Ascensão e Queda - Uma História de Arcane Nebula

Capitulo 4

Era a sexta manhã na qual Dylan acordava no quarto 236 no alojamento da Academia da Lua Prateada e a primeira em que não havia mais ninguém além dele lá. Finalmente o fim de semana havia começado, o que significava que provavelmente os demais teriam planos.

O garoto arrumou sua cama e foi até o refeitório que já estava praticamente vazio. Eram oito e meia e o café da manhã se encerraria às nove, então ele se apressou, pegou ovos mexidos, uma torrada, uma laranja e um café com leite.

— Ei, pequeno. — A voz de Groger reverberou pelo salão, chamando a atenção de Dylan que procurava uma mesa. O humano aproximou-se e sentou junto com o orc, que possuía cerca de quinze tigelas empilhadas e comia mais uma.

— Oi, achei que veria mais alguém comendo aqui com você. — Dylan falou sentando-se.

— Ah, o Zeek saiu ontem e não voltou, conhecendo ele talvez ele apareça em billaur-din em cima da hora da aula dele e de ressaca. O Alex saiu ontem depois da aula porque foi chamado para uma missão importante em Krome, pelo pouco que eu soube, teremos a presença da governante de Zurne, do imperador de Urion e da papisa de Solaria em uma conferência.

— Realmente eu tinha reparado que nenhum dos dois dormiu no quarto ontem. E o Tadeu e o Tulan?

— Ah o Tadeu costuma passar os fins de semana cuidando dos irmãos menores dele na casa onde cresceu. O Tulan tinha dito algo sobre caminhar com o Rifren, mas vamos nos encontrar daqui a pouco. — Groger fez uma pausa encarando Dylan. — Inclusive, quais são seus planos para o dia de hoje?

— Eu ia procurar um canto para treinar, preciso afiar minhas técnicas de combate, talvez pegar alguma missão simples para ganhar uma grana.

— Entendi, então vou te levar para um lugar melhor. Depois de comer, pega suas armas e equipamentos e me encontra na praça atrás do prédio principal, a que leva para o deck do rio. — O orc terminou de falar e levantou-se caminhando sem esperar resposta. Dylan ainda confuso terminou de comer e seguiu as instruções de Groger, levemente ansioso pelo que o esperava.

A área da praça era espaçosa, bem aberta e arborizada, com alguns prismas grandes, rosados e semitransparentes que flutuavam espalhados por toda ela. Mais ao fundo era visível um píer de pedra para o qual muitos estudantes seguiam. Lá, Groger e Tulan estavam o aguardando junto a alguns barris de quarenta litros.

Logo que ele aproximou-se, Groger prendeu dois barris às suas costas e pegou mais um com cada mão, depois fez um sinal para que cada um dos dois garotos pegasse um dos barris e o seguisse.

Com dificuldade, eles levaram os barris cheios até uma plataforma redonda de jade, com pequenas linhas desenhadas com um mercúrio formando o que parecia um círculo mágico. O orc fez um sinal a uma elfa parada ali perto e ela acenou com a cabeça enquanto tocava em uma placa de jade. Um brilho muito forte tomou os sentidos de Dylan enquanto a sensação do solo desaparecia de seus pés.

Assim que voltou a sentir o chão, ele caiu tonto nele, apoiado em suas mãos e sentiu o café da manhã voltar por sua garganta e sair em um curto vômito, enquanto um forte chiado lentamente saia de seus ouvidos. Ao se recuperar, ele notou que Tulan também parecia tonto, porém não chegava nem perto de estar tão mal quanto o humano.

— Que nostálgico, ainda me lembro do meu primeiro teleporte. — As palavras de Groger trouxeram Dylan um pouco para a realidade, o fazendo levantar-se e olhar ao redor.

Eles estavam sob uma superfície de jade semelhante a que estavam antes, entretanto, o resto da área era completamente diferente. Pareciam estar em um descampado no topo de morro ou montanha alta, a área à frente era uma extensa floresta e para trás um precipício de mais de duzentos metros de altura. Ao longe podiam ver Kumane bem pequena no solo.