Prólogo

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Com passos leves e sorrateiros sigo caminho na bizarra e tenebrosa ponte suspensa da rua do farol. Meus olhos por si só evitam encarar a enorme descida de rochas que se despencam metros e metros abaixo até a água.

Observo a pessoa tremula com as mãos agarradas a corda que suspende nossa atual superfície. Seu olhar vermelho — e fixo ao precipício à frente — entregam lagrimas de uma noite inteira. 

— sai dai! Por favor! — peço em um tom nervoso e aflito dando mais alguns passos.

— não! —  responde calmo sem sair de sua posição.

— não faz isso com você! Eu te peço — chego um pouco mais perto, porém não o suficiente para o alivio.

— eles fizeram isso, não eu. Você tem uma vida pela frente, eu não... Deixe-me morrer!

Vejo suas lagrimas escorrerem no rosto, e antes que eu possa dar outro passo a sua frente, ouço um barulho atrás dele. Quando olho, vejo a ponta da corda aos poucos quebrar, eu sinto um frio na barriga, a vida passa diante dos olhos e eu temo ser o fim. 

Deixe-me morrerOnde histórias criam vida. Descubra agora