punish you for things you never did

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Eu passei meu fim de semana na cama, sem vontade alguma de levantar. Depois de ligar para Kane e cancelar a maratona, apenas pensei quão cansado estava. Richie mandou várias fotos de Charlie, além de postar e então sou obrigada a ver todos os comentários falando se ela já tinha conhecido minha filha.

Eu odeio essa história, odeio como foi exposto, odeio como quis morrer quando aquela festa foi exposta, odeio como todos tem algo a dizer daquele dia e odeio como eu jurei não chorar mais, e agora mais um juramento está quebrado.

Flashback:

EUA - 4 DE JULHO

- Vamos finalmente voltar para casa. - não tenho nada contra os EUA, mas sinto falta do conforto da minha casa.

- Você devia vir com a gente para o Brasil. - ele está na cama com Charlie deitada no peito.

- Eu sei, mas não posso. Ela tem uma consulta amanhã. - digo deitando ao seu lado.

- Eu vou ter o aeroporto com vocês, tem certeza que tá tudo bem eu ir sozinho na festa?

- Absoluta, eu confio totalmente em você e vocês vão comemorar a maior vitória de suas vidas. - eu sorri e o beijei. - Eu te amo.

- Eu te amo mais, nunca esqueça disso. - ele levou o braço livre pra me abraçar. Ele iria para o Brasil com o resto da seleção, e eu vou voltar para casa. Não porque não queria ir ao Brasil e sim porque Charlie não é acostumada ao calor americano e agora ela está passando mal. - E você está errado, minha maior vitória foi ter conseguido vocês na minha vida.

Quebra de tempo:

- Por favor, me liga quando chegar e quando levar ela ao médico. - era a décima vez que ele falava isso.

- Eu sei, calma baby. - ele parecia desesperado.

- Eu deveria ir com vocês. - e lá vamos nós de novo. - Ela está doente, se ela piorar?

- Ela não vai piorar amor.

Antes que ele pudesse falar algo, meu voo foi anunciado. Ele a abraçou forte, e me puxou para o abraço. Após desfazer o aperto, ele me beijou. Foi nosso último beijo, antes de tudo.

- Eu amo vocês. Vocês são meu mundo, nunca esqueça disso. - ele sorriu.

- Eu nunca vou esquecer. A gente te espera em casa amor. - peguei Charlie. - Da tchau pro papai amor.

Fim do flashback

Essa foi a última vez que fomos uma família. 3 dias depois, ele chegou em casa e nos separamos. Antes que eu pudesse voltar pra minha bolha de sofrimento, escutei a porta. Eles chegaram.

Após descer a escada, vejo Charlie estendendo os bracinhos pra mim. - Oi minha linda, sentiu minha falta? - ela sorriu mais. - Eu estava morrendo de saudades de você.

Mesmo querendo, ela não veio pro meu colo. Como eu disse, ela ama o colo dele mais, isso não me deixa chateado, eu amo como ela se sente segura com ele.

- Ocorreu tudo bem? - me dirigir a palavra a ele.

- Sim, ela se comportou bem. - ele sorria orgulhoso. - Como foi sua maratona? Vocês se divertiram?

- A gente não fez maratona. - respondi rápido. - Eu cancelei.

E agora, ele não sorria mais de orgulho e sim de alívio. Depois daquela cena na cozinha, ele se afastou e disse que não tinha desistido da nossa família como eu. Eu não desisti de nada, ele jogou nossa família no lixo mas no fundo, bem no fundo talvez na minha cabeça esteja dizendo que estou punido por coisas que ele nunca fez. Porém, a foto daquela reportagem diz o contrário.

- Quer ficar para almoçar? - ele concordou rápido.

- Sim, eu senti falta de comer em família. - ele respondeu como se a gente tivesse voltado.

- Bom, somos uma família por ela. - respondi.
 
- Não, somos uma família porque além de casados, nós nos amamos.

E ai estava um dos motivos de eu ser apaixonado nesse idiota, ele nunca desisti, parece que nasce com o desejo de lutar até o fim pelo oque quer. Eu sorri e ele subiu a escada com nossa filha, e agora parece que somos uma família por mais que nunca voltaremos a ser.

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Espero que tenha gostado.
Até a próxima.

The Great War - 2sonOnde histórias criam vida. Descubra agora