Entre a vingança e o amor

Capítulo 10

Sarah

Enquanto estou sentada em um canto na festa, vi diversas pessoas chegarem para conversar com Gugal.
Mães com muitos filhos, que demonstravam gratidão, por um sapato novo, ou uma cesta básica que chegou em casa, um móvel e até mesmo, agradecendo por uma peça de roupa.
Sorri. Sempre soube que Gustavo e Gabriel seriam pessoas incríveis, independente dos caminhos que eles resolvessem seguir.

Peguei uma cerveja e resolvi andar, não havia avistado Sérgio ainda, acredito que ele ainda não havia chegado.
Enquanto passei pelas pessoas, ouvi diversos assobios e muitos olhares caíram sobre mim, passei reto e continuei meu percurso até algum lugar.

Olhei em volta e meus olhos se cruzaram com os de Juliette, que me olhava de longe. Acenei e ela sorriu fraco, depois olhou para cima, como se procurasse por alguém. Olhei também, vi um homem que não estava ali quando sai, e olhando para ele de costas, considerei que deve ser Sérgio.

Então será que não devo ir lá falar com ela? Talvez ele não goste, por isso ela o procurou com os olhos. Vi ela se afastar da multidão e ir andando até o outro lado da festa. Fui atrás dela.

-Ei, Juliette!

Chamei sua atenção, ela se virou e me olhou.

-Oi Sarah! Não sabia que viria...achei que não conhecia ninguém por aqui.

-Ah, sim! Reencontrei uns amigos de São Paulo, que por coincidência, estão morando por aqui.

Menti, já que a história é que eu sou de São Paulo.

-Que bom, assim vc não fica sozinha por aqui.

-Sim! E vc, veio acompanhada? Está sozinha.

-Meu marido está conversando com alguns amigos, e eu não sou a maior fã dessas festas.

-Entendo!

Olhei em volta e vi um balcão com diversas coisinhas para comer.

-Então, servida?

Puxei um prato para ela, que sorriu e concordou, pegando o prato em seguida.

-Eu também não sou fã de festas assim, mas o trabalho em São Paulo estava me consumindo tanto, que me sinto até relaxada de estar aqui.

-É, as vezes é bom para espairecer a cabeça um pouco.

-E vc já não gosta mais pq? Vem muito nessas festas?

-Eu? Hum...as vezes...nem sempre tenho vontade.

Ela deu de ombros, sua resposta foi tão vaga, que se eu a conhecesse melhor, diria que está mentindo.

-E seu marido não se importa? Pq acredito que ele vem sempre né, e vc não vir, ele não fica chateado?

-Ah...fica sim! Mas, ele entende o quanto minha vida é corrida e cansativa.

Concordei, nos sentamos em uns banquinhos que haviam espalhados e comemos os salgados que pegamos.

-Huuum...que saudade eu estava de comer um salgado!!

Juliette leva a coxinha a boca e mastiga como se fosse a coisa mais gostosa do mundo. Observei atentamente seus movimentos.

-Não come com frequência?

-Nem pensar! Essas coisas me transformam em uma bola e preciso emagrecer. Mas, não me lembro a última vez que comi uma coxinha.

Ela morde outro pedaço, continuo observando.

-Puxa vida!! Como eu deixei de comer isso?

Ela realmente estava feliz de estar comendo aquela coxinha. Posso dizer que parece uma criança com um doce ou com o seu brinquedo favorito.