maybe it was ego swinging

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Eu estava odiando o meu eu do passado por ter deixado a cortina aberta, o sol estava bem no rosto de Charlie que fez a mesma acordar.

- Oi meu amor. - disse a trazendo pro meu colo - Não precisa chorar, papai ta aqui.

Hoje é sexta, dia do Richarlison ficar com ela. Vou ter um fim de semana só para mim, pois ele pediu (avisou) que ficaria com ela até domingo. Ele falou "Vou pegar ela às 7h30", curto e grosso. Nossas conversas têm sido assim agora, o único assunto que tínhamos em comum agora era nossa filha. Enquanto ela se acalmava, eu olhei para o relógio e são 07h da manhã.

MEU DEUS SÃO 07 DA MANHÃ!

Agora eu tenho uma criança para arrumar, uma mini malinha dela e o café da manhã em menos de 30 minutos. Levantei com ela no meu colo, ela grudou seu corpinho no meu, oque significa uma coisa, ela não vai sair dele até uma outra pessoa pegar ela. A outra pessoa não pode ser qualquer uma, tem que ser o outro pai porque Charlie só ama uma coisa mais do que o meu colo e é o idiota do pai dela.

Eu e ele nos separamos há 3 semanas. Aquela briga fica dando replay, fico pensando quando foi que nos tornamos apenas pais dela e não um casal. Sinto falta da nossa família, a família que começou quando nós olhamos naquele campo pela primeira vez, quando assumimos nosso relacionamento, nosso casamento e quando decidimos adotar nossa menina, bom minha menina. Charlie era meu orgulho, mas era a felicidade de Richarlison. Ele moveria o mundo por ela, como ele movia por mim.

A campainha tocou, quando estou alimentando Charlie, então a pego e vou atender. Eu estranhei, pois por mais que estivéssemos separados, ele tinha a chave. Fui até a porta e abri.

- Kane? - oque caralhos ele faz aqui?

- Oi Soony - me cumprimentou e entrou. - Sei que Charlie vai ficar fora esse fim de semana então vir fazer um convite.

Kane era tipo um amigo que eu amava, mas que Richarlison não gostava muito e agora ele estava prestes a chegar. Vai encontrar seu marido (ainda não nos divorciamos) com o homem que ele sempre sentiu ciúmes.

- Qual convite? - eu tentei sorrir.

- Podemos maratonar um série esse fim de semana? - claro… que NÃO.

- Claro, aqui ou na sua casa? - merda, maldita hora para ser alguém gentil.

- Pode ser aqui. - ele respondeu com um sorriso no rosto.

- Oque vai ser aqui? - escutar essa voz fez meu corpo gelar.

- Na… - antes que pudesse negar, Kane me interrompeu.

- Vamos maratonar uma série. - Kane seu merda, pra bater pênalti não serve mas pra FALAR OQUE NÃO DEVIA SABE.

- Vocês vão? Aqui? Na minha casa? - Richarlison passou por ele e pegou a filha.

- Bom, não é mais sua casa. - eu fiquei surpreso.

Antes que começasse uma briga, eu fechei a porta na cara de Kane. Depois resolvo com ele. Agora preciso lidar com o brasileiro na minha frente.

- A mala dela está em cima da cama, do nos… meu quarto. - falei e caminhei até a cozinha. Talvez negar o assunto funcione.

- Não vamos falar que você está saindo com outro. - ele veio atrás.

- Eu não estou saindo com outro. - respondi enquanto arrumava a cozinha.

- Tenho direito de saber quem entra na casa que minha filha mora. - ele deixou Charlie no cercadinho.

- Oque quer dizer? - olhei para ele.

- Que não quero Kane aqui. - ele respondeu simples.

-Charlie não vai estar aqui esse fim de semana, então não precisa se preocupar com isso. - não era mentira que ele estava preocupado com ela, mas conheço ele. Isso é apenas ciúmes.

- Mas você vai estar, você é… - ele parou pra pensar. - o pai dela.

Aquilo me quebrou, sou apenas o pai da sua filha e não mais o amor da sua vida.

- Entendo, não se preocupe comigo, Richarlison. - respirei fundo. - E como disse, não estou saindo com Kane. - me viro para a pia.

Esse silêncio total é agoniante, pensei que ele tinha ido pegar as coisas de Charlie até que sinto suas mãos se envolverem na minha cintura.

- Sinto sua falta. - aquela voz.

- Por favor…

- Oque eu tenho que fazer para você acreditar em mim? Eu moveria o mundo para você acreditar em mim.

Quando estou prestes a virar e dizer (implorar) para ele voltar para casa, eu lembro daquela maldita reportagem, daquela MALDITA FESTA.

- Então por que fez aquilo?

Nós dois éramos uma lembrança viva de que não importa o quanto tente, o ego as vezes é mais forte.

✤✤✤✤✤✤✤✤✤✤✤✤✤

Fim.
Até próxima.

The Great War - 2sonOnde histórias criam vida. Descubra agora