Você visitou meu sonho essa noite de Natal. De Natal indo para um dia comum. Veio se fazer presente entre sinos e luzes. E você nunca foi fã dessa data festiva. Sempre me disse que ela era regada de hipocrisia e melancolia. Mas ainda assim resolveu visitar meu subconsciente.
Você chegou como chegava nos meus dias. Prepotente sempre me trazendo mais da vida.
No meu sonho nos encontramos nessas lanchonetes de rodovia. Tipo aquelas que a gente ia. E logo que nos olhávamos a lanchonete virava livraria. Uma biblioteca escondida.Entre olhares e dúvidas morava a certeza das vontades. Soltamos o clássico "Quanto tempo!" Sim de fato... faz tempo. Mas nem o tempo pôde apagar o que vivemos. A conversa padronizada logo virou fogo em nossos corpos. O tempo perdido não tinha apagado o que de fato queríamos.
Suas mãos prendenram as minhas em um só ato acima da minha cabeça. Seu nariz correu por toda extensão do meu braço até alcançar o pescoço e a lateral do meu ouvido proclamando que sentiu falta do meu cheiro. Estremecida aos efeitos e sorrindo de lado eu arrisco ir mais longe dizendo que senti falta de você.
Presencioso como sempre foi sorri próximo ao meu rosto garantindo que isso podíamos resolver. Seu beijo ainda feroz. Intenso. Faminto. Eu voltei a ser teu doce preferido em meus sonhos. E você nunca gostou de doce. Mas de mim sempre sugou até a última gota de calda.Seus lábios ainda com gosto de hortelã e café misturando aos meus com esse gosto constante de pirulito quase infantil. Mas que bom que somos adultos. Crianças não poderiam queimar como nós. E em um ato de ciúme e consciência momentânea você para e me pergunta quantos amores tive depois de você. Quantos amores tocaram onde ele tocou. Até onde fui e quem pôde sentir tal fervor. Risada fugida de meus lábios. Tantos momentos para se perguntar e você escolhe esse? Óbvio que escolheria. É você e seu fetiche de pertencimento que vicia. Então tome sua resposta meu Senhor. Depois da sua partida ninguém mais tocou onde você reinou.
Vivi amores sim, me perdi em corpos aqui e ali. Tive amores que me fizeram até desejar casamento. Outro até conseguiu por aliança em meu dedo. Mas nenhum durou. Não porque não os amasse. Eu amava cada um. Mas a vida não quis a gente junto. O amor de juras de casamento veio de São Paulo. Atriz de primavera em longos cabelos de chocolate que me fazia aspirar mais. O que me pôs aliança era de Espírito Santo. Em uma antítese eficaz a santidade que lhe faltava, mas perfeita analogia a inocência que ainda se tinha. Era uma gender de cabelos cacheados e coloridos. Mais nova que eu, mesmo após o fim continuamos amigos. Todos amores a distância. E quantos aos homens cis você me questiona? Amor, eu nunca fui fã deles. Você era exceção e não regra.
Reinvendicando sei lugar de direito tomando meus labios para os seus mais uma vez. Soltando minha mão me permitindo te tocar enquanto as suas correm meu corpo como quem toma de volta o que é seu e vai marcar. Toco seu cabelo, agora mais comprido. Seu rosto está de barba. Lembro de quantas vezes você quis isso. Sua pele mais densa. Você tem malhado meu querido? Ou foram todos esses shows em estrada que te moldaram nesse vício?
Você descobre que também mudei e cresci. Meu cabelo ainda raspado em lateral e embaixo, mas não mais por você. A parte longa agora bem mais comprida cercam seus dedos que puxam mais e mais. Guiando meu rosto para o lado e no meu pescoço você desce. Dos seus golpes o mais baixo. E falando em descida sua mão já conhece o caminho. Entre apertos na minha cintura que me arrancam suspiros desce mais explorando minha bunda onde Entre uma divisa natural habita nosso gatilho. Por cima dos panos você me lembra disso. Passando os dedos me arrancou um gemido. Mesmo de olhos fechados consigo ver seu satisfatório sorriso. Sim papai, ainda é teu o meu cuzinho. E mais que nunca você agora pode ter certeza disso.
Exploro do teu corpo o que consigo. Dentro da tua camisa sinto teu peito em agito. Está ansioso meu querido? Notar a força do que te causa me dá esse mesmo sorriso. Enquanto toco teu corpo e da sua camisa me livro você aperta minhas nádegas e coxa. Curvando a área interna apertando de novo. Eu sempre fui boneca pequena em tuas mãos. Eu sou agito e você é calmaria. Você segura minha mão de novo me olha fundo. Me põem controle. Lembra que não é em pressa que somos feitos.
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Queime-se!
PuisiUma vez você me disse que eu devia juntar os poemas que te escrevi e transformar em livro, eu disse que já fazia isso, bom, resolvi publicar alguns. Quem sabe no meio da bagunça minhas palavras se ajeitem. Afinal, você tinha razão, poemas como os do...