🫀|2| Sanji

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O espadachim que acordou sozinho e em seguida descobriu que seu parceiro iria casar, uma mulher largada no dia anterior, um homem enigmático que teve sua amada forçada a casar-se com outro e por fim, um andarilho que ninguém sabia porque estava ali

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O espadachim que acordou sozinho e em seguida descobriu que seu parceiro iria casar, uma mulher largada no dia anterior, um homem enigmático que teve sua amada forçada a casar-se com outro e por fim, um andarilho que ninguém sabia porque estava ali.

Uma síntese de desalento.

- A segurança aqui está fraca porque todos estão concentrados no casamento, mas não baixem a guarda. - Bege avisou, socando o rosto do último segurança em frente a porta de saída.- Vamos ter que ser rápidos.

Zoro brandou suas espadas e sem qualquer pesar, cortou um oponente que preparava-se para atacar.

Suspirou, voltando seu olhar para Bege.

- que droga é essa? - Questionou, erguendo a sobrancelha direita.

Bege removeu de "dentro de si" pares de roupa brancas e entregava para todos.

- Se você pisar lá fora assim, não vai conseguir chegar ao casamento.

Zoro não entendeu, mas não tinha forças para questionar, então pôs-se aceitar também o que lhe era oferecido de bom grado além das roupas, uma cabaça de sakê.

- Todos estão de branco...- O espadachim atestou, assim que a porta foi aberta.

As pessoas que antes exibiam tons carmesim agora tinha seda branca na pele alva, e a atmosfera desafiadora tinha dissipado-se, dando espaço para uma sensação ilegítima de amor puro e genuíno.

- Como eu odeio. - Bonney informou, referindo-se as sensações que o ambiente agora lhe proporcionavam.

Tudo tão falso, irreal e fel.

E como se Zoro pudesse senti-lo, começou a caminhar em uma direção, não notando que todos o olhavam surpresos por ele saber exatamente para que direção fica o salão aberto de casamentos.

Aqueles que o olhavam com respeito também tinham motivos egoístas para acompanhá-lo, entre eles, descobrir qual seria a expressão que o espadachim musculoso deixaria integrar sua face, vendo o homem que ama com outra pessoa.

Gueixas de vermelho destacam-se em meio as pessoas de branco.

A artilharia está prontamente posicionada nos arredores, sendo perceptível apenas para quem consegue sentir aquela  vontade fria de matar.

- Quem dropar esse casamento tá' fudido. - Brincou Bonney, logo recebendo olhares de repreensão.

Mal sabiam que zoro só tinha olhos e ouvidos para um lugar.

O palanque no meio das milhares de rosas brancas, decorado com fendas de seda e ouro maciço, para mostrar que quem banca aquela festa não está ali de brincadeira.

Zoro sentiu seu peito apertar-se. O seu cozinheiro subiria ali e não era com ele, por eles. Nunca tinha dito, mas perdeu a conta de quantas vezes almejou juntar-se a ele, colocar uma aliança em seu dedo e marcá-lo como seu. Um homem, o seu homem.

2:59

O sino soou.

Mordeu o lábio inferior até ferí-lo, observando o quarteto de aparência semelhante a do seu amado adentrar o recinto, seguindo um Senhor dono de uma feição encarvoada de felicidade.

Travou o maxilar de ódio. Sanji já tinha falado algo antes, quando estava bêbado, em meio as lágrimas grossas. Só podia ser aquele homem, o seu pai biológico.

Escutou os colegas prisioneiros conversarem algo, sem prestar uma devida atenção. Entretanto, não demorou a entender do que tratava-se tais burburinhos.

Era ele.

Kimono amarelo, da mesma cor de suas madeixas preciosas, que zoro outrora beijava com tanto carinho. Passos delicados e carteiros, em direção ao palanque que tem a fama de partir outros corações. Sanji não notou que zoro olhava-o com uma ternura revestida de dor, mas sentiu algo no fundo do seu âmago que lhe fez lembrar das cartas que não foram entregues.

Apenas em vê-lo de costas, zoro tinha certeza absoluta de que era ele o homem escolhido, que poderia entregar-lhe tudo em bandeja de prata, seu coração e todos os sentimentos guardados com carinho.

Desistir da vida.

Observou-o posicionar-se no centro do palanque, fazendo carinho no seu próprio corpo, em uma tentativa falha de encobrir sua dor.

- Ele está lindo. - Ciciou, com olhos cheios de lágrimas.

Rayleigh sorriu travesso. Não tinha como aquele homem aceitar aquilo de bom grado, acabara de confirmar isso e estava deveras feliz.

- Uma mulher? - Indagou com desdém, o espadachim.

De beleza majestosa, a moça pura andava entre a multidão expondo seu sorriso criado. Um tanto deprimente para quem está prestes a casar-se e, como todos ali diziam, era o casamento mais esperado e feliz do ano.

Entretanto, zoro não notou.

Como um imã, sua atenção não poderia deixar aquele homem.

Com tudo em seu devido lugar e o silêncio melancólico no ar, Sanji aproximou-se da dama e tirou o vel de seu rosto, esboçando pouquíssima emoção. E foi quando por um milésimo de segundo sua atenção deixou aquele retângulo em que estava para ir para um ponto mais distante, um que possui uma cabeleira verde e o olhar mais lastimoso que já viu em sua vida. Aquele que estava tão vidrado em si que não podia ser ignorado, simplesmente não cabia.

Ele tremeu por inteiro.

Sanji desejou sucumbir, a fim de que aquela situação pudesse apagar-se por completo. Enquanto escrevia cartas de despedida tocantes, não preparou-se para vê-lo mais uma vez, tinha aceitado que jamais o veria novamente.

Assim sendo, zoro não podia vê-lo daquele jeito, tão insuficiente e lamentoso. Seu desespero era palpável, ao mesmo tempo que suas íris resplendiam um deleite fatal.

Sanji o ama, não resta dúvida. Ou não sobraria nenhuma se Zoro pudesse olhá-lo por mais um centésimo de segundo, portanto, até então a resposta não fora sentida.

Entretanto, outro tipo de resposta buscava incendiá-lo.

- Eu o amo. - O espadachim declarou em um susurro para aqueles que ali estavam, ansiando por qualquer pronunciamento de sua parte. - Eu realmente, o amo.

- E veio aqui apenas vê-lo? - Rayleigh interpelou, erguendo uma sobrancelha. - Não vai buscá-lo?

Seus sentimentos arderam como fogo e brasa.

Zoro queria abraçá-lo, sentir a maciez dos seus lábios de novo e afogar-se dentro de si. Estava sedento para tê-lo em seus braços uma vez mais, implorando manhoso para dormir de conchinha.

O deseja ardentemente, com toda sua alma.

Não poderia deixá-lo jamais.

Não poderia cortar sua garganta e morrer com honra, aceitando que sanji nunca o correspondeu. Apenas, não poderia.

 Apenas, não poderia

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VERMELHO - Zoro + SanjiOnde histórias criam vida. Descubra agora