— 𝗦𝗧𝗘𝗟𝗟𝗔 𝗗𝗔𝗩𝗜𝗦
Eu fiquei em negação desde que a Ayla se foi. Fiquei mesmo...
Senti meu corpo em contato com a água, e por mais que o banheiro estivesse silencioso ainda tinha gotas dágua que caíam da torneira na banheira. Eu olhava para o nada, era como se eu estivesse em um abismo, vazia, no fundo do poço. A luz do sol que refletia na pequena janela do banheiro fazia ele ficar com uma coloração azul. Oque tornava tudo era mais melancólico ainda.
Talvez eu só preciso ficar sozinha por um tempo... Até sentir eu mesma de novo.
As vezes eu gostava de imaginar que eu estava viajando por aí, conhecendo todas as cidades que eu falava pra Sophi que eu ia conhecer com ela. Mas infelizmente não é bem isso que aconteceu.
Eu não sai de casa desde que Ayla sumiu, as recaídas aumentaram e os antidepressivos não faziam mais efeito. Era só questão de tempo até eu me matar. Por isso meu Pai e Fanny estavam sempre atentos, eles até tentavam disfarçar mas falhavam miseravelmente. Outro dia eu queria um remédio pra dormir, fui até a caixa de remédios que ficava no armário da cozinha. Achei estranho porque ela tinha sumido, e quando eu perguntei pro meu pai ainda estava, ele disse "qual remédio você quer? pode me dizer que eu pego pra você" dali eu entendi que eles estavam com medo que eu acabasse com tudo.
Já se faziam dois dias, dois míseros dias e não anunciaram nada. Nem se quer uma informação. Por meu pai ser da polícia eu achei que poderia ter algumas informações necessárias, mas eu tinha esquecido que a polícia de Denver é uma merda. Eles literalmente só a deram como desaparecida e não fizeram NADA.
Ainda dentro da banheira, em silêncio, eu olhei para a pia. Observei a pequena lâmina que estava ali, acho que fiquei a encarando por um bom tempo. Me estiquei um pouco e a peguei com uma mão, a observei por mais um tempo e encostei a parte afiada na minha perna. Eu poderia sangrar até morrer aqui dentro, mas não seria o suficiente pra mim. Levantei meu pulso direito e o observei. E por um estante fiquei intercalando meu olhar para lâmina e para o pulso. Sem querer, acabei cortando meu dedo, oque me fez observar as gotas de sangue cair na água e se misturar com ela.
Arremessei a lâmina com tudo pra longe.
Nada era o suficiente.
Fechei meus olhos tentando evitar a terrível sensação de querer chorar. Eu nunca vou chorar. Respirei fundo prendendo o ar e me afundei na banheira fazendo um pouco da água sair para fora.
Abri meus olhos dentro da água e soltei em formato de bolhas o ar que estava em minha boca até começar a ficar sem fôlego. Abracei meu corpo, meus cabelos loiros dançavam na água.Meu pulmão começou a pedir por oxigênio, mas eu continuei debaixo da água. Meu corpo sentia agonia, mas meu subconsciente não sentia nada. Aos poucos fechei os olhos, e de repente, quando abri. Eu tive a visão de Sophia, ela estava em pé perto da banheira, me observando.
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𝐈'𝐌 𝐒𝐓𝐈𝐋𝐋 𝐒𝐓𝐀𝐍𝐃𝐈𝐍𝐆 | Robin Arellano
Lãng mạn𝗦𝘁𝗲𝗹𝗹𝗮 𝗗𝗮𝘃𝗶𝘀, uma garota introvertida, fria e com problemas mentais volta para sua cidade natal junto com a sua irmã depois de 2 anos fora após o falecimento de sua mãe. A garota loira sofria com seu pai alcoólatra e com o bullying escola...