Capitulo 7

9 0 10
                                    


Após a aula, Dylan foi até uma das quadras de treino que existiam na academia. Ele ocupou um boneco de treino, focando-se em tentar repetir os movimentos de Matheu, Jaejin e de alguns outros segundoanistas que ele viu lutar.

Seu treino durou duas horas, nas quais ele foi capaz de replicar os movimentos mais simples, porém tendo certeza que não conseguiu chegar aos pés dos originais. A frustração foi ainda maior com as técnicas avançadas, como por exemplo o avanço rápido que Jaejin usava como movimento de abertura ou os golpes diferentes que Matheu realizava com ambas as mãos simultaneamente. Além do fracasso em fazê-los, ele ainda caiu diversas vezes e quase torceu o pé em alguns momentos.

Com um profundo desgosto entalado em sua garganta, ele foi almoçar, tomar um banho relaxante e dormir. Talvez um bom descanso e tempo para pensar em tudo fosse o que o garoto precisava.

Infelizmente, a noite de sono não foi tão agradável quanto ele esperava. Seus sonhos foram acometidos por pesadelos vorazes onde seus amigos morriam e para vingá-los ele deixava-se ser tomado por aqueles sussurros ouvidos no templo, iniciando uma carnificina devastadora por toda a cidade até não restar mais nada.

Os pesadelos o fizeram acordar por volta das quatro da manhã, tremendo e ensopado de suor. Incapaz de voltar a dormir, ele vestiu-se de forma silenciosa e foi em direção ao rio, onde fez alguns exercícios e depois praticou sua esgrima até a hora do café da manhã.

As oito horas ele foi para a aula de "Fundamentos de Combate", uma matéria obrigatória que era ministrada pelo professor Gideon. Seria a primeira vez que Dylan veria Tsara desde o incidente, um fato que deixava o garoto encabulado e nervoso, ainda mais ao lembrar-se do que Zeek falou.

Gideon havia marcado a aula daquele dia em uma sala diferente, um grande jardim zen, com tapetes de yoga espalhados para os estudantes. Dylan chegou a sala junto a Tulan e Tommy, que o encontraram no café.

— É bom ver meus alunos motivados logo pela manhã. — Gideon falou sorrindo e acendendo um incenso.

— Eae prof, tudo certo? — O oni tomou a dianteira se aproximando enquanto os outros tiravam os sapatos para pisar na areia. — Qual a boa de hoje?

— Olá senhor Morgan. Aprecio sua animação, mas por gentileza peço que tome um lugar e aguarde.

— Tudo bem então.

— Vocês podem aproveitar para se alongarem ou meditar um pouco. — Seguindo as recomendações, os três escolheram tapetes próximos a alguns bastões de incenso de sândalo e alecrim.

Logo outros alunos chegaram, entre eles estavam Tsara, Dandara e Ananda. A orc acenou para Dylan, porém antes que pudesse aproximar-se, Ananda puxou as duas garotas para o meio do jardim de areia pegou um ancinho e começou a desenhar um fluxo na areia com movimentos leves.

— Como eu senti falta de algo assim, não fazia ideia de que a academia tinha esse tipo de local.

— Eu nunca entendi a graça desses locais. — Dandara perguntou agachada enquanto fazia riscos na areia com o dedo.

— Não é bem questão de graça. O ponto desses jardins está na beleza em deixar sua mente fluir por meio de movimentos sutis enquanto cria algo e depois se desapegar da sua própria criação, deixando-a se desfazer e abraçando a efemeridade da vida.

— Eu não poderia ter dito melhor senhorita Veline. — Gideon aproximou-se ajeitando o óculos. — Na verdade, o relaxamento que existe nesse tipo de jardim irá facilitar algumas de nossas aulas. Tomem seus lugares para que possamos começar nossa aula.

Com um movimento, Ananda girou a cauda de seu vestido, desfazendo os desenhos na areia, depois disso seguiu junto a suas amigas até alguns tapetes vagos. Aproveitando que os alunos haviam chegado, Gideon sentou-se em posição de lótus sob uma pedra no centro da sala.

Ascensão e Queda - Uma História de Arcane NebulaOnde histórias criam vida. Descubra agora