07 ☆conta comigo☆

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— Eu tô bem! Mas... ainda não lembro de nada — as palavras de Flora o atingem como um soco no estômago

— O-o que? — pergunta desacreditado.

— Eu não lembro — ela repete o olhando nos olhos — quando tento buscar por memórias de antes daquele dia no hospital quando acordei... não tem nada.

— Não, não pode ser verdade — Helia pega a pedra das mãos de Flora — talvez você não tenha absorvido energia o suficiente ou... — suas mãos começam a tremer levemente e sua voz falha um pouco — a gente deve ter feito algo errado...

— Helia! — Flora pega a mão que ele segurava o objeto mágico — Não fizemos nada errado e eu absorvi toda a energia que tinha aí.

Helia sente a ansiedade tomar conta de seu corpo.

Seus pensamentos negativos assumem o controle de sua mente e a possibilidade de nunca encontrarem uma solução lhe preocupa.

Helia acreditava cegamente que aquele objeto resolveria seus problemas, mas agora que a pedra não funcionou, todas suas esperanças enfraqueceram.

— Me desculpa, Flora — cerra os punhos e desvia o olhar para o chão — Eu não te protegi naquele dia, por isso você se machucou, e eu prometi que cuidaria de tudo, mesmo assim não consegui resolver nada. Me desculpa, me desculpa...

— Não é culpa sua — se levanta da cama ficado em pé na frente do maior.

Helia da um passo para trás

— Eu preciso tomar um pouco de ar — sua voz treme levemente — é melhor você descansar, já está tarde — helia caminha em direção à porta.

— Helia... — a menor tenta chamá-lo mas ele já havia saído e fechado a porta.

Flora queria ir atrás dele, mas não sabia o que dizer para fazê-lo se sentir melhor, talvez a presença dela o fizesse se sentir ainda pior, então decidiu lhe dar espaço e não o seguir.

/ / / /

Yohan começa a subir as escadas para voltar ao seu quarto, ele havia descido para tomar água depois que as irmãs domiram, quando chega ao topo dos degraus, ele se depara com seu pai que vinha de seus aposentos, seu rosto estava sério e preocupado e seu pensamentos pareciam distantes.

— Pai? Tá tudo bem?

O mais velho nada responde, apenas desvia e segue seu caminho descendo as escadas, era incomum esse tipo de expressão no rosto de seu pai que estava sempre calmo e sereno. Yohan escuta a porta da frente abrir e se fechar em  seguida, então vai atrás do maior.

Ao sair da casa logo avista seu pai indo em direção à uma árvore grande que ficava a uns metros da casa. Ao se aproximar do enorme tronco, desfere um soco contra o mesmo fazendo parte da madeira quebrar em farpas.

O jovem rapidamente vai até Helia segurando sua mão que agora sangrava com algumas farpas a perfurando.

— O que tá fazendo, pai?

Yohan segura a mão machucada de seu pai entre as suas usando magia para curá-la.

— Pensei que já estivesse dormindo — Helia diz sem encará-lo.

— Isso não vem ao caso agora. O que aconteceu?

Helia se desvivenciha das mãos do filho e vira de costas evitando encará-lo.

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