A Lenda do Lobo Branco

733 122 10
                                    

— Ele que me trouxe para cá? — Perguntou Izuna para a ômega que vivia ali que havia acabado de deixar a bandeja com o seu jantar como estava fazendo a quatro noites já. Durante os dias era uma pessoa diferente, mas sempre ômegas.

A garota ruiva que atende pelo nome de Kushina abriu um largo sorriso e disse. — Não, na verdade ninguém sabe como você chegou aqui, Hashirama sentiu o cheiro de um novo ômega e quando veio ver você já estava aqui, limpo e devidamente coberto com água na jarra e tudo. Alguém simplesmente o deixou aqui e foi embora pelo jeito.

Izuna arqueou a sobrancelha, confuso. Se lembrando do momento em que subiu nas costas do lobo branco e após acordando ali e o menor disse comendo mais um pouco da sopa de legumes. — Alguém viu um lobo branco de olhos vermelhos recentemente? Eu ... eu encontrei um, subi nele e acordei aqui.

A ruiva olhou em espanto para Izuna e ela o questionou, incrédula. — U-um.. Lobo Branco de olhos vermelhos?

— Sim, ele me salvou de um exército de alfas que estava atrás de mim. Que queriam me levar de volta. — Disse Izuna.

A garota parecia tão aterrorizada com tal informação que deixou Izuna sozinho e saiu do quarto às pressas e Izuna disse para si mesmo. — O que eu falei de mais? Será que vão achar que eu sou louco?

Izuna terminou de comer e deixou a bandeja sobre a mesa ao lado da cama ainda pensativo o que falou de tão errado para a ruiva sair dali daquele jeito. Quando terminou a sua refeição viu Hashirama chegando ao quarto ao invés de Kushina. O alfa se aproximou lentamente, pela possibilidade do alfa ter alguma informação do que poderia estar acontecendo ali, Izuna resolveu se controlar e deixar o homem se aproximar.

— Vim ver se você está melhor, ou precisando de alguma coisa. — Disse ele com um gentil sorriso e Izuna disse. — Na verdade, eu queria saber sobre algo. — Disse o menor, e o moreno se sentou na beira da cama e o olhou ao dizer. — É sobre o lobo branco, não é?

Izuna assentiu e Hashirama continuou. — Kushina mencionou que você o viu e pelo que diz, é provável que ele tenha o trazido para cá. — Disse o moreno em uma pura expressão de tranquilidade e nostalgia. Mas Hashirama logo se levantou e se aproximou da janela levando ambas as mãos as costas. — Junte-se a nós ao cair da noite, Izuna. Alfas, Betas e Ômegas sempre se reúnem na primeira lua cheia do mês em volta da fogueira, no centro do nosso vilarejo, contamos lendas e histórias de nossa comunidade.

Hashirama voltou a olhar para o menor confuso e sorriu gentilmente ao ômega ao dizer. — Vai ter as respostas que busca sobre o lobo. — Hashirama sorriu e ao passar por Izuna mais uma vez bagunçou os cabelos dele em um carinho e o deixou à vontade no quarto, com o convite para se reunir com os demais aldeões para as histórias secretas.

Izuna sorriu, sentiu-se acolhido naquele local pelo simples convite. Nas terras em que vivia, ninguém além dos alfas podia saber das histórias do vilarejo. E ali não, ali aparentemente todos conviviam em perfeita harmonia, parecia até mesmo um sonho que um lugar desses existisse.

. . .

Quando a noite caiu dando espaço para uma enorme lua cheia em um céu pintado de estrelas, Izuna estava lá, juntando-se à roda em meio a outros ômegas, alfas e betas. No centro da roda havia uma fogueira que emanava um delicioso calor para aquela noite fria. Aquecendo todos os presentes. Kushina quando chegou se sentou ao lado de Izuna e se desculpou baixinho por ter saído do quarto daquele jeito e Izuna assentiu. — Não tem problema. — Foi o que ele disse exibindo um sorriso largo e gentil para a ruiva que retribuiu ao sorriso e engatou no braço do ômega, apoiando a cabeça no ombro dele enquanto disse. — Posso ficar assim? Estou com frio e meu alfa não está na vila hoje.

Izuna sorriu e disse. — Claro, não tem problema. — Kushina sorriu e permaneceu naquele jeitinho. A ruiva não era muito fácil em fazer amigos, pois ela tinha "ranço" da maioria das pessoas, mas as respeitava. O motivo disso é que a maioria dos ômegas do local eram garotas e todas ficavam atiçadas perto do alfa da ruiva e isso fazia ela encrencar com todos. E o fato dela ser acolhida pelo líder, Hashirama, na ausência de Minato, o braço direito do líder e alfa da ruiva despertava inveja em outros de seu status, o que gerava ainda mais inimizades para a ruiva. E Izuna era novo, enquanto ele não mexesse com Minato, ou não fosse invejoso ela seria amiga dele, estava disposta a isso.

Após alguns minutos Izuna ouviu a voz gentil de Hashirama cumprimentando a todos na roda, e dando início às histórias da aldeia. Foram contadas lendas fantasmagóricas em sua maioria que partiram tanto de ômegas quanto de betas e alfas. Eram histórias curtas mas ainda assim interessantes.

Uma tomou a atenção especial de Izuna quando um beta contou sobre a lenda de algo que eles chamavam de corpo seco que habitava as matas. Contaram que haviam visto a criatura que se assemelhava a galhos que habitava ao redor, contando como tornou-se aquilo quando foi expulso pelo céu e pelo inferno por fazer algo terrivelmente cruel em vida e agora vagava sem rumo, sem propósito, apenas atormentando as pobres almas que ousavam cruzar seu território.

Lobo que habita minha peleOnde histórias criam vida. Descubra agora