Quinze

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- Tio Lance, pode pegar mais algumas conchas pra eu terminar meu castelo? - Sylvio sorri enquanto termina de moldar seu castelinho de areia.

- Claro, já volto.

Lance pega um pequeno balde de plástico e sai em busca das conchas pela praia. Estava difícil achar boas conchas. Já tinha percorrido um terço da praia e havia achado apenas seis.

Ele avistou uma bonita. Uma das grandes. Sylvio poderia colocar em cima do castelo, como uma bela joia. Foi correndo até o objeto, quando pegou, ouviu uma voz gritar:

- Ei! Seu ladrão de conchas! - Um garoto de mais ou menos sua idade começou a correr em sua direção.

Lance fugiu, voltando para onde sua família estava estabelecida.

- Volta aqui! - O garoto gritou novamente, agora mais distante.

Fudeu, preciso despistar ele! Pensou quando estava perto da tenda de sua família.

Assim fez. Se escondeu em uma pedra grande no mar.

Passados 2 minutos atrás da grande pedra, Lance achou que o perseguidor já tinha o perdido, então resolveu sair.

- Achou que ia me perder fácil assim? - O garoto misterioso sussurrou em seu ouvido.

-AI! CARALHO, PORRA! - Lance se espantou, derrubando seu baldinho.

- Você é muito leigo, ladrão de conchas. - Disse pegando a grande concha.

- Eu sou o ladrão de conchas? Você me perseguiu por causa delas e me deu um puta susto!

- Eu avistei primeiro, logo, ela era minha antes. - O garoto asiático disse simples.

- Ah é? E cadê seu nome escrito nela? - O moreno debochou.

- Foi muito legal o papo, Senhor Ladrão, mas eu preciso voltar para a minha família. - Ele saiu com a grande concha na mão e dando uma piscadela para Lance.

- Ora seu...

Ele juntou as conchas restantes novamente e voltou para o seu lugar de início, se sentindo derrotado.

- Ah, tio Lance, você demorou! - Seu sobrinho sorriu ao vê-lo.

- Foi difícil de encontrar. Não tinham muitas das boas. - Entregou o balde a ele.

- Tudo bem, já dá pra terminar com essas, obrigado!

- De nada, campeão. - Fez um carinho na cabeça alheia.

- Lance, vem aqui conhecer nossos novos amigos! - Ouviu sua mãe o chamar.

Caminhou até onde fora chamado.

- Lance, esses são os Kogane. - Seu pai os apresentou.

Hã-hã, isso é palhaçada!, pensou.

- Você!? - O filho mais velho dos Kogane exclamou.

- O quê você 'tá fazendo aqui? - O cubano perguntou, indignado.

- Vocês se conhecem, Keith? - A mulher mais velha dos Kogane perguntou.

Keith... Então esse é o nome do meliante.

- Não... - Keith o olhou com indiferença.

- Vamos começar a fazer o jantar, vão se conhecer, achamos que vocês iriam se dar bem juntos. - A senhora McClain disse sorrindo.

Os dois saíram juntos em direção ao mar.

- Que azar, não? - O mais alto disse.

- Pensei que não teria mais que olhar pra essa sua cara de bocó. - Keith sorriu ladino.

- Você que é o bocó aqui! - Se indignou. - Eu sou muito incrível, ok?

- Não fui eu que perdi uma concha pra um sustinho de nada. - Riu com deboche.

- Eu estava frágil, tá?

Keith riu alto.

Lance emburrou.

- Você tem namorada, Lance? - O coreano se sentou na areia.

- Por quê? Ficou interessado? - Piscou debochado.

- Sai fora - deu um tapa leve na panturrilha do outro -, eu só quero te conhecer.

- Sei... - Se sentou junto. - Não, eu terminei com ela faz um tempo.

- Hm...

- E você?

- Não, eu não gosto desse tipo de coisa. - Disse simples.

- De garotas? - Arqueou um sobrancelha.

- NÃO! - Se espantou. - Dessa coisa de romance, não é pra mim.

- Já namorou alguma vez?

- Só uma vez no sétimo ano, mas eu era criança, então não conta.

- E você tem quantos anos?

- Dezenove, e você?

- Hoje eu faço vinte. - Lance ri soprado.

- Me desculpa por roubar sua concha bem no seu aniversário, cara. - Sorriu divertido.

- Tudo bem. Já superei mesmo. - Disse dramático, o que fez Keith rir novamente.

- Meninos, venham comer! - Krolia gritou da tenda dos McClain.

-''-

Após o jantar, os dois voltaram a praia.

- Ei, Keef, você dança? - O cubano se levantou.

- Keef?

Lance estendeu a mão e ele pegou.

- Danço um pouco, minha mãe me matriculou na escolinha de balé quando pequeno e ainda lembro de algumas coisas.

- Own que fofo, imagino o mini Keith com tutu de balé. - Ele puxou o mais baixo para o mar junto de si.

- Você é idiota? Os garotos que fazem balé não usam saia. - Deu um soco fraco no ombro do outro.

- Que pena... Você ficaria muito fofo em uma. - Lance o girou e posicionou suas mãos na cintura alheia.

- Você é mesmo um idiota. - O coreano riu e colocou as mãos nos ombros do mais alto.

- Você fica fofo de qualquer forma, na verdade...

- Larga de ser viado, Lance. - Sorriu nervoso e desviou o olhar.

Ficaram mais um tempo naquela dança sem música até que Lance quebra o silêncio.

- Bom, na verdade eu sou bissexual.

- Wow, agora sim estou interessado em você, senhor garanhão. - Piscou em tom de riso.

- Claro que está, eu sou irresistível. - Piscou em resposta.

Fez o garoto girar novamente e o deixou cair em seus braços.

Keith estava prestes a falar algo, quando escuta sua mãe o chamar.

- Vamos voltar, querido! Está tarde!

- Obrigado pela dança, cavalheiro. - Reverenciou-se como se estivesse usando um vestido.

- Não há de que, oh, bela donzela. - Se curvou junto ao outro.

Os dois riram e o coreano saiu da água para ir embora.

- Te vejo amanhã, bela dama? - O moreno gritou ao longe.

- Oh, querido Lance, peço a Deus que sim!

Os dois riram bobos, cada um seguindo seu caminho.

One Shots | VoltronOnde histórias criam vida. Descubra agora