Um mundo cinzento algum dia pode se tornar colorido e cheio de sabores adocicados, a angústia, a dor e a solidão podem ser cobertas por um punhado de açúcar, a vinda do sangue ao oxigênio pode ter diversos sabores açucarados que eleva a nossa dopami...
Eu já não estava mais morando no interior do Japão, me mudei para o exterior com 18 anos quando recebi a proposta de trabalhar em uma das livrarias mais bem sucedidas, trabalha comigo uma colega que se tornou minha amiga, onde as vezes fazemos o horário da outra quando uma não pôde vir
°Livraria dear book
Ouço as portas se abrindo e sinto o vento externo que batia na pele do meu rosto e em meus cabelos, logo a frente avisto uma menina com seus longos cabelos vindo na direção do balcão onde eu me encontrava
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Naomi: Bom dia! Seja bem vinda à dear book- dou um sorriso
Xxx: Bom dia, eu gostaria de saber se aqui faz impressão de fotos para colocar em quadros? Hoje é feriado e a loja de fotos está fechada
Naomi: Fazemos sim, qual o tamanho das fotos
Xxx: Todas 10x15 por favor
Era estranho o quanto eu sentia meu coração inquieto com a presença dessa moça
A mesma me entrega algumas fotos, e ao olhar para a última meus olhos se arregalam e sinto como se meu coração fosse pular para fora do meu peito. Era uma foto nitidamente de quando ela era criança por conta da semelhança
Ela parece...Akari? Foi eu! Foi eu que tirei essa foto pra ela! Eu lembro disso! Não é possível, só posso estar sonhando acordada!
Enquanto imprimia as fotos eu tentava controlar os tremores das minhas mãos, eu encarava cada mínimos detalhes daquela menina a minha frente, ao ver aquela foto é como se uma memória do passado tivesse vindo no meu conciente
Naomi: Aqui está- falo entregando seu produto calmamente
Ela me paga, agradece e se despede virando as costas em direção a porta de saída, mas eu não pude me conter
Naomi: Akari Mei!- a chamo por esse nome com esperança
A garota então para na porta e se vira, era um olhar sério e misterioso
Naomi: Akari! Eu não acredito! É você mesma- falo atônita indo ate ela –Ei, sou eu a Naomi!- digo sorrindo abertamente
Akari: Eu sei- responde friamente fitando meus olhos
Naomi: Eu sabia que esse dia ia chegar! Eu sabia! Me fala como você esta? A gente pode começar tudo agora!- falo com a voz trêmula
Akari: Não Naomi- diz com a voz firme
Naomi: Você não se lembra? Não lembra de tudo que vivemos? Lembra dos nossos planos para quando fossemos mais velhas?! Me fala o que aconteceu? Sua mãe?- digo praticamente atropelando as palavras de nervosismo
Akari: A minha mãe morreu em um acidente. E eu já encontrei, eu já encontrei a minha felicidade Naomi- diz ainda secamente
Naomi: Como assim?- o sorriso do meu rosto murcha aos poucos
Akari: Eu estou bem agora, moro com uma pessoa que me ama, eu aprendi o que é a amor, eu conheci o amor
Naomi:Que bom, Mas...e tudo que a gente... planejou, de sermos inseparáveis- falo devagar diminuindo o tom de voz
Ela a todo custo mantinha seu olhar distante ao meu, fazendo total questão de evitar contato visual
Akari: Eu preciso ir, tchau- diz quebrando o assunto
Naomi: Espera!- seguro seu braço –Akari por favor!
Akari: Por favor digo eu- fala me interrompendo
A vejo sair pela aquela porta, eu não conseguia entender, o que aconteceu? Eu realmente estou sonhando? Esse sonho não me parece tão bom agora...eu estou tão confusa com tudo...por que isso dói tanto?
Trabalho o resto do dia mas era impossível ignorar a dor que eu sentia e minha mente confusa pela reação de Akari e suas palavras frias
