.

- Se troque, sairemos às onze horas.

- Sabe mãe, a verdade é única, algumas pessoas não nasceram com o direito de sonhar e sim com o dever de realizar sonhos alheios, eu sou uma destas pessoas mãe.

Não houve resposta, só uma mãe tentando não chorar saindo do quarto e uma filha silenciosa com o rosto baixo no travesseiro.


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