Dentinhos afiados (Imagine Rengoku Kyojuro)

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Você andava calmamente pela rua, a caminho da casa de seu namorado, Kyojuro, para visitá-lo após seu retorno de mais uma missão. Estava animada, pois fazia um mês que não o via.

Enquanto observava a paisagem, assustou-se ao se deparar com um filhote de cachorro, que estava com a pata ferida e mal conseguia andar. Olhou ao redor para certificar-se de que o dono estaria por perto, mas tudo indicava que o pobre animal estava sozinho.

Compadecendo-se do bichinho, chegou perto e tentou pegá-lo no colo. Talvez se o levasse à casa de Kyojuro, ele ajudasse a cuidar dos ferimentos. Ao estender as mãos, o cachorro assustou-se e quase lhe mordeu, como forma de defesa. O caso era pior do que imaginava, já que não conseguia nem fazer carinho nele.

Ficou um tempo ali, parada, enquanto pensava em como ajudar o animal, mas nada lhe vinha à mente. Não queria deixá-lo sozinho e sair para pedir ajuda, mas não via outra opção a não ser fazer isso. E se, mesmo que fosse assustá-lo, o pegasse no colo e saísse correndo? Era uma péssima ideia, mas foi a única coisa que conseguiu pensar naquele momento.

Relutante, aproximou-se novamente do bichinho e o pegou rapidamente no colo. Para sua infelicidade, ele começou a morder sua mão. Os dentinhos afiados fincaram em seu dedão, mas, mesmo com a dor, você saiu correndo em direção à casa de seu namorado.

Nunca havia recebido uma mordida de cachorro, então assustou-se com o quão doloroso foi. Não queria exagerar, mas algumas lágrimas escaparam de seus olhos, pois imaginou o que ele passou até ser encontrado por ela.

Finalmente chegou ao seu destino final. Como um furacão, você alcançou o portão rapidamente e começou a gritar por Kyojuro.

— Kyo! Abre o portão, rápido! Tá doendo! — gritou o mais alto que conseguiu, enquanto tentava não pensar na dor da mordida.

Quase na mesma hora o portão se abriu, revelando um Kyojuro assustado em posição de luta. Havia pensado que algo ruim tinha acontecido com a namorada, mas logo relaxou ao vê-la com um lindo filhote nas mãos, não notando que ele a mordia.

— [Nome]! Estava com saudades de você! — falou, abraçando-a alegremente.

— Kyo! O cachorro! O cachorro tá machucado e tá me machucando também! — O desespero em sua voz era nítido, fazendo-o soltar-se e tentar pegar o bichinho.

— Calma, deixa eu tentar pegá-lo.

Quando estendeu as mãos, a mesma coisa aconteceu: o cachorro mordeu a mão dele. Apesar da dor, ele não parecia se importar, pois começou a acariciar a cabeça do filhote.

Após um tempo, ele parou de morder e começou a lamber o ferimento na mão de Kyojuro. A cena em si estava tão fofa, que você simplesmente se esqueceu da dor que estava sentindo, fazendo um sorriso brotar em seus lábios. Kyojuro tinha jeito para lidar com pessoas e, pelo visto, com animais também.

— Vamos entrar? Precisamos cuidar de você e do cachorrinho — ele disse, sorrindo.

— Acho que todos nós precisamos de cuidados — você observou enquanto verificava a mão dele.

— Isso não foi nada. Vamos, eu acabei de preparar um chá!

— Ok!

A tarde foi tranquila na casa dos Rengoku. Apesar do pai não gostar muito de animais, acabou não falando nada sobre o cachorro machucado. Apenas foi para seu quarto e não saiu de lá. Kyojuro pediu para entrarem em contato com Shinobu, para ver se ela conseguia dar um jeito no machucado do bichinho, e, enquanto isso, o deixou deitado em uma almofada perto de si. Você cuidou do ferimento em sua mão, e, logo após, ele fez um curativo em sua mão também.

Após tudo se acalmar, olhou com um ar de preocupação para o cachorrinho. Não queria cuidar dele e soltá-lo na rua de novo, pois algo ruim poderia acontecer novamente. Kyojuro pareceu perceber e, pousando uma das mãos em sua cabeça, perguntou:

— Ainda está doendo muito?

— Não! Já tá bem melhor... É só que... não queria deixar o cachorrinho sozinho depois que melhorar...

— Você não pode cuidar dele?

— Kyo, ele acabou de me morder — respondeu chorosa.

— Acho que ele precisa se acostumar com você primeiro.

— Sim, mas... enquanto isso não acontece, o que vamos fazer?

— Posso tentar driblar meu pai e deixá-lo no meu quarto. Também levarei ele para sua casa durante o dia, que tal?

— E se... — Você parou na hora que imaginou a ideia. Estava com saudades de Kyojuro e, por isso, queria passar mais tempo com ele. Mas, ao tentar expor sua ideia, acabou congelando e sentindo as bochechas esquentarem.

— E se...?

— Q-que tal... você passar alguns dias lá em casa...?

O silêncio se instaurou no local. Somente o suspiro profundo do cachorrinho podia ser ouvido. Seu coração começou a bater fortemente com a ideia dele pensando que você fosse tão atirada assim. Quando estava prestes a dizer que era uma brincadeira, sentiu uma mão em sua bochecha, fazendo carinho.

— É uma boa ideia! Assim, o cachorrinho tem tempo de se acostumar com você e eu posso matar a saudade também — respondeu sorrindo.

Você se surpreendeu com o quanto seu coração disparou nesse momento. Seus olhos brilharam de alegria, pois não imaginava que ele toparia algo assim tão rapidamente. Sentiu os lábios dele em sua testa, lhe dando um beijo e acariciando seus cabelos.

De repente, ouviram o cachorrinho resmungando enquanto dormia. Kyojuro afastou-se de você e começou a fazer carinho no bichinho, que logo se acalmou e retornou a dar longas respiradas em um sono profundo. O sorriso do namorado fez seu coração esquentar. Sabia o quanto gostava de cachorrinhos, mas não podia ter um em casa, por causa do pai. Ficou feliz por agora, mesmo que ele fosse ficar com você, Kyojuro conseguiu um animalzinho de estimação.

— Qual será o nome dele? — perguntou animada.

— Não é você quem vai dar o nome?

— Eu pensei que você poderia fazer isso, já que foi o primeiro que o cachorrinho se apegou!

— Hm... que tal Taiyō?

— Combina com vocês! Eu amei!

Um sorriso maior ainda se formou nos lábios dele enquanto ainda acariciava Taiyō. Nesse meio tempo, Shinobu chegou à casa dos Rengoku e, com a ajuda de Kyojuro, cuidou do pequeno filhote, que parecia bem mais tranquilo nos braços de seu novo dono.

Imagines de Kimetsu no YaibaOnde histórias criam vida. Descubra agora