Todas as noites de Halloween, a minha família mata uma criança

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O Halloween é o único dia da semana e festividade que a minha família nunca comemora e eles parecem tentar apagar essa manifestação, trancando-se dentro da nossa casa e fechando todo tipo de comunicação com o mundo exterior. Mas, isso não é a parte mais assustadora... É aquela, na qual eu saí de dentro do meu quarto, desobedecendo às regras da minha genitora, para ir ao banheiro. Não era muito tarde e não tão cedo da noite, quando estava caminhando e vi que a porta aberta...


Mecanicamente, aproximei-me para observar a minha mãe pressionando o pescoço de um garoto contra a parede, não pude perceber no momento que era sangue escorrendo das suas mãos e pingando no chão. Contudo, a forma que os pés do garoto, que acredito estava fantasiado como um zumbi, abraça o chão ferozmente, já dizia tudo. Depois de uns minutos, eu fui compreendendo a situação e percebi que ele estava contorcendo-se de dor e os seus dedos, de todos embaixo dos pés, abraçavam o piso como um gesto de agonia. A criança, fantasiada como um zumbi, não conseguiu gritar, pois percebi que a mamãe estava enfiando algo cortante no seu pescoço, mas, os seus olhos, olhando para mim, pareciam selvagens e odiosos.


A mamãe olhou para mim, seguindo os olhos daquele garoto, que mal tinha forças para segurar as mãos da sua agressora, e eu percebi que ela ficou com mais ódio, virando seu rosto na mesma hora contra a criança, que pressionava as suas costas contra a parede e apertou suas mãos, penetrando as garras falsas da sua fantasia, que parecia ser um tipo de morto-vivo, como já disse, por conta da maquiagem um pouco verde. As marcas, em todas as partes do seu corpo, eram iguais a uma decomposição. No seu último momento de luta, contra as agressões da minha mãe, diretamente na sua jugular, ele caiu morto no chão, desgrudando as suas unhas afiadas da pele da minha genitora.


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Costumo ter esse pesadelo constantemente, quase todas as noites, repetindo aquela mesma cena. A minha mãe sempre dizia, com o mesmo rosto sem vida e um sorriso odioso na boca, que era apenas um sonho e que eu estava tendo pesadelos por conta da noite de Halloween. Isso é apenas uma rachadura pequena na longa parede que é minha vida, pois, minha existência, não é das melhores, principalmente quando se trata da minha família... Lembrou da minha mãe, com o mesmo semblante no rosto, dizendo que eu fiz algo errado... Era como se eu tivesse feito uma coisa antes do tempo ou quebrado alguma regra. Ela tentou explicar da sua forma enigmática, mesmo tentando construir as palavras na sua boca, falava sobre algo que já era tarde demais, pois, aos dezesseis anos, eu estava grávida.


Não sei se eu tivesse coragem de falar sobre a gravidez, após ficar quase vinte horas dormindo, com um sono impossível, acredito que a mamãe havia colocado alguma coisa no suco durante o café da manhã, pois eu fiquei o tempo todo, no Dia das Bruxas, cochilando. Tudo bem, eu esperava que minha mãe se juntasse comigo em uma cadeira e falasse o que eu iria passar, mas não era sobre uma gravidez indesejada, mudou o fato de eu está grávida tão jovem para contar uma história da nossa família, uma coisa que acontece por muitas gerações. Suas palavras foram resumidas, ela não explicou do que estava dizendo, mas parecia ser uma coisa que estava sendo repetido na sua língua, na primeira vez que a sua mãe contou e que a mãe dela contou para ela, uma corrente viciosa da nossa geração. Suas palavras foram diretas, levemente no ponto que eu deveria compreender, dizendo as seguintes coisas:

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