A noite havia chegado em Nevermore, e Mortícia já havia sido apresentada aos seus aposentos por Larissa, que caminhava ao seu lado pelos corredores da escola e viam alunos andando de um lado para o outro, aproveitando a noite fria para conversarem no pátio ou na área que ficava ao lado de fora da mesma.
Ambas chamavam a atenção por onde passavam, e principalmente Mortícia, já que ela era quase uma lenta em Nevermore, por ser a campeã invicta na esgrima, Rainha do baile das trevas por anos consecutivos, campeã da copa POE várias vezes e acima de tudo, ela era a vista perfeita de beleza e atração pelos meninos de Nevermore, e isso ainda era visto por muitos que ali estudavam nos anos atuais.
Assim que chegaram em uma ampla sala que parecia estar vazia, Mortícia olhou para a porta fechada, e lembrou do lugar e virou empolgada para Weems, que estranhou:
- Ainda existe o piano?
- Sim! Está aí dentro.
- Alguém toca?
- Não.
Mortícia abriu a porta lentamente e recebeu como boas vindas o vento frio que havia ali dentro, e assim que começou a caminhar por um lugar que era uma enorme sala, com 6 janelas e todas fechadas, a mulher viu ao meio do espaço o piano preto e cheio de poeiras, começando a ir em sua direção, enquanto Weems apenas observava e sabia que ela usava o instrumento para pensar.
A mulher de longo vestido preto e justo com um decote generoso, viu as poeiras e as teias de aranha, mas não se importou e apenas sentou no banco estufado que existia, abrindo a tampa que cobria as teclar, se deparando com intactas teclas brancas. Assim que tocou nas mesmas, sem emitir som, lembrou de sua mãe nas memórias de Weems, e fechou os olhos, começando a tocar Loneliness, e quando as notas começaram a ecoar pelo espaço, Larissa se lembrou da música e imediatamente levou as mãos aos lábios, começando a chorar, enquanto via a mulher com o semblante calmo e sorridente, enquanto tocava uma das músicas mais tristes que sabia de uma ampla cartilha de melodias.
Wandinha que estava em seu quarto, ouviu as teclas do piano e sabia que era sua mãe, pois conhecia sua capacidade de transformar as músicas já tristes em melodias de cortar o coração para as pessoas sensíveis, mas diferente de Weems, a adolescente apenas sorriu e fechou os olhos, ouvindo.
Enid, que estava dormindo, ouviu as notas tristes e se viu chorando automaticamente e nem saberia explicar o porquê, e imediatamente se sentou na cama e chamou Wandinha:
- Wandinha?
A menina de cabelos longos e trançados, virou para olhar sua colega de quarto e a viu chorando.
- Você está chorando por que?
- Essa música... é muito triste – afirmou e enxugou uma lágrima que caía.
- Ela se chama Loneliness – deu as costas para a menina loba.
- Quem tocaria isso?
- Minha mãe!
- Ela tá triste? – perguntou a menina, enquanto se levantava e ia até Wandinha, com uma visível expressão de tristeza.
- Não! Ela está apenas pensando.
- Com essa música? – mudou para surpresa - Não seria melhor algo mais animador?
- Minha mãe não escuta pop, caso essa seja sua dúvida – falou enquanto caminhava até sua cama e pegava seu casaco, começando a andar até a entrada.
- Onde você vai? – não obteve resposta – Tá bom.
Assim que Wandinha fechou a porta, a menina de cabelos curtos e loiros, olhou ao redor parecendo estar inquieta, e não se conteve, e acabou por ir atrás de sua colega de quarto.
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Catalisadores de Demônios
Mystère / ThrillerMorticia Addams, um mistério para os seres humanos, com toda sua palidez e frieza, beleza e elegância, além de seu vestuário sempre preto e sua casa quase abandonada, se vê em uma descoberta de sua propria vida. A mulher que viu sua filha, Wandinha...