capítulo 1

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Pov- Finney

Disseram que lá tem palmeiras. E que já do avião poderia vê-las.
Claro que eu sabia que em Denver tem palmeiras. Não custa lembrar que eu não sou um idiota completo.

-Nao senhor -disse a minha mae-
Você vai precisar deles. Lá pode fazer frio. Talvez não como em Nova York, mais ainda assim frio.
Por isso eu estava usando meu moletom azul claro no avião, por que quando falei que ia os deixar no meu apartamento em Nova York, ela meio que surtou um pouco.

Estava no avião vendo as palmeiras pela janela ao aterrissar.
Fiquei um pouco aborrecido com o foto dela ter decidido se casado com um cara que mora a 4.900 quilômetros de distância, me obrigando a sair do colégio no meio do segundo ano , abandonar
a minha melhor - no fundo
a única - amiga que eu tive desde o jardim de infância, a deixar a cidade onde passei todos os meus 17 anos - sim 17 anos pois entrei um ano atrasado na escola -

Olha eu gosto do Antôni. Meu novo padrasto. Ele é bom para a minha mãe. Ela a faz feliz. E é super legal comigo.
Mas ainda assim é triste deixar tudo para trás.

Antôni tem três filhos. Estavam todos lá para me receber quando desci do avião. Minha mãe, Antôni , Gewn e os três filhos dele. Soneca, Dunga e mestre. É assim que eu os chamo. Eles são meus meios - irmãos.
-Finney
Ouvi minha mãe berrar o meu nome. Olhei para a direção deles para vê-los - minha nova família.

Fui me aproximando da minha família. Minha mãe veio correu me abraçar e ficava dizendo "Finneyzinho" odiava quando alguém que não fosse minha mãe me chame de Finneyzinho. Então fuzilei os três garotos com o olhar, para que não criassem expectativa de me chamarem assim. Quando minha mãe me soltou foi a vez de Gwen me abraçar fortemente.
- Como foi a viagem, garoto?
Perguntou tirando a mochila do meu ombro e colocou no dele.
-Foi bem tranquila para ser sincero - respondi com um sorriso.

Quando terminamos de conversar. Peguei as minhas malas e fui em direção ao carro.
Coloquei as minhas malas no porta malas e logo em sua entramos no carro.
Quando Antôni deu partida no carro olhei para a janela pensando " lugar novo, vida nova".

Mentre, o filho mais novo do Antôni. Falava algo sobre o avião que eu não estava entendendo muito bem , mas mesmo assim ouvi a explicação do mais novo.
Soneca, o filho mais velho. Dormia no carro enquanto Dunga, o filho do meio. Ficava quieto olhando a paisagem pela janela do carro em movimento.

Antes de se casarem , Antôni e a minha mãe passaram umas três semanas procurando uma casa que tivesse um quarto para cada filho. Compraram uma casa enorme em uma colina. A casa era boa só que estava abandonada a um tempo, então o preço estava bem razoável. Minha mãe falava que o meu quarto era o mais bonito da casa.

- Que vista linda - Gwen falava enquanto olhava a vista da sacada do meu quarto - Se você quiser trocar de quarto comigo eu aceito - disse ela.
- Sem chances Gwen - disse vendo ela fazer uma careta para mim.
Minha mãe entrou no quarto e ficou encostada na parede.
- Gostou do quarto, finney ? Sorri e balancei a cabeça em um sim.
Ela chegou perto de mim me abraçando.
- Espero que goste daqui, filho.
Retribui o abraço dela, era confortável receber um abraço da minha mãe,depois de um tempo afastado dela - Eu também espero isso, mãe.

Nos separamos quando ouvimos Antôni a chamar. Ela desceu as escadas junto de Gwen me deixando sozinho no quarto.
Entrei no banheiro para me trocar , só que quando eu voltei tinha alguém na sacada do meu quarto. Era um garoto não parecia ser muito mais velho que eu. Fechei a porta do quarto, para caso alguém passe no corredor, não pensar que eu sou um louco.

Fiquei do lado dele olhando para a vista, como se o garoto ,que eu sabia muito bem que era um fantasma. Não estivesse ali.
Ele tinha o cabelo comprido e olhos castanhos. O olhei inserto do que eu ia perguntar - Ok - fui dizendo para ele - Quem caralhos é você ? Ele olhou ficou surpreso quando eu disse isso. Ele não ficou só surpreso até olhou ao redor do quarto para ver se era realmente com ele - É com você que eu estou falando -
disse me referindo a ele.

Ele me olhou com aqueles lindos olhos castanhos. Ele era mais alto que eu. Não é sempre que eu dou de cara com um fantasma que também é uma graça, mas aquele cara.... devia ser uma coisa quando vivo, pois ele está morto e eu já queria adivinhar como era as coisas por baixo da camisa que ele usava. Olhei melhor as roupas que ele usava, parecia do velho oeste - quantos anos faz? uns cento e cinquenta anos ? Que você bateu as botas ?

Ele me olhou fixamente com aqueles olhos castanhos e perguntou
- O que quer dizer .... Bateu as botas? Não pude deixar de revirar os olhos e soltei uma risada curta. Logo "traduzi"
- se foi, foi dessa para melhor.
Ele ainda me olhava com uma cara de que não estava entendendo nada - MORREU - disse um pouco alterado, já que tinha perdido um pouco a minha paciência.

- Ah - fez ele - Morri. Mas ao invés de me responder. Ele balançou a cabeça - Eu não entendo - disse com um ar de confuso - como você consegue me ver. Em todos esses anos ninguém nunca conseguiu me ver.
- Olha os tempos mudaram pra' caramba. então qual é a sua ?
Ele me olhou confuso.
- A minha ? Repetiu ele. Sua voz era calma mas ainda mostrava um ar de confuso, seu inglês era estranho, mas não era um estranho ruim era..... Fofo. Eu acho.

Ele se virou se apoiando na grade que tinha na sacada, o que me deu uma visão melhor do seu corpo. Ele deixou a sua cor aparece, era um tom bronzeado que com o sol deixava ainda mais bonita a sua cor. Ele tinha músculos bem definidos, que eu fiquei admirando por um tempo. Quando dei conta que estava o observando de mais,eu desviei o olhar, engolindo em seco. Bota seco nisso .

- É a sua - disse - Qual o seu problema? por que ainda está aqui ? Continuou olhando para mim sem expressão no olhar, mas ainda assim interessado. Então fui mais claro.
- por que você não foi para o outro lado ? Ele balançou a cabeça fazendo o seus longos cabelos balançarem também , o seu cabelo parecia ser bem macio.
- Não sei o que você está querendo dizer.
- como assim não sabe o que eu estou querendo dizer ? - Renato, dando um passo para trás - você morreu. Não precisa mais ficar aqui. Devia estar em outro lugar fazendo, sei lá, coisa que os mortos fazem. Tipo ardendo no inferno, reencarnando, subindo para outro plano da consciência, ou qualquer outra coisa.

Ele olhava para mim pensativo.
- E se eu gostar de andar por aí?
Eu não tinha certeza, mas acho que ele estava tirando uma com a minha cara. E eu não gosto disso. Em Nova York as pessoas costumavam fazer isso comigo - até eu descobrir que um punho fechado no nariz é capaz de calar uma boca. Não iria brigar com ele , afinal ele é mais alto que eu e mais forte. ISSO é notável.

Eu já tinha perdido a minha paciência afinal eu viajei o dia inteiro, estava cansado e queria que ele sumisse daquele quarto. Cheguei perto dele com um semblante sério.
- Olha - comecei a falar - se você quer ficar andando por aí, tudo bem, amigo. Mas aqui não. Então trate de ir embora.
- Robin - disse ele, sem se mexer.
- O que ?
- Você me chamou de amigo. Achei que gostaria de saber que eu tenho nome. Eu me chamo Robin Arellano.
- Certo, faz sentido, ok, Robin. Você não pode ficar aqui.
- E você ? Robin tinha um sorriso pequeno para mim, ele tinha um belo sorriso assim como também tinha um belo rosto.
- Eu o que ? - perguntei, sabia que estava sendo grosso mas não liguei.
- Como se chama ?
Olhei para ele pensando um pouco se falava ou não, afinal a gente não ia se ver por muito tempo.
- Me chamo Finney, Finney Black.-
Respondi - Da pra' você sair do meu quarto?
- hum, Finney - ele fez um som antes de falar meu nome - Então esse é o seu quarto agora ?
- Sim. Respondi simples - E é por isso que você tem que sair daqui.
- Eu vou ter que sair - ele falou levando uma sobrancelha - Essa casa é minha a mais de um século. Por que eu teria que sair?
- Por que si-

Minha mãe entrou no quarto avisando que o jantar estava pronto. "Mais já" pensei olhando para a sacada e vendo que já tinha escurecido. Quando ia sair do quarto para ir para a cozinha, olhei para Robin como se tivesse avisando que era para ele sair dali antes que eu voltasse. Ele apenas sorriu e se virou, logo depois me virei e fui para a cozinha.

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palavras : 1521

Foi isso acabou ficando maior do que eu esperava. Não sei se vou continuar fazendo capítulos grandes ou se vou diminuir.

O MEDIADOR - RINNEY-Onde histórias criam vida. Descubra agora