A coroa de Brenin

A cabine

Ao entrar Henry notou que o vagão era diferente por dentro, parecia mais um vagão de trem de viagem, com um estilo antigo, meio rustico com algumas cabines, entraram na primeira que viram, Lorien jogou Henry em uma das poltronas estufadas e se espreguiçou no outro, que ficava de frente para o garoto, que olhava ao seu redor sem entender onde realmente estava.

Henry não sabia o que falar diante da sua falta de conhecimento sobre o que estava realmente acontecendo, perguntou a primeira coisa que lhe veio à cabeça, que parecia a mais coerente.

– Qual o seu destino? Já que estou com você eu tenho que saber.

Ignorava o fato de o vagão ser diferente por dentro, afinal nunca tivera entrado no metrô de Brasília.

– Bom, nós estamos indo para Prefacia...

– Como assim Prefacia? Que lugar é esse? – Interrompeu Henry

– Imaginei que não iria conhecer, acho que quase nenhum humano na terra conhece esta ou as outras cidades de qualquer que seja o reino a que ela pertença, na verdades os seres humanos daqui são os mais leigos quando o assunto se trata de outros reinos, praticamente desconhecem esse assunto, vocês tem o ego inflado e se veem como os únicos seres que tem inteligência, e estão procurando no lugar errado alguma outra forma de inteligência, hahaha, na verdade vocês nem são tão inteligentes assim existem outras raças com muito mais inteligência que vocês... – Lorien falava sem parar, enquanto Henry emudecido, tentava entender tudo aquilo que estava ouvindo, não sabia se realmente dava credito ao que estava ouvindo.

E pensava: – Sobre o que ela está falando? De duas uma, ou ela tem uma imaginação muito grande ou eu embarquei em uma viagem com uma louca, – Pensava Henry enquanto ouvia tudo aquilo.

– Bom voltando a sua pergunta, Prefacia é a primeira cidade criada que se tem conhecimento, ela é simplesmente incrível...

Lorien foi interrompida por um barulho de apito estridente, que logo parou e ouviu–se a gritar – O trem está partindo – e continuou a falar do quão incrível a cidade era, Henry já não conseguia mais prestar atenção na menina, voltou sua atenção a seu questionamento de que nunca tivera visto um metrô onde se anunciava que já estava a partir ou que se aparentavam por dentro como este e ignorou o fato de que quem anunciou a partida ter dito trem ao invés de metrô. Olhou pela janela e a estação já havia sumido, as paredes do túnel com suas luzes passavam velozmente pela janela, e Henry não entendia como tudo estava tão rápido, sendo que não sentiu aceleração nenhuma e não se passaram sequer 1 minuto desde que ouvira o apito, preferiu não comentar e voltou a olhar para Lorien.

A menina continuava a falar com toda a sua animação, até que se calou subitamente, seu semblante mudou, olhava pela a janela procurando algo, depois ter visto muito brevemente um desenho na parede pôs um sorriso no rosto e disse:

– Já vamos passar pelo portal

– Como assim portal? – Questionou Henry

Antes que Lorien respondesse tudo ficou escuro e silencioso, ouviu–se então um assovio lírico que passava por todas as os vagões, não era muito alto e não incomodava, pelo contrário acalmava, e tranquilizava, sua duração foi breve, e assim que parou a luzes voltaram a ficar acessas.

Henry olhava para as lâmpadas do teto e tentava entender o que tivera acontecido, talvez um simples apagão nas luzes, mas e o assovio?

– Você ouviu também? – Perguntou enquanto abaixava a cabeça

Porém não conseguiu continuar sua fala, Lorien estava diferente, agora no lugar de orelhas normais estavam orelhas pontudas e grandes, se aproximou mais perto de Lorien, que ficou sem jeito com a aproximação de Henry que chegou a toca–las para ver se realmente eram reais, voltou a sentar–se na poltrona, esfregou os olhos, sem entender o que tinha acontecido. Engoliu seco e perguntou: