08 ☆pai e filhas☆

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Helia acordou mais tarde de o habitual naquela manhã, ainda se sentia sonolento ao abrir os olhos, com certeza não tinha apenas camomila naquele chá que Yohan o serviu, ele deveria ter desconfiado, mas até que não foi de todo ruim dormir tanto, ele tava precisando, nos últimos dias seu sono tem cido de apenas algumas mizeras horas por noite.

O azulado se senta na cama e olha para o despertador que marcava 10:43, pela janelaera era possível notar o quão bonito o dia estava, ele se levanta e vai até o banheiro.

Para em frente a pia curvando-se e molha o rosto com a água da torneira que apanhou com a mão fechada em concha, ao levantar a cabeça, encara seu reflexo no espelho, seus cabelos estavam bagunçados e alguns fios caiam sobre seu rosto, ele junta todo o cabelo em um coque bagunçado sem se importar com as mecha rebeldes que insistem em ficar soltas.

Depois de escovar os dentes, ele desce para a cozinha, Helia julgou que já era muito tarde pra tomar café da manhã, então decidiu apenas tomar uma chicará de café puro e esperar pela hora do almoço.

Também decidiu que iria seguir o concelho que seu filho lhe dera na noite passada: tirar o dia de folga.
Passar tantas horas da noite conversando com Yohan lhe ajudou a esvaziar um pouco a cabeça e relaxar, o garoto sabia exatamente como aliviar a pressão de alguém.

Helia permanecia com a ideia de não envolver os filhos no problema com Flora, mas também não os empediria se quisessem fazer algo pela mãe. Ele conhecia bem os próprios filhos, sabia que seria impossível mantê-los longe desse assunto, eles tentariam fazer algo por Flora com ou sem a permiçao dos pais, não era algo que ele pudesse evitar.

Depois de tomar seu café matinal, o azulado segue para seu estúdio de artes, era um cômodo não muito grande da casa onde Helia deixava seus materiais de arte, telas e desenhos, as vezes ele usava o local para desenhar, como agora, mas não era sempre, as vezes ele prefere desenhar ao ar livre ou em qualquer outro lugar.

Ele entra na pequena sala e coloca um dos quadros limpos sobre o cavalete, em seguida pega um avental que já estava bem sujo com várias cores diferentes de tinta, ele senta-se em frente ao cavalete em um banquinho de madeira e começa a traçar um esboço pela tela com um lápis de grafite. Helia passa algumas horas ali, depois do esboço pronto, ele troca o lapiz por pincel e tinta acrilica. O quadro ganha mais beleza conforme as cores são adicionadas.

Passaram horas e para Helia foram apenas minutos, quando se faz o que gosta, não se nota o tempo passar. Ele passaria o dia inteiro ali sem perceber se não fosse pelas batidas na porta que tiram sua total concentração do quadro.

Helia vira para a porta que Raika já estava a abrindo.

— Tem um tempinho, pai? — a garota parecia um pouco relutante em entrar.

— pra você tenho todo o tempo do mundo — sorri gentilmente para a filha — vem aqui — da batidinhas em um outro banco que estava ao lado do seu.

Raika entra e senta-se no banco indicado pelo pai, ela obiserva o quadro que ele estava pintando, já estava quase terminado, era um campo de flores com lírios, cravos e Jacintos sob um céu azul e limpo. A jovem fada sabia o significado daquelas flores para Helia, os lírios brancos representavam Tessia, os Jacinto azuis representavam Yohan e os cravos vermelhos representavam ela, essas eram as flores que ele colhera no nascimento de cada um para enfeitar o quarto de hospital de Flora depois do parto.

Helia entrega um pincel para a filha que o pega e começa a misturar as tintas no quadro também, ele não se importava que tivesse um toque dela no quadro, na verdade, ele preferia assim, os dos já pintaram várias telas juntos, então seus traços e pinceladas se entendem.

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