Capítulo 9

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Juliette

Hoje era dia de festa aqui no morro e Sérgio quer que eu vá com ele. Ele odeia que eu saia para lugares como esses, mas, por ser uma festa grande, ele disse que as pessoas precisam ver como ele está bem acompanhado, aliás, vão perguntar sobre a esposa dele e oque ele vai dizer?

Senti uma certa felicidade pulsar em meu peito, ele dificilmente fazia questão disso, mas quando acontecia, eu me sentia muito importante para ele.

Saímos de manhã para comprar roupas. Foi um sacrifico achar algo que agradasse ele...nada muito curto, nada muito decotado, nada muito exagerado. Depois de uma longa procura, achei um vestido preto de glitter, colado e de alcinha. Não era nada chique, mas está bom para a ocasião, afinal, não posso chegar lá parecendo uma perrapada.

Depois, no fim do dia, comecei a me arrumar. Deixei Manuella na casa da minha mãe, era a primeira vez que ela ia dormir fora de casa...meu coração já estava pequeno e eu, morrendo de saudades.

Tomei banho, me vesti, fiz uma maquiagem leve e fiz meu cabelo, passei perfume, peguei um casaco e uma bolsa.

-Pronta?

Sérgio disse entrando no quarto.

-Caraca! Vc está muito gata!

Ele disse e eu sorri, já tem um tempo que não me sinto tão bonita assim.
Ele sorriu para mim e se aproximou, depositou um beijo na meu ombro.

-É melhor a gente ir logo, antes que fique difícil sair daqui.

Confirmei e saímos de casa, entramos no carro e seguimos para o local da festa.

Sarah

Resolvi que vou para a tal festa que vai ter a noite. Me arrumei e mandei uma mensagem para Gugal, que não demorou muito e já me respondeu, confirmando que virá me buscar.
Preciso estar aonde Sérgio está, saber seus passos e oque ele faz, em lugares como esses.
Em pouco tempo, ouvi uma buzina, peguei minha bolsa e saí de casa.

-Eita!

Gugal disse ao me avisar chegando perto de seu carro, ele estava com a porta aberta para que eu entrasse.

-Oque foi?

-Achei que vc não conseguiria ficar mais gata do que já é, tô vendo que estava errado.

-E eu estou vendo que teus flertes não pararam.

-Pra vc não para jamais!

Ele piscou para mim, entrei no carro e seguimos para festa.

-Chegando lá tu fica ligada. Tá bombando o baile, tem muito maluco noiado por lá.

-Pode ficar tranquilo! Sei lidar com esse tipo de homem.

Sorri e ouvi a música começar a ficar mais alta, na altura em que fomos nos aproximando.
Gugal estacionou o carro e descemos, subimos para o camarote.

-Pega a visão!

Gugal chamou a atenção para os homens que estavam perto da churrasqueira, entre eles vi Biel, que acenou para mim.

-Ela tá comigo, se acontecer alguma coisa com ela, pode meter bala!

-Já é!

Os homens confirmaram e ele acenou com a cabeça, puxando um cigarro de seu bolso. Olhei para ele com uma das sobrancelhas erguidas.

-Quando vc vem pro morro, as gírias começam a fazer parte de vc.

-Mas não precisa matar ninguém por minha causa, tá bom?

-Eu mato e morro se mexerem com vc.

Revirei os olhos e peguei uma cerveja.

-Fica a vontade, tô te prendendo não. Quiser dar uma andada pra ver o movimento.

Confirmei e resolvi que ia dar uma volta. Tem muitas pessoas aqui, mas, acredito que ainda não seja todas as pessoas que vão estar aqui essa noite. Olhei no relógio, quase meia noite.

Desci as escadas e andei até a multidão de pessoas, a música está alta e só se vê pessoas dançando e se espremendo umas nas outras. Vi armas apontadas para cima, pessoas vendendo drogas e muita bebida, de todo tipo.

Juliette

Chegamos e os amigos de Sérgio vieram nos cumprimentar.

-Veio cair na noitada hoje hein?

-Que isso, tô com a minha mina aqui...hoje tô comportado.

-E é? Achei que a mina ai estava na pista.

Um dos amigos dele brincou, ele pegou a arma que estava na mão do homem e colocou em seu pescoço.

-Continua tirando onda, que eu vou trocar uma ideia contigo rapidinho.

Ele apertou a arma no pescoço do homem.

-Sérgio...

O repreendi, eu nunca o vi segurar uma arma, ele parece saber oque está fazendo e isso me assusta.

-Mete o pé daqui.

Ele empurrou a arma no peito do homem que saiu depressa.

-Vamos!

-Pq fez isso? Não precisava de tanto.

-Precisava sim! Eu não dei liberdade nenhuma para aquele maluco falar oque falou.

-Mas vc precisa se controlar, se não vc vai acabar...

Parei minha frase, não acredito que ele faria algo do tipo.

-Acabar? Acabar oque? Matando alguém? Isso não seria um problema pra mim, te garanto.

Ele pegou em minha mão e subimos as escadas.
Será que ele já matou alguém? O homem que eu divido a vida já sujou as mãos de sangue? O pai da minha filha já tirou a vida de alguma pessoa inocente?

Subimos e continuei com aquele pensamento na cabeça. Ele estar no mundo do crime, não é surpresa nenhuma pra mim, mas eu ainda tenho esperanças dele ser diferente.

-Fique sempre aonde eu possa te ver...não quero que nada de ruim te aconteça.

-Hum, tá bom!

-Vou ali trocar uma ideia com os caras, qualquer coisa me grita.

-Como se desse para escutar.

Ele dá de ombros, me puxa pela cintura e me beija, saindo em seguida do meu campo de visão.

Olho em volto, pego um copo de refrigerante e bebo de uma vez. Por mais que eu já esteja acostumada, a música alta sempre me incomoda. Pisando no chão é possível sentir os tremores do som alto e o corpo todo treme junto aos estralos do chão.

Peguei um espetinho e comi, me sentei em uma cadeia e olhei o movimento. O ar estava tão pesado por conta das drogas que resolvi me afastar um pouco, odeio esse cheiro.

Desci e fui até o andar de baixo, haviam pessoas demais, mal conseguia me movimentar. Saí da multidão e sentei em um lugar mais afastado, não era tão distante do movimento, conseguia até ver Sérgio no outro andar.

Continuei passando meus olhos pelas pessoas, até ver uma rosto e um cabelo conhecido. Sarah!

Me desculpem o sumiço!!! Estava aproveitando as férias...mas voltei.

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Continuo?

Entre a vingança e o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora