Capítulo 92 - Um momento entre duas

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A residência da família Ferreira era uma estrutura onde a luz natural brilhava através das paredes de vidro com pisos de madeira. A casa estava abrigada por altas paredes cobertas com hera densa que se escondiam atrás do maravilhoso edifício e seus arredores. Havia uma quadra de tênis gramada, que se estendia até um pequeno campo de golfe, um estábulo de equitação e um heliporto. Três piscinas: uma na frente da mansão, outra no interior com sistema de aquecimento e a terceira na parte de trás de onde se pode desfrutar da costa com suas belas águas cristalinas.

O pai de Garrett havia adquirido a propriedade, localizada em Amagansett Village, em East Hampton, para umas férias tranquilas e confortáveis, mas quando seu filho se mudou para Nova York, ele a havia usado para fins de semana e para se desintoxicar da vida agitada que levava em Manhattan.

Naquele fim de semana ele tinha ido na companhia de mais de um de seus amigos ou dos filhos de seu padrinho. Ele os considerava irmãos presos por laços mais fortes do que sangue.

Quando chegaram, não se deram tempo para descansar. Garrett tinha vários cavalos selados e nos garanhões que eles montavam ao redor da propriedade, cada um levando sua garota como companheira, pois nenhum deles ousava montar um cavalo sozinho.

O passeio terminou em uma competição ao longo da costa da praia, onde os animais galopantes salpicavam água e areia com seus pés, demonstrando sua resistência e agilidade. O vencedor foi Garrett em um árabe, negro como ébano; e não havia espaço para desculpas, pois ele tinha a vantagem da prática à qual havia se submetido durante toda a sua vida.

No momento em que cruzaram o limiar de uma das entradas traseiras da mansão, ganharam mais um olhar fadigado do pessoal de serviço, vendo os jovens molhados e cobertos de areia da praia.

Os casais subiram para seus quartos designados para tomar banho e descansar por um tempo.

"Eu sou um desastre." - Disse Valentina à Juliana no momento em que estavam sozinhas em seu quarto.

"Bem, deixe-me dizer-lhe, você não é desastre." - Ela disse tirando seu cardigan lã cinza claro, que estava praticamente encharcado.

Valentina levantou os braços e se deixou escapar da roupa, expondo seu tronco cinzelado e bronzeado. Juliana trouxe suas mãos para os lados e tremeu um pouco enquanto sentia os dedos esbeltos e frios subirem pelas costelas.

Juliana riu suavemente ao tremer do corpo feminino e, involuntariamente, suas pupilas se dilataram ao ver os seios da Valentina atrás do sutiã de renda preta. Entre suas coxas, o calor e a umidade começaram a ganhar vida. Valentina não precisava fazer nada, apenas existir, e isso foi o suficiente para virar seu mundo de cabeça para baixo.

"Você é uma bagunça maravilhosa." - Murmurou na voz irreconhecível da excitação e seus olhos estavam famintos por Juliana, por esta mulher que fez seu coração bater mais rápido e sua respiração mais rápida. A cada dia, a cada momento, tê-la diante dela ou apenas pensando nela.

Mesmo que naquele momento seu rosto estivesse salpicado de areia e dezenas de fios de seus cabelos sedosos tivessem decidido abandonar a trança e transformá-la em uma adorável bagunça desgrenhada. Ela usou um de seus polegares para remover os grãos de areia das bochechas dela.

Juliana se perderia naquele caminho de água, andaria descalça ao longo daquelas braças que bordejavam o túnel do desejo em que os alunos de Valentina estavam se transformando, totalmente focados nela.

"Você está sempre tentando se redimir." - Repreendeu em um sussurro, seu corpo começando a tremer com o impulso que estava surgindo para dominá-la.

"Não, eu não." - Balançou a cabeça e acariciou seus lábios com a língua.

Doce Mentiras Amargas Verdades - Livro IVOnde histórias criam vida. Descubra agora