Você estava correndo pela rua desesperada. O suor caía pela sua testa, seu fôlego estava se esgotando e, por isso, a corrida parecia mais lenta. Maldito sedentarismo! Quase sem forças, conseguiu chegar à casa do namorado, encontrando o irmão dele varrendo a calçada.
— Senjuro, preciso da sua ajuda! — exclamou ofegante, quase se jogando no chão.
— O que aconteceu? Você tá acabada! — desesperado, largou a vassoura e foi te ajudar.
Realmente estava acabada. Além de suada e cansada, havia dois cortes em sua mão direita, fruto da tentativa mal sucedida de descascar uma cenoura. Estava tão desesperada, que mal notou a ardência dos machucados; só começou a sentir depois que Senjuro perguntou preocupado.
— Eu me cortei descascando uma cenoura — respondeu chorosa.
— Ahn... então você precisa de ajuda para fazer um curativo? — perguntou confuso, já que, para você, curativos eram a coisa mais fácil do mundo de se fazer.
— Não! Isso eu consigo fazer! Meu problema é outro bem maior!
— Meus deuses, o que você precisa então? — questionou preocupado.
— Eu quero cozinhar alguma coisa pro Kyo, já que ele volta hoje de missão... mas eu não consigo!
O silêncio reinou no local. Senjuro a encarou por um tempo, o que a fez ficar um pouco ansiosa. Sabia que era esquisito uma mulher ter dificuldades para cozinhar, mas não tinha culpa. Você sempre se ocupou em tratar os feridos na mansão borboleta, pois era isso que sabia fazer de melhor, mas cozinhar? Essa era uma tarefa complicada demais.
— Não me julgue! É difícil cozinhar!
— Não tô julgando, eu juro! É só que... eu também não consigo fazer muita coisa... não sei se serei de grande ajuda.
— Tá brincando comigo, né? Você faz uns tempurás e bolinhos de arroz incríveis! — falou incrédula com a confissão dele.
— Mas eu só sei fazer isso.
— E tá ótimo, é isso mesmo que eu preciso!
Você pegou ele pela mão e saiu correndo novamente, deixando-o desesperado enquanto olhava a vassoura caída no chão. Sabia que o pai ficava trancado no quarto bebendo o dia todo, mas se preocupou com o que o irmão pensaria quando chegasse em casa e não o encontrasse. Tentou conversar sobre isso, porém, viu que seria inútil. Também estava preocupado em te deixar sozinha, já que mostrava sinais de cansaço de novo, além do medo de você se cortar novamente. No fim, resolveu ficar quieto e ajudá-la o mais rápido possível, para assim voltar para casa antes da confusão toda acontecer.
Chegando na sua casa, o espetáculo era outro. Por fora, a casa estava toda bem arrumada, com um pequeno jardim de violetas e rosas brancas alegrando o ambiente. As flores estavam bem cuidadas e o cheiro delas era incrivelmente bom. Enquanto entravam na charmosa residência, Senjuro notou que a casa toda era bem limpa e aconchegante. A sala de visitas tinha uma mesa redonda, com seis pires e seis xícaras viradas de cabeça para baixo e uma janela que fornecia um ventinho agradável para quem estivesse ali. A porta que levava ao banheiro estava encostada, o que os levou ao próximo cômodo: a cozinha.
Quando viu o local, Senjuro se assustou. O fogão estava imundo, cheio de alguma gororoba que não deu certo, o chão conseguia ser um pouco pior, pois além da mistura, havia arroz derramado e marcas de sandália no meio da confusão. Notou que, de algum modo, voou farinha no teto. Ele só não se assustou mais do que quando viu a parede, que continha alguns respingos de sangue. Presumiu que foi por causa dos cortes em sua mão. Aquilo ia ser uma tarefa difícil, mas não custava ajudar a futura cunhada.
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Imagines de Kimetsu no Yaiba
FanfictionImagines de Kimetsu no Yaiba escritas pelo projeto ImaginesLand