Capítulo I - Ponto de colisão.

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Eu sei que eu demorei, mas eu tenho dois empregos e uma faculdade então sejam gentis comigo, por favor.
Faça uma autora feliz e comente o que você está achando sobre a história.

***

Diferente do que a maioria do mundo poderia pensar, não havia qualquer grandiosidade real em observar Nova York através das paredes de vidro de um apartamento de dez milhões de dólares com vista para o Central Park. 

Pessoalmente, Nathaniel achava aquilo tudo ligeiramente perturbador. 

Ele viveu a maior parte de sua vida em um quarto compartilhado e sem janelas de menos de três metros quadrados. Afinal, "o ninho" poderia ser chamado de muitas coisas, "amplo" nunca foi uma delas. 

Não havia nenhuma glória em viver em uma caixa de vidro no céu, uma fachada de riqueza cuidadosamente construída para distrair as pessoas da verdade feia e cruel.
Uma casa, era o que aquele apartamento seria, não um lar.

A diferença entre as palavras se firmava dolorosamente gravada nas medidas exatas das paredes e superfícies polidas, elegantes. Em cada um dos pontos de iluminação cuidadosamente pensados para evidenciar a decoração oriental e minimalista. Nos pontos vazios deixados pelo decorador que, Nathaniel tinha certeza, que tinha sido desnecessariamente caro, para serem preenchidos por fotos de uma família que nunca esteve lá. 

Assim como toda a sua vida, soava como uma piada cruel. Qualquer outra pessoa poderia pensar que o local era requintado, Nathaniel achava que parecia oco

Ele colocou sua mochila dos Ravens no chão, o impacto do peso sendo amortecido pelo carpete fofo e sem graça, e então se sentou no sofá de couro escuro, muito mais bonito do que confortável, para escutar o silêncio. Talvez tudo parecesse mais opressor por causa das cores sóbrias dos móveis e da extensão infinita dos balcões da cozinha que ele pensava que jamais iria usar de qualquer forma. 

Não havia nenhuma grandiosidade em estar sozinho e Nathaniel não foi nada além de solitário por toda a sua vida.

O telefone tocou em seu bolso e ele sequer olhou para o visor antes de atender. Muito poucas pessoas conheciam aquele número e ele não tinha uma real escolha entre atender aquelas pessoas ou não. 

— Abram, como está Nova York? 

O sotaque pesado na voz de Stuart se infiltrou no ambiente e Nathaniel colocou a ligação no viva voz, talvez assim aquelas paredes pudessem absorver um pouco de calor reconfortante sempre presente no timbre de seu tio.

— Cinza. Não é como se os Estados Unidos fosse algo realmente notável de qualquer forma, você sabe... 

— Bom, você faz questão de jogar esse esporte estupido então precisa permanecer onde os times profissionais estão, não é?

Ambos sabiam que aquilo não era necessariamente verdade. Nesse ponto, Nathaniel abriria mão de Exy se pudesse, ele abriria mão de tudo se pudesse viver sem as amarras de sua família e dos Moriyama, mas aquela não era uma opção. 

Ele apoiou o celular na mesa de centro e tentou manter sua mente afastada daquele tipo de pensamento. No fim, não importava, sua vida nunca foi realmente dele para decidir. 

— É, tanto faz. 

— Abram...

— Eu não vou fazer nada estupido ou que possa prejudicar suas relações, tio. Você não precisa se preocupar com isso. 

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⏰ Última atualização: Dec 19, 2022 ⏰

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