Castiel caminhava apressadamente rumo a casa dos Winchesters, havia recebido uma ligação de Sam alguns minutos atrás – o adolescente dizia com pressa que seu irmão mais velho não aparentava muito bem, não havia saído do quarto o dia inteiro, e agora, ele deveria ir para a oficina de Bobby, porém, o mais velho dos Winchesters não tinha nem mesmo dado as caras.
Cass não pensou duas vezes antes de pegar seu casaco e ir em direção à nevasca lá fora.
Sequer tocou a campainha da casa quando adentrou a sala, passando como um raio ele subiu as escadas rapidamente sentindo a garganta secar pela falta de saliva e ar em seus pulmões. Havia corrido três quarteirões para chegar ali, tirando o fato de que quase foi atropelado, e engolfado pela neve brutal que cobria toda a estrada. Ele sentiu suas pernas cederem no meio da escada, mas se manteve firme.
Castiel conhecia Dean como a palma de sua mão, ele já estava preocupado a muito mais de uma semana, mas sempre que perguntava o Winchester sorria e dizia que era "coisa da cabeça superprotetora de Cass". Castiel podia ser lento em muitas coisas, mas ele podia facilmente reconhecer quando Dean estava mentindo, ou o como aquele sorriso era puramente insincero.
Ele atravessou o corredor e enfim alcançou a porta do quarto de Dean, finalmente se dando permissão para respirar. O ar doméstico estava quente, aquecendo suas narinas congeladas, seus dedos estavam pálidos e seu sobretudo molhado de neve derretida. Levantou-se com a ponta dos dedos, finalmente batendo na porta de carvalho. Castiel prendeu a respiração.
— Sam, eu já disse 'pra dar o fora, cara. Vai logo 'pra droga de confraternização! – A voz retumbou de dentro, fazendo Cass enrugar a bainha do sobretudo.
— Sou eu, Dean. – Sua voz estava rouca, mas aquele tom aveludado era tão quente quanto a casa aquecida. Houve um silêncio do outro lado, logo um farfalhar, um tlintar, uma fungada.
— O que você quer, Cass? – Agora a voz soava um pouco diferente, mais calma - ou assim parecia.
— Quero ver você. – Tocou a testa na porta, fechando os olhos. – Mas essa porta não deixa.
— Castiel... – Murmurou baixo, quase inaudível, e Cass jurou que ele estava cerrando os punhos.
— Dean... – Mordeu as bochechas, sentindo a neve escorrer por seu rosto. – Eu não vou sair daqui até você abrir. E você vai abrir.
Pôde ouvir um protesto praguejante, um ruído e novamente um farfalhar bruto. Castiel balançou-se para frente e para trás, ouvindo o destrave da porta. E teve que conter o sorriso de satisfação quando a porta fora lentamente aberta até que uma mísera fresta permitisse uma mera visão do quarto, e dos olhos vermelhos.
— O que você quer, cara? – Disse rugoso.
— Eu já disse. Por favor, Dean, abra a porta. – Aproximando seu rosto rente a abertura, lançou-lhe aquele olhar caloroso que tinha, vendo o olhar pesado de Dean vacilar. Em segundos, a visão completa da sala foi dada a Cass. Ele suspirou profundamente antes de entrar, observando como a postura de Dean já revelava sua condição – o jeito que ele não conseguia olhá-lo nos olhos.
— Como pode ver, não há drogas, xerife.– Riu áspero puxando uma garrafa de cerveja para boca, sem olhar para Cass que inspecionava seu quarto como um policial. Caminhou até o loiro com cautela, sem querer quebrando algo com os pés. O moreno logo olha para baixo, vendo seu pequeno reflexo dividido em milhares nos pequenos pedaços de vidro. Seguindo o rastro, outras dezenas de cacos jogados debaixo da cama.
— Você não está bem. – Tocou seu ombro, sentindo os músculos do rapaz se tensionarem.
— Eu estou bem.
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☆ Coletânea de Oneshot's e Estórias Destiel ☆
أدب الهواةAlgumas estórias destiel (Dean & Cas) para alimentar nossos corações tristes.