»- Você é minha casa, minha casa por todas estações

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David

Quando acordei já estava de manhã. Regina permanecia dormindo, num sono profundo pelo visto. Não queria acordá-la, então, tentei sair da cama da maneira mais discreta que conseguia. Vesti minhas roupas, calcei meus sapatos e sai do quarto

Pelo silêncio, provavelmente ninguém ainda havia acordado. O que era bom, pois assim, não causaria suspeitas. Desci as escadas e caminhei em direção a cozinha

─ Bom dia, David

─ Cora! - Levei a mão até meu peito ─ Não tinha visto você ai - Suspirei. Meu coração batia acelerado naquele momento

─ Eu percebi - Se calou por alguns segundos ─ Onde você estava? Passei pela sala e não te vi - Perguntou desconfiada

─ Eu... Eu fui até o banheiro - Foi a melhor desculpa que havia conseguido pensar ─ Fui lavar o rosto para despertar melhor - Sorri nervoso

─ Entendi - Não parecia ter acreditado na minha desculpa

─ O pessoal já acordou? - Tentei mudar de assunto

─ Até o momento, só o seu filho. Ele me ensinou a jogar um desses jogos que qualquer criança adora - Deu risada ─ É um garoto adorável... Agora entendo porque a Regina o considera um filho

─ A Regina sempre esteve ao lado dele, desde a época em que era somente um bebê - Sorri fraco ─ Charlie tem muito carinho por ela

─ Eu percebi... Você sabe que a Regina sofreria muito caso esse menino saísse da vida dela, não é?

─ E por que ele sairia da vida dela? - Estranhei o comentário

─ Por nada - Suspirou ─ Foi só um pensamento... Vou ver se o Henry já acordou - Desconversou ─ Com licença - Saiu apressada

Pelo visto, minha "querida" ex sogra, jamais voltaria a gostar de mim como antes. As pessoas ao meu redor estavam cobertas de razão ao dizer que deixei de ser o homem que era no passado. Antes, eu era considerado um homem doce, de caráter invejável, incapaz de machucar até mesmo um mísero mosquito. Quem diria que tempos depois acabaria machucando uma das pessoas mais importantes da minha vida

Era difícil para mim pensar que machuquei a Regina, mesmo que tenha sido de forma indireta. Fiquei tão consumido pela minha dor de perdê-la, que acabei não me dando conta de que enquanto isso, ela também estava sofrendo. Não conseguiria me perdoar jamais por isso

[...]

A mesa do café já estava posta. Cora e eu fomos os primeiros a ocupar o local. O silêncio entre nós poderia ser considerado constrangedor. Sentia que aquela mulher estava me julgando mentalmente

─ Bom dia, pai - Bocejou e beijou minha bochecha antes de se sentar ao meu lado

─ Bom dia, meu amor - Sorri fraco

─ Bom dia, Senhora Mills - Acenou com a cabeça

─ Bom dia, querida - Sorriu ─ Sua mãe está melhor?

─ Ela ainda está dormindo, mas deve acordar melhor - Cortou um pedaço de bolo ─ Obrigada pela preocupação

─ Ela vai precisar é de uma boa xícara de café e alguns comprimidos - Neguei com a cabeça ─ Eu nunca tinha visto a Rebecca desse jeito

─ Você nunca viu a minha mãe bêbada? - Me encarou surpresa ─ Acho que o senhor está se esquecendo de algumas ocasiões especiais - Brincou

─ Não estou me referindo a isso filha - Não consegui conter a risada ─ A Rebecca é a pessoa com mais alegria de viver que eu conheço, acaba sendo estranho vê-la agir daquela forma, independente de qual tenha sido o motivo

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⏰ Última atualização: Feb 04, 2023 ⏰

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