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sarah parker
- an apology -

Eu odeio com todas as forças as segundas. É um dia completamente insignificante. Principalmente quando se tem que ir pra faculdade.

Eu não estou com um pingo de ânimo. Já são dois dias sem falar com ele. E durante essas 48 horas, eu fiquei repassando aquela cena de despedida, pensando se eu deveria ter tomado outra decisão, a decisão que lá no fundo, era a que eu queria.

Foram quase dois meses de namoro falso. Uma quantidade de tempo que eu nunca imaginei passar com Antony. Até porque nos odiavamos. Ele com suas piadinhas debochadas, e eu com meus pequenos surtos de raiva.

É inacreditável como eu não suportava a sua companhia, nem mesmo a sua voz. E agora, sinto falta. De tudo.

O meu eu interior sabia que, se eu me envolvesse romanticamente com Antony, talvez as coisas não seriam traumáticas assim com Miles. Mas como sempre, uma parcela de insegurança e medo me tomou, e eu fiz o que tinha que fazer.

Quando eu contei a minha mãe toda a situação, ela me disse algo que ficou martelando na minha cabeça o dia todo. "A nossa saúde mental vem em primeiro lugar sempre. Antony é um cara legal, mas se você não está pronta para um relacionamento, então ele tem que entender isso." Foram as suas palavras.

E, apesar de eu me sentir insignificante por tê-lo magoado, eu não me sinto totalmente errada nessa história. Pensar na nossa saúde mental não é egoísmo, mas porque eu sinto como se fosse?

━━ Bom dia, filha. - minha mãe diz, assim que entro na cozinha para tomar café.

Lhe dou um beijo na bochecha, e encho um metade da xícara com cafeína.

━━ Você toma isso como se fosse água, depois não reclama da dor de estômago. - Eva bronqueia, arqueando uma sobrancelha.

━━ Você sabe que não fico sem café. Inclusive, tá faltando açúcar. - rio, quando ela me dá um tapa de leve.

━━ Cadê Liz? - pergunto, percebendo a ausência da mais nova.

━━ Seu pai veio buscar ela.

Na mesma hora, arregalo os olhos. Ele nunca fez isso.

━━ Por que ele veio aqui?

━━ Ele te trouxe algo. Tá lá na garagem. - ela fala, dando um sorrisinho discreto.

Estranhando, eu deixo o copo de café em cima da mesa, e saio pro jardim, com minha mãe me acompanhando.

Não brinca!

━━ Eu tô sonhando!? - exclamo, em choque.

Lindo e impecavelmente branco, um Mercedes-Benz C 300 Cabriolet brilha diante a luz do sol.

O meu lado sensato me diz para não aceitar esse presente do meu pai, já que ele apenas quer comprar a minha confiança de novo. Mas que se dane a sensatez, isso é o mínimo que ele pode fazer mesmo.

━━ Eu já até me imagino andando pelas ruas de Beverly Hills com esse carro! - sorrio animada, sentando no banco do motorista.

A chave do carro tem um chaveirinho de coração, reviro os olhos teatralmente. Ele acha que sou Olívia.

━━ Ele não é tão ruim assim. - minha mãe se aproxima, analisando o conversível.

━━ Mãe, apesar de eu ter amado, sou egoísta demais a ponto de ainda acha-lo um babaca. E tá tudo bem, viu? Ele me dá presentes, dinheiro, mas ainda não tem a minha simpatia. - dou de ombros.

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