Entrelaçados | Lizago Week [08/01 à 15/01]

Lizago Family

     As coisas na cidade estavam muito agitadas. Todas as pessoas pareciam dispostas a mostrar seu pior lado a todo momento. Então a família Webber-Fritz resolveu tirar férias na fazenda de um amigo.
     Em busca de um pouco de paz e sossego, Elizabeth , Thiago, Joui – amigo próximo e praticamente um filho do casal – e a pequena Olivia, entraram em um carro e começaram a dirigir estrada a fora antes dos primeiros raios de sol. Já era quase tarde quando eles avistaram a porteira e o  arco com o nome da fazenda.
  — YATTA!! – Joui gritou ressuscitando velho hábito e foi imitado pela criança ao seu lado, os dois agradecendo aos seus por finalmente chegar.
  — Finalmente...– Liz suspirou fechado o mapa que ficou analisando pelas última horas.
     Parando o carro em frente a porteira eles já podiam ver o homem encostado no portão, o chapéu de cowboy cobrindo os olhos, mas as roupas e a postura denunciavam a identidade do amigo de infância de Thiago. O emo fazendeiro, César Oliveira, uma continuação peculiar para quem não conhece o homem e sabe o quanto ele é viciado em plantas e pai de pet autenticado por firma. O moreno abre a porteira e faz sinal para eles entrarem, ficando pra trás para fechar de novo.
  — Tio César, não vem com a gente? – Olivia pergunta parecendo preocupada.
  — Ele alcança a gente, querida. – Elizabeth responde sorrindo para a filha – Não se preocupa.
  — Como? Nem o irmão consegue correr mais que o carro! – ela se mexe na cadeirinha tentando olhar pelas janelas.
     Joui fica emocionado ao ser usado de exemplo pela irmãzinha – o que acontece com muita frequência – e Thiago ri pronto pra retrucar, mas o som de galopes chama a atenção e todos conforme vai se aproximando e em pouco instantes César alcança e ultrapassa eles em seu cavalo negro, ele rapidamente cria uma dianteira antes de se virar e acenar para o amigo, Thiago tem que resistir a vontade de acelerar o carro. Ele estava com sua família e a esposa ficaria brava se visse ele pegando racha com o amigo.
     Olivia está em puro êxtase olhando para o caminho que o outro fez, sempre foi o Oliveira que fazia essa linha viagem pra visitá-los, então ela nunca esteve na fazenda e não conhecia o xodó de César, Angel. Angel era um puro sangue de porte médio pra grande, a crina e cauda enfeitadas com tranças e prendedores pequenos de flores roxas, ele raramente usava cela – só quando precisava ser montado – e tinha um temperamento bem calmo, mas não confunda com dócil, ele podia ser bem agressivo de fosse ameaçado.
     O carro estaciona em frente a porta e Joui precisa se adiantar pra soltar Olivia de sua cadeirinha antes que ela entrasse em combustão espontânea de tanta ansiedade pra descer do carro, o casal apenas ficou aproveitando o ar condicionado enquanto assistiam suas crianças descer correndo até o homem na porta, Angel já estava sem a cela e descansando perto da varanda, César pega Olivia no colo e leva pra perto do cavalo deixando ela alisar os pelos escuros, a risada dela é tão alta que chega a dupla.
  — Ela vai se divertir muito aqui. – Thiago murmura se recostando no banco.
  — Todos vamos. – Liz fala segurando a mão do marido.
  — Até ele nos obrigar a fazer tarefas. – o homem resmunga com um olhar acusador para o amigo de infância.
  — Você acha que ele faria isso? – a mais nova pergunta pensativa.
     Os dois olham para os três que conversam animadamente, César segurando as mãos da garotinha que está se pendurando e rindo de algo que ele falou, já Joui parece o mais feliz que eles viram nas últimas semanas. Ele trocam um olhar significativo e se aproximam dando um beijo rápido, quando voltam a olhar pro trio o mais velho tá fazendo um gesto exagerado de vômito virado pra eles.
  — CÉSAR, VAI S-- Liz aperta a buzina abafando a voz do marido.
    Talvez sossego não fosse a palavra exata, mas ela ainda sorri, mesmo quando sei marido sai do carro e corre em direção ao amigo começando uma listinha infantil. Liz sentia que está viagem foi a melhor escolha, sua família estava feliz e isso era tudo que importava.