Friends or more?

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#Elena P.O.V. #

Entrei para casa, só queria correr para o meu quarto e chorar.

- Então, querida como correu?

- A festa foi ótima.- nem olhei para ela, corri para o meu quarto.

A janela estava aberta, eu nunca deixava a janela aberta, olhei em volta e tudo parecia normal, olhei para a minha cama e vi uma sombra de alguém sentado.

- Desculpa a invasão Elena, preciso mesmo de ti agora.

Conheceria aquela voz em qualquer lado, era Michael.

- Michael...

- Elena...-ele aproxima-se- eu sei que isto não devia estar a acontecer mas preciso realmente de te contar, estive a conversar com uma rapariga na festa, ela estava bêbada e beijou-me e...

- Elena eu amo-te. (Spoiler alert: ele não a ama só está bêbado e carente)

- Michael eu gosto muito de ti mas não dessa maneira.

Ele aproximou-se, acariciou o meu cabelo e suspirou.

- Não quero que a nossa amizade mude Elena, és muito importante para mim.

- Michael és o melhor amigo que já tive, aliás és o único... - baixei a cabeça envergonhada e ele rapidamente colocou a sua mão no meu queixo para a levantar num gesto suave.

- Como assim o único amigo?

Expliquei-lhe como nunca tinha amigos, só grupos de estudo e a única altura em que era escolhida para alguma coisa era em educação física.

- Temos atleta. - Michael comentou num tom trocista.

Mandei-lhe um murro na brincadeira e percebi que aquilo era uma amizade para guardar, era como amor, tudo de repente, mas era amor de irmão obviamente com menos porrada, muito menos porrada. Não consegui deixar de reparar que Michael também tinha bebido um pouco, convidei-o para dormir cá em casa e preparei-lhe o quarto de hóspedes.

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No dia seguinte, era domingo, Michael acordou às 11 e qualquer coisa, tomou o pequeno almoço por insistência da minha mãe e depois foi para casa, íamos ter uma semana preenchida então fui estudar.
Á noite antes de dormir li um bocado e depois deitei-me.

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Estava atrasada e, apesar de eu gostar de biologia a professora não simpatizava muito comigo, nem era implicante, só indiferente.

• Knoc, knoc, knoc •

- Entre!

- Bom dia, peço imensa desculpa pelo atraso. - estava toda a turma a olhar para a idiota que não sabia o horário, chegava atrasada e ainda interrompia as revisões finais para o teste.

- Tens aqui os meus apontamentos, se quiseres. - Luke nem olhou para mim, mas o que eu fizera de errado? Ele é que no sábado quase me beijara e depois afastasse como se nada tivesse acontecido! Aquele rapaz dava-me a volta a cabeça, ao coração... A TUDO.

- Obrigada. - murmurei.

Passei pelo caderno de Luke e quando estávamos a resolver uns exercícios a pares ele mal falava comigo e a sua desculpa era que queria estar concentrado porque precisava, o que era provável que fosse verdade mas ele não me podia deixar assim pendurada sem saber o que tinha acontecido.

Quando a professora estava a corrigir tivemos uma coisa mal e ao pegarmos na borracha as nossas mãos tocaram-se, lá estava a corrente elétrica... Fiquei vermelha e ele pegou na borracha e continuou como se nada se tivesse passado. Seria eu assim tão indiferente para ele? Ele não gostava de mim?

Tocou para intervalo e dirigi-me ao cacifo, queria estar um pouco sozinha por isso fui dar uma volta. O campo estava deserto então sentei me nas bancadas a admirar a paz que sentia naquele momentos, quando ia a voltar alguém me puxou pelo braço fazendo-me rodar.

- Andei este tempo todo a admirar-te Elena, a ouvir como toda a gente fala de ti, Brenda e a banda, a ver como te moves, como te vestes, as tuas notas, o teu sorriso...

- Luke você anda a perseguir-me? - sorri-lhe, não podia acreditar, afinal ele importava-se.

- Mas tens que ser sincera comigo e dizer o que se passa entre ti e Michael. - mais uma vez todos os vestígios de humor desapareceram.

Divided ↠ l.h. & c.h.Onde histórias criam vida. Descubra agora