Apesar de Juliana lhe ter pedido no terraço que calçasse os sapatos e entrasse na residência como pessoas normais, Valentina não fez, se dissesse a Valentina Norte, só para a contrariar, responderia Sul. Assim, entraram como se fossem namoradas de adolescência.
No momento em que irromperam na sala ganharam todos os olhares que não escondiam, mas também não se alarmaram ao vê-las chegar daquela forma, já esperavam esse tipo de atitude entre qualquer um deles se fossem dominados por sentimentos.
"Me põe no chão." - Pediu ao ouvido num sussurro.
Valentina obedeceu colocando-a no chão e antes que ela pudesse calçar os sapatos pegou-lhe na mão e guiou-a até onde estavam reunidos os outros, que para sua sorte se encontravam na sala de estar nos sofás e na mesa baixa do centro havia alguns petiscos e bebidas. O local era animado por música num volume moderado e na qual distinguia naquele momento o português, era um ritmo muito tropical e contagiante.
A porta da frente se abriu e nesse momento entrou Guillermo, que ficou evidentemente surpreendido por encontrar todos na sala e escondeu imediatamente o saco de papel preto com letras escarlates brilhantes em relevo.
"Daqui a pouco eu volto". - Passou, segurando o saco e mal trocou um olhar significativo com Megan, o que era claramente um sinal entre eles.
Juliana, descalça, aventurou-se pela mão de Valentina entre os sofás cinzentos claros e, ainda agarrada à sua mão, sentaram-se lado a lado.
"Quer uma tequila?" - Valentina perguntou.
O olhar de Juliana percorreu a mesa: sobre a qual havia várias bebidas e vários tipos de copos, um pequeno prato com sal e um recipiente de vidro com várias rodelas de limão. Enquanto, perscrutava com as púpilas os ingredientes sobre a mesa, as suas orelhas aqueciam, as recordações assaltavam-na uma após outra, e teve de apertar as coxas para conter o desejo arrebatador que lhe germinava entre as pernas; embora a voz de Valentina parecesse normal, tinha a certeza de que ela o fizera com toda a intenção de lhe despertar a ansiedade.
Desviou o olhar, brilhante de excitação mal dissimulada, para Valentina e formou com os lábios uma linha reta num sorriso satírico, satisfeita com o que tinha conseguido, queria apagar o gesto com um só golpe, por ter ousado colocá-la naquela situação diante de todos os presentes. Inspirou profundamente e encheu-se de coragem que precisava para se desinibir, para que o tiro lhe saísse pela culatra.
"Só se me deres." - Murmurou com o olhar fixo nos olhos de Valentina que, perante o convite que recebeu, pôde ver como as suas pupilas se dilatavam de uma forma fascinante e aquele gesto incontrolável nela fazia contrair as paredes internas do seu ventre.
Valentina nem deu tempo para pensar no que iria fazer e se levantou, pegou na garrafa de tequila e se serviu do copo de tequila. Levantou uma das pernas perante o olhar atônito de Juliana e dos outros e baixou-se para se sentar sobre as pernas da mulher, de costas para o grupo e de frente para ela.
"Val..." - Ela murmurou, com o rosto furiosamente corado de excitação e embaraço. As pupilas dançavam nervosamente sobre o rosto da brasileira, implorando que se levantasse, e um buraco abriu-se no seu estômago perante a excitação.
"Isto está ficando bom..." - Interveio Garrett e soltou um assobio de admiração. "Valen, a noite está começando... Não me quero me retirar cedo." - A avisou divertido.
"Por favor". - Juliana pediu.
"É só uma tequila, Menina." - Murmurou só para ela e era a primeira vez que lhe dizia isso de forma tão íntima e era como se a incendiasse de prazer com o olhar.
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Doce Mentiras Amargas Verdades - Livro IV
RomanceA diretora de uma prestigiada firma de advogados e bem-sucedida promotora de justiça de Manhattan Valentina Carvajal, vive sem restrições, experiente, aventureira, apaixonada e intensamente. Ela não gosta de compromissos e se verá envolvida em uma e...