Era noite, as estrelas brilhavam intensamente e Henrique corria sem rumo pelas ruas de Brasília, fugia de seus pais, a cada esquina procurava rapidamente algum lugar para se esconder de seus problemas, correu até suas pernas cansarem. Chegou na entrada da estação de metrô, sentou–se em um banco e olhou o relógio de ponteiros que carregava em seu pulso, marcava 11:50 da noite, os terminais de compra de bilhetes já haviam sido fechados.
Henrique abaixou a cabeça e levou suas mãos tremulas de nervosismo a elas, suspirava de cansaço, seus olhos lacrimejavam e antes que a primeira lagrima escorresse por seu rosto ouviu:
– Está tudo bem?
Uma voz doce e suave que trouxe um ritmo mais calmo ao seu coração, levantou a cabeça devagar, não se importou com seus olhos cheios de lagrimas prestes a caírem, e se deparou com uma jovem de cabelos negros, pele pálida mas não pálida de doente, uma palidez que brilhava, Henrique nunca tivera visto alguém assim, ela vestia um casaco preto e grande que tocava o chão, ele estranhou, pois a noite não estava tão fria, estava até um pouco quente, ficou parado admirando a menina, emudecido, enquanto sua lagrimas, ainda retidas em seus olhos, secavam.
– Está tudo bem? – Perguntou novamente a menina;
Henrique voltou a si, passou a mão nos olhos secando o que sobrara das lagrimas e disse:
– Bem não estou, mas ficarei, depois que sair desta cidade. A proposito sabe de algum meio de sair logo daqui?
A menina sorriu levemente e sentou–se ao lado de Henrique, que a observava.
– Bom primeiro devo me apresentar, como fui relaxada agora, meu nome é Lorien, não é o meu nome mesmo, mas todos me chamam assim, e o seu?
Henrique não sabia se respondia ou se ignorava a menina, o que seria muito rude, pensou.
Lorien perguntou novamente com um tom mais forte – Então qual seu nome?
– Meu nome é Henrique.
– Bom, não vou te chamar assim um nome muito chato, sem graça, eu acho que vou te chamar de, huuum...
Enquanto a menina pensava, Henrique se distraiu com uma abelha que voava atrás da menina, estranhou pois nunca tinha visto uma abelha voar a noite.
–Já sei, vou te chamar de Henry, melhora um pouco o seu nome, ok?!–concluiu a menina
Henry voltou a atenção para a garota que esperava alguma resposta dele, por sua vez ele assentiu em silencio com a cabeça em sinal de sim.
– Então Henry, você quer fugir da cidade, ir para outro lugar, imagino que seja por problemas?
– Be...
Interrompeu a menina – Não, não precisa responder, creio eu que sim, te proponho então que venha comigo no metrô que chegará daqui a poucos minutos que tal?
– Como assim ir com você? A estação já fechou!
– Calma, não precisa se preocupar só me diga, você vem comigo ou não? Você quer realmente fugir daqui?
– Henry prontamente respondeu: – sim, eu quero sair daqui!
– Ok! Então você vem comigo – disse Lorien dando um pulinho do banco e ficando de pé em frente de Henry, puxou um antigo relógio de bolso de dentro de seu casaco, olhou fixamente as horas e deu um leve sorriso e tornou a seu estado de alegria dizendo: – Está chegando – estendeu a mão para Henry oferecendo ajuda para se levantar e disse: – Vamos, venha comigo!
Henry segurou a mão de Lorien e no instante em que suas mãos se firmaram uma na outra e Henry se pós de pé, dezenas de pessoas surgiram, a estação que ainda a pouco estava vazia agora estava cheia de pessoas, os silencio sumiu e as vozes de várias pessoas conversando ecoava pelo ar.
Henry ficou sem palavras, não conseguia entender de onde surgira tantas pessoas em um piscar de olhos, olhava para todos os lados e via pessoas caminhando pela estação, algumas sentadas outras comprando tickets de passagens, o que ainda a pouco era impossível de se fazer no momento, todos agiam como se sempre estivessem ali.
Lorien vendo o rosto de surpreendido de Henry, pôs–se a falar – Calma, Henry, calma, no metrô eu te explicarei tudo – de repente surgiu o som de uma voz que dizia – O próximo metrô está chegando a estação– e foi sucedido pelo som do metro chegando, dava para se ouvir de longe, tinha a frequência de uma rajada de metralhadora, estava muito rápido para um metro parar na estação e até mesmo para passar por ela sem parar, Henry nunca ouvira algo parecido, o metrô chegou a estação, e parou de repente, ecoando um ruído estridente dos freios chegando até os ouvidos de Henry, que tentou futilmente abafar o som colocando as mãos nos ouvidos.
Logo em seguida ecoou por toda a estação – Todos a bordo!
Algo que não é muito comum em estações de metrô, talvez em estações de trem, mas em um metrô? – Pensava Henry.
Lorien tornou a falar – Então pronto, para partir?
Segurou firme a mão de Henry e o puxou, correndo em direção as catracas enquanto dizia: – Vamos, vamos, não temos muito tempo!
Puxou rapidamente dois tickets de passagem do bolso de fora do casaco e os inseriu na catraca, de forma meio atrapalhada, mas que não impediu a passagem dos dois, que corriam entre as pessoas para dentro do vagão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A coroa de Brenin
FantasyUm mundo fantástico, habitado por diversas raças, onde não só a magia e a ciência se mesclam e se comunicam entre si, como diversos mundos se conectam e se unem em um grande universo. E assim um encontro guiado por forças maiores leva um menino a c...